quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Comintern e América Latina (resenha)


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Esta é uma resenha escrita pela russa I. V. Selivanova à coletânea documental A Comintern e a América Latina (Коминтерн и Латинская Америка), organizada pela Academia Russa de Ciências (Moscou, Nauka, 1998) e que traz documentos até então inéditos e desconhecidos à maioria dos historiadores sobre as relações entre a Internacional Comunista (ou 3.ª Internacional) e os partidos comunistas latino-americanos, guardados nos antigos arquivos soviéticos. A resenha saiu em russo no Latinoamerikanski istoricheski almanakh (Almanaque Histórico Latino-Americano), Moscou, n. 1, 2000, pp. 214-216, e traduzi em junho para dois professores interessados do meu instituto. Como achei que outros leitores curiosos poderiam se interessar pelas informações, decidi publicar aqui também e manter as mesmas notas de rodapé que fiz, sem acrescentar outras. A revista em formato DJVU com o texto em russo pode ser baixada nesta página.


A coletânea A Comintern e a América Latina foi preparada pelos colaboradores do Centro de Pesquisas Latino-Americanas dentro de um amplo projeto de publicação de documentos dos arquivos da 3.ª Internacional, realizado pelo Instituto de História Universal da Academia Russa de Ciências e pelo Centro Russo de Conservação e Estudo de Documentos da História Contemporânea. (1) Os estudiosos têm a possibilidade inédita de conhecer documentos únicos, relativos às atividades da organização comunista internacional, a Comintern, e os historiadores, tendo acesso aos materiais guardados no RTsKhIDNI, (2) veem-se ante a tarefa de sistematizar, trabalhar e generalizar novas fontes. Os colaboradores do Centro de Pesquisas Latino-Americanas realizaram com êxito essa tarefa, e como fruto de um meticuloso trabalho veio a lume a coletânea documental A Comintern e a América Latina.

Dada a enorme quantidade de documentos e a dimensão limitada da publicação, a coletânea só traz uma pequena parte do que foi trabalhado. A inclusão de material da mais ampla origem (atas de reuniões, informes, cartas, balanços financeiros) guiou-se por buscar a mais completa apresentação das diversas faces do trabalho da organização.

Ao dispor os documentos, os organizadores seguiram o princípio cronológico, o que lhes permitiu o máximo êxito em mostrar a lógica da interação entre a Comintern e o movimento comunista nos países da América Latina.

Numa primeira etapa a Comintern buscou promover a organização de partidos comunistas na América, e para formar uma ligação direta com eles foi criada a Agência Pan-Americana da Comintern. Seu representante Henry Allen, em informe sobre a situação na América do Sul, é claro quanto à conveniência e necessidade “de uma propaganda e agitação intensivas e da criação de uma série de partidos comunistas na região” (A Comintern e a América Latina, p. 31). À medida que surgiam e evoluíam novos partidos comunistas nos países da América Latina, veio a tarefa de reforçar as ligações entre a Comintern e o movimento comunista no continente. Os documentos “Tarefas e plano de organização da Seção Latino-Americana do Secretariado da Comintern” (28 de setembro de 1921) e “Circular do Secretariado do CEIC sobre a criação do Secretariado Sul-Americano” (18 de fevereiro de 1925) definem com nitidez as tarefas dos órgãos dirigentes da Comintern criados em Moscou e Buenos Aires.

Na coletânea têm forte realce os materiais das três conferências dos partidos comunistas latino-americanos, em que se elaboraram a estratégia e tática do movimento na América Latina e avaliou-se o trabalho organizativo de criar partidos e formar quadros marxistas-leninistas. Os organizadores visaram ao retrato mais objetivo de como evoluiu o movimento comunista nos países da região e como interagiam os partidos comunistas e as estruturas dirigentes da Comintern. Na coletânea, as atas da “Reunião do Secretariado (3) Latino-Americano” (24 de março de 1934) trazem graves questões ao pesquisador sobre como as diretivas da Comintern se refratavam na realidade concreta dos partidos comunistas e países da América Latina, e contêm um discurso de Sinani (4) sobre o informe de balanço de A. Guralski, um dos líderes da delegação do CEIC no Birô Sul-Americano da Comintern. Avaliando no geral de forma positiva a direção do birô sobre os partidos latino-americanos, Sinani apontou algumas falhas na atuação do órgão e indicou que a Comintern devia resolver as questões nacional, camponesa e sindical e que a criação de sovietes devia guiar-se pelas peculiaridades do progresso de cada país. Sinani destacou ser precisa uma nova tática para os partidos comunistas ante o prestismo no Brasil, o radicalismo na Argentina, a APRA no Peru e outros partidos pequeno-burgueses. Incluído na coletânea, apresenta especial interesse o estenograma do discurso de Sinani, dirigente do Secretariado Latino-Americano da Comintern, na 3.ª Conferência dos Partidos Comunistas Latino-Americanos (1934). Enquanto evoluíam os partidos comunistas na América Latina e apareciam os órgãos dirigentes da Comintern para cooperar com suas seções locais, surgia ante os líderes da Internacional o problema de elaborar a estratégia de ação em cada país do continente. No discurso Sinani apresentou aos colegas a tarefa de lutar pela criação da frente única nas condições concretas dos países latino-americanos.

Outros destaques da obra são os documentos da Comintern relativos ao combate ao trotskismo durante a segunda metade da década de 1930. No texto “Visões de extração trotskista com difusão entre os partidos comunistas da América Latina” (1937) criticam-se as orientações trotskistas surgidas nos partidos da região, e em outros se atacam visões esquerdistas sobre a luta revolucionária, como, em 1937, no “Projeto de Resolução do Secretariado Político do CEIC sobre as tarefas do Partido Comunista do Brasil” e nas “Notas de A. Marty sobre a situação nos países da América Latina”.

No final da coletânea estão documentos dos últimos anos da Comintern, entre eles as “Conclusões da discussão sobre a questão da Internacional Comunista e os partidos latino-americanos” (março de 1938) e o “Relatório de Vittorio Codovilla sobre a situação nos PCs da América Latina, 26 de outubro de 1940”. Com eles se comprova que nessa época as ligações dos partidos latino-americanos com a Comintern foram tomando um caráter mais equilibrado, com as seções passando a orientar sua atividade cada vez mais pelas próprias avaliações. Os documentos finais consistem em interessante material sobre a evolução do movimento comunista nos principais países da América Latina ao findar a década de 1930 e começar a de 1940.

Os organizadores da coletânea tiveram um grande trabalho ao decifrar os pseudônimos e apelidos, mas em vários casos não foi possível desvendá-los, como se indica em notas, e nem sempre se conseguiu definir a data exata dos documentos. Um auxílio essencial aos pesquisadores que estudam esse material são os comentários que o acompanham, nos quais se elucidam os eventos de que tratam os documentos e se leem breves informações sobre seus participantes. A coletânea possui um anexo com as biografias dos maiores ativistas do movimento comunista na América Latina, cujos nomes aparecem nos documentos. Há revolucionários nunca antes biografados, e não raro reunir dados sobre suas vidas rendeu aos organizadores toda uma pesquisa à parte.

Sem dúvida essa coletânea muito contribuirá para se estudar a história da Comintern e a evolução do movimento comunista e operário na América Latina. Tendo em vista as possibilidades limitadas da publicação, os organizadores só incluíram uma pequena parte dos documentos trabalhados, ficando de fora o que foi descoberto nos arquivos da Comintern sobre a história econômica e política dos diversos países da região. Porém, o que foi publicado ilumina as etapas mais importantes da evolução da Comintern e de suas relações com os partidos latino-americanos, concernindo a quase todos os países do subcontinente. O volume do material de arquivo hoje acessível pode se tornar a base para irem surgindo novas coletâneas documentais e pesquisas tratando da história do movimento revolucionário nos países da América Latina e do papel da Comintern na formação e desenvolvimento dos partidos comunistas latino-americanos.

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Notas do tradutor
(Clique no número para voltar ao texto)

(1) Hoje é o Arquivo Público Russo de História Social e Política.

(2) É o centro/arquivo citado acima, cuja sigla atual é RGASPI.

(3) “Ländersekretariat” ou “secretariado regional”, na terminologia específica.

(4) Georgi Borisovich Skalov (1896-1936), instrutor e depois subchefe do Secretariado Latino-Americano da IC a partir de 1930, combateu o “prestismo” em voga no PCB, integrou a comissão para questões latino-americanas criada no Secretariado Político da IC em março de 1934 e chefiada por Dmitri Manuilski, participou da 3.ª Conferência dos Partidos Comunistas da América do Sul e Central (outubro) e publicou vários livros e artigos sobre a América Latina sob seu pseudônimo.




domingo, 28 de agosto de 2016

Desfiles de Primeiro de Maio na URSS


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Assistindo a estes dois vídeos, podemos comparar como eram as comemorações do Primeiro de Maio, o Dia do Trabalho (que os russos nomeiam com uma palavra só, Pervomai), naquela que chamava a si mesma de “pátria dos trabalhadores”, a União Soviética, em dois momentos históricos muito diferentes. O primeiro é a cobertura especial, feita pelo próprio governo, do desfile e comemorações pela data em 1950, no ápice do regime de Iosif Stalin; um documento histórico de primeira ordem, com imagens raras de uma época que ainda nos resta entender profundamente. O segundo traz os principais momentos do desfile e comemorações em 1983, em transmissão feita pela televisão estatal soviética, mas que eu retirei de uma reportagem televisiva da Rússia atual, a respeito da data. Tanto o vídeo de 1950 quanto o vídeo de 1983 estão no YouTube, onde também carreguei no canal Trames Noster as duas versões legendadas.

Em 1950, o regime chegava ao apogeu porque depois da devastação da Segunda Guerra, a União Soviética estava sendo reconstruída, com os trunfos de ter ascendido à condição de superpotência ao lado dos EUA e de ter sido a principal responsável pela derrota dos nazistas alemães. Stalin governava absoluto desde 1924, e sem contestações desde 1929, e nem mesmo as transformações democráticas no resto do mundo haviam abalado seu domínio e as estruturas do bloco de países socialistas criado na antiga zona de ocupação europeia do Eixo. No período chamado pelos historiadores de “alto stalinismo” (ente 1945 e 1953), o Estado ameaçava com novas ondas de perseguições, mas a propaganda oficial passava ao estrangeiro a imagem de um país estável e desburocratizado.

Apesar do clima sombrio que ainda reinava antes do “degelo”, é certo que boa parte da população, especialmente os operários que viveram o flagelo da guerra e até pegaram a época bem menos próspera do tsarismo, sentiam como um progresso aquilo que havia sido construído, uma conquista que se traduzia em ver a classe operária como tema central do poder, embora ela não fosse a real governante.




1983 é outro momento muito importante na história da União Soviética. No ano anterior havia morrido Leonid Brezhnev, um de seus líderes mais duradouros, e governava o frágil Iuri Andropov, que nem aparece nas filmagens. O país estava vivendo o início de sua terrível crise econômica e descrédito internacional, e já durava quatro anos a guerra no Afeganistão. Mesmo assim, a festa de Primeiro de Maio, ao lado do aniversário da Revolução Bolchevique (7 de novembro), permaneceu como data central do calendário celebrativo soviético. Era uma forma de prolongar na memória as antigas lutas operárias socialistas, das quais a própria “pátria dos trabalhadores” não podia se esquecer.

Como se deve ter deduzido, o repórter de rua menciona a ilha Sacalina e a península de Kamchatka para se referir ao extremo oriental da URSS, onde o sol nasce primeiro. Infelizmente, não consegui encontrar a música que toca em boa parte do vídeo: provavelmente deve ter sido composta especialmente para a ocasião, e por isso talvez não figure em letra e áudio nos grandes acervos virtuais.



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Todas as obras: Lenin, Trotsky e Stalin


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Estou postando algo do qual talvez muita gente sinta falta: links com as coleções completas de todas as obras de Vladimir Lenin, Iosif Stalin e Leon Trotsky, as três principais figuras da Revolução Bolchevique. Eu sei que este não é especificamente um blog militante ou de comunismo, mas como muitos leitores se interessam pelo assunto, e como eu também posto aqui direto traduções dessas coisas, julguei que esta lista seria útil. Infelizmente quase tudo está em russo, mas tem algumas coisas em outras línguas também.

Essas coleções se chamam em russo Sochinenia (Obras) ou Polnoie sobranie sochinenii (Obras completas), daí a URL que fiz para a postagem. Para uma boa quantidade de seus textos em português, recomendo a versão correspondente do famoso e magnífico acervo do MIA (Arquivo Marxista na Internet). O administrador dessa seção é muito gente-fina, sempre aceita novas colaborações minhas! Seguem os links das bibliotecas com obras completas dos líderes, a maioria no original em russo, com os respectivos formatos de arquivo. Se tiverem mais alguma sugestão de link, é só postar um comentário:


LENIN

  • Em russo, formato DOC, inclui índices completos com a lista de obras em ordem alfabética ou sob outros critérios de classificação.
  • Em russo, disponibiliza em arquivos ZIP as versões em DOC, PDF ou DJVU (para ler este formato, recomendo o programa WinDJView), bem como alguns escritos separados e outros guias de referência.


TROTSKY

  • Em russo, pouca coisa em outras línguas, a única coleção livre de todos os seus escritos, em HTML. Só é um pouco difícil de pesquisar, porque está em ordem alfabética, e não conforme um índice cronológico, nem mesmo de acordo com o que já havia sido publicado na URSS até 1929.
  • Em espanhol, formato HTML, seus escritos (acredito que todos) de 1929 até sua morte, em 1940, facilmente pesquisáveis. O site, claro, é argentino, pois o país é um dos maiores focos atuais de cultivo e difusão da doutrina.
  • Em espanhol, disponível para baixar nos formatos EPUB e PDF, seção com as principais obras no site de livros Lectulandia, incluindo os escritos de 1929 a 1940 e outros textos avulsos (autobiografia, memórias, agitação, teoria).


STALIN

  • Em russo, uma das mais famosas coleções de suas obras completas, digitalizadas em HTML. Contém os quase 20 tomos tradicionais, bem como outros escritos separados, alguns só publicados recentemente. Se abrir um janelão com propaganda, espere alguns segundos e depois feche clicando no X acima à direita.
  • Em russo, disponibiliza em arquivos ZIP as versões em RTF, PDF ou DJVU, bem como alguns escritos separados (incluindo cartas íntimas, poemas e as famosas Questões do leninismo) e outros guias de referência.
  • Em inglês, é um pouco desorganizado por ser já um site antigo, mas é bastante rico em material traduzido em inglês, basta xeretar com calma. São as Obras completas e vários outros escritos, incluindo correspondência com estadistas como Truman, Attlee e Churchill. Algumas coisas estão em formato HTML, outras em DOC e outras em PDF.



domingo, 21 de agosto de 2016

Escreva os nomes de chefes soviéticos


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Novos nomes, bem além da URSS, foram adicionados em 20/9/2022!


Existe uma absoluta falta de unidade e consenso quanto à escrita dos nomes dos principais líderes e políticos da União Soviética (URSS), bem como da Rússia contemporânea, no alfabeto latino, de forma que sejam imediatamente reconhecíveis e mais ou menos pronunciáveis. Esse foi um problema com que sempre me deparei nas pesquisas acadêmicas e traduções, desde minha graduação na Unicamp, e que tentei resolver criando sucessivos sistemas próprios de transliteração do alfabeto cirílico para o alfabeto latino, o último deles explicado aqui, abarcando todos os idiomas eslavos escritos em cirílico, exceto o servo-croata, que tem um sistema latino intercambiável.

Meu sistema é baseado essencialmente na transliteração corrente na língua inglesa, mais conhecida internacionalmente, com algumas soluções adotadas também pelos idiomas românicos, especialmente o português, muitas das quais não são necessariamente lógicas ou unívocas, mas se reforçaram pela tradição. Para usá-lo, não é preciso um conhecimento prévio dos idiomas concernidos, mas recomendo uma leitura atenta das regras, e ofereço também diversas informações linguísticas adicionais para os mais curiosos. Ancorado nesse sistema, posto abaixo os nomes completos de alguns grandes líderes políticos e sociais da antiga URSS e dos atuais países eslavos, na minha transliteração latina e no cirílico da respectiva língua. Não os julgo obrigatórios, mas uma orientação razoável a quem está inseguro:


VLADIMIR ILICH ULIANOV (LENIN)
Владимир Ильич Ульянов (Ленин)
IAKOV MIKHAILOVICH SVERDLOV
Яков Михайлович Свердлов
IOSIF VISSARIONOVICH DZHUGASHVILI (STALIN, KOBA, SOSELO)
Иосиф Виссарионович Джугашвили (Сталин, Коба, Сосело)
LEV DAVIDOVICH BRONSHTEIN, por vezes BRONSTEIN (TROTSKY)
Лев Давидович Бронштейн (Троцкий) - versão russa do nome do ucraniano
Rakovski:
- Em russo: KHRISTIAN (ou CHRISTIAN) GEORGIEVICH RAKOVSKI - Христиан Георгиевич Раковский
- Em búlgaro: KRASTIO GEORGIEV STANCHEV (RAKOVSKI) - Кръстьо Георгиев Станчев (Раковски)
NADEZHDA KONSTANTINOVNA KRUPSKAIA
Надежда Константиновна Крупская
ALEKSANDRA MIKHAILOVNA KOLLONTAI
Александра Михайловна Коллонтай
NIKOLAI IVANOVICH BUKHARIN
Николай Иванович Бухарин
GRIGORI IEVSEIEVICH ZINOVIEV
Григорий Евсеевич Зиновьев
VIACHESLAV MIKHAILOVICH SKRIABIN (MOLOTOV)
Вячеслав Михайлович Скрябин (Молотов)
KLIMENT IEFREMOVICH VOROSHILOV
Климент Ефремович Ворошилов
GEORGI KONSTANTINOVICH ZHUKOV
Георгий Константинович Жуков
ANDREI ALEKSANDROVICH ZHDANOV
Андрей Александрович Жданов
Manuilski:
- Em russo: DMITRI ZAKHAROVICH MANUILSKI - Дмитрий Захарович Мануильский (o que geralmente uso em trabalhos acadêmicos)
- Em ucraniano: DMYTRO ZAKHAROVYCH MANUILSKY - Дмитро Захарович Мануїльський
Dimitrov:
- Em russo: GEORGI MIKHAILOVICH DIMITROV - Георгий Михайлович Димитров
- Em búlgaro: GEORGI DIMITROV MIKHAILOV - Георги Димитров Михайлов
VALKO VELIOV CHERVENKOV
Вълко Вельов Червенков
TODOR KHRISTOV ZHIVKOV
Тодор Христов Живков
NIKITA SERGEIEVICH KHRUSCHOV
Никита Сергеевич Хрущёв
IURI ALEKSEIEVICH GAGARIN
Юрий Алексеевич Гагарин
LEONID ILICH BREZHNEV
Леонид Ильич Брежнев
ALEKSANDR ISAIEVICH SOLZHENITSYN
Александр Исаевич Солженицын
IURI VLADIMIROVICH ANDROPOV
Юрий Владимирович Андропов
KONSTANTIN USTINOVICH CHERNENKO
Константин Устинович Черненко
MIKHAIL SERGEIEVICH GORBACHOV
Михаил Сергеевич Горбачёв
BORIS NIKOLAIEVICH IELTSIN
Борис Николаевич Ельцин
VLADIMIR VLADIMIROVICH PUTIN
Владимир Владимирович Путин
DMITRI ANATOLIEVICH MEDVEDEV
Дмитрий Анатольевич Медведев
GENNADI ANDREIEVICH ZIUGANOV
Геннадий Андреевич Зюганов
VLADIMIR VOLFOVICH ZHIRINOVSKI
Владимир Вольфович Жириновский
SERGEI KUZHUGETOVICH SHOIGU
Сергей Кужугетович Шойгу (ministro da Defesa da Rússia)
SERGEI VIKTOROVICH LAVROV
Сергей Викторович Лавров (ministro do Exterior da Rússia)
DMITRI SERGEIEVICH PESKOV
Дмитрий Сергеевич Песков (secretário de imprensa do Kremlin)
ALEKSEI ANATOLIEVICH NAVALNY
Алексей Анатольевич Навальный (opositor de Vladimir Putin)
Lukashenko:
- Em russo (mais usado): ALEKSANDR GRIGORIEVICH LUKASHENKO - Александр Григорьевич Лукашенко
- Em bielo-russo: ALIAKSANDR RYHORAVICH LUKASHENKA - Аляксандр Рыгоравіч Лукашэнка
SVIATLANA HEOR'HIEUNA TSIKHANOUSKAIA
Святлана Георгіеўна Ціханоўская (opositora de Aleksandr Lukashenko)
LEONID DANYLOVYCH KUCHMA
Леонід Данилович Кучма
VIKTOR FEDOROVYCH IANUKOVYCH
Віктор Федорович Янукович
VIKTOR ANDRIOVYCH IUSHCHENKO
Віктор Андрійович Ющенко
IULIA VOLODYMYRIVNA TYMOSHENKO
Юлія Володимирівна Тимошенко
OLEKSANDR VALENTYNOVYCH TURCHYNOV
Олександр Валентинович Турчинов
PETRO OLEKSIOVYCH POROSHENKO
Петро Олексійович Порошенко
ARSENI PETROVYCH IATSENIUK
Арсеній Петрович Яценюк (ex-premiê da Ucrânia)
VOLODYMYR BORYSOVYCH HROISMAN
Володимир Борисович Гройсман (ex-premiê da Ucrânia)
VOLODYMYR OLEKSANDROVYCH ZELENSKY
Володимир Олександрович Зеленський
VITALI VOLODYMYROVYCH KLICHKÓ
Віталій Володимирович Кличко (prefeito de Kyiv em 2022, às vezes grafado “Klitschko”)
DMYTRÓ IVANOVYCH KULEBA
Дмитро Іванович Кулеба (ministro do Exterior da Ucrânia em 2022)