Nas décadas seguintes, a canção seria cantada por muitos outros artistas, inclusive nosso famoso Eduard “Trololo” Khil. Ela homenageia o sofrimento das jovens esposas de soldados de fronteira que vão defender o país de invasões estrangeiras, mas o tema não se limita à proximidade da 2.ª Guerra Mundial, quando a música se difundiu ainda mais, pois ele está presente em todas as culturas, em todas as nações. Foi traduzida para inúmeras línguas, especialmente no contexto da resistência militar antifascista, e além de figurar em filmes também foi cantada ou conhecida com outras versões de algumas estrofes. Muitas paródias também foram feitas, usos da melodia em composições musicais ou televisivas e ainda popularização em festivais, torcidas organizadas etc.
Matvei Isaakovich Blanter (1903-1990) foi um compositor laureado com o Prêmio Stalin em 1946 e como Artista Popular da URSS em 1975. Filho de atriz, já cantava desde criança, fez depois estudos superiores em teoria musical e composição e se tornou diretor de setores musicais de vários teatros. Abraçou o estilo “realista socialista” nos anos 1930 e progressivamente granjeou fama como um dos maiores compositores da URSS, também pertencendo à União dos Compositores e sendo um antissionista militante. Mikhail Vasilievich Isakovski (1900-1973), laureado com o Prêmio Stalin em 1943 e 1949 e membro do partido comunista desde 1918, nasceu em pobre família camponesa, tendo estudado com muito custo, mas ótimos resultados, trabalhado em jornais e publicado poesias, em especial para músicas. Seguiu escrevendo muitos livros, traduziu poetas bielo-russos, canções populares sérvias e parte da obra de Taras Shevchenko, além de ser esperantista habilidoso e apaixonado.
A legendagem da canção, que segue abaixo, foi um dos primeiros vídeos do meu canal O Eslavo no YouTube e até hoje é um dos mais vistos e curtidos, mas só agora estou postando no blog, após ter refeito a descrição no próprio canal, a qual serviu mesmo de base para esta postagem. Fiz uma montagem com a execução de Vinogradov, colocando várias imagens relativas a moças camponesas e soldados no front, mas tudo com a fuleira tecnologia do Windows Movie Maker e, é claro, sem a menor noção de gráfica ou de padrões para legendas. Eu tirei o áudio desta página, cujo link para baixar está perto da palavra “Скачать”, e lá mesmo pode-se ter acesso à letra da canção clicando em “Текст”. Em todo caso, após o vídeo, inseri também a letra em russo dessa versão mais célebre:
Adendo de 4/3/2018: Em novembro de 2017, fiz uma nova tradução, mais abreviada e mais moderna, da canção Katiusha e legendei três vídeos com o texto, pelos padrões profissionais da legendagem. Trata-se, respectivamente, da cantora Katerina Zolotar, de uma garotinha anônima do Coral Cossaco de Kuban e da cantora Ielena Vaienga, intepretando em diversas ocasiões. Pra não tornar a postagem longa demais, não coloquei informações adicionais sobre elas, e sugiro de coração que se quiserem saber mais, acessem as próprias páginas dos vídeos no meu YouTube. Seguem as três novas legendagens naquela ordem mencionada, e o texto escrito dessa nova versão:
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Расцветали яблони и груши, Поплыли туманы над рекой. Выходила на берег Катюша, На высокий берег, на крутой. Выходила, песню заводила Ой ты, песня, песенка девичья, Пусть он вспомнит девушку простую Расцветали яблони и груши, ____________________ Floresciam macieiras e pereiras, Pairavam névoas sobre o rio. Katiusha saía para a margem, Para a margem alta e íngreme. Ela saía entoando uma canção Ó, cançãozinha de donzela, Lembre-se ele da moça simples, Floresciam macieiras e pereiras, |