segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Filha 3 de Putin: “Destruiu minha vida”


Endereço curto: fishuk.cc/rozova


Em 4 de agosto, a imprensa alemã confirmou o que há alguns dias o canal dos colaboradores do finado Aleksei Navalny sugeriram conforme depoimento de conhecidos: a desconhecida filha bastarda de Vladimir Putin critica abertamente a invasão da Ucrânia pela Rússia. Luiza, como é mais conhecida, nasceu em 2003, quando o já sucessor de Boris Ieltsin ainda era casado com a ex, Liudmila, e tinha as filhas jovens Iekaterina e Maria, nascidas na década de 1980.

Ou seja, o maior crítico da “degeneração ocidental” simplesmente “pulou a cerca”: babado radiativo na Eurásia! Há algum tempo eu queria falar sobre ela, e finalmente surgiu a oportunidade: após passar um tempo “escondendo a cara” nas redes sociais, “Luiza” (que não está no Canadá... entendeu?) finalmente voltou a se mostrar, mas num grupo fechado do Telegram. Ela tem também um Instagram privado, caso você queira tentar...

Me baseei nas versões publicadas no Daily Mail e no Sun (edição EUA), cujos textos são parecidos (o original do Bild é pra assinantes). Traduzi ambas e fiz uma fusão dos dois textos, com imagens tiradas também de outros sites. Reparou que a matéria cita três nomes usados por Luiza (nenhum deles contendo... “Putina”)? A metamorfose, pelo menos, foi uma habilidade puxada do pai, rs.

Por anos, o Kremlin também tentou blindar as duas filhas “legítimas”, que hoje atuam como cientistas usando outros sobrenomes e têm cada vez mais aparecido na TV estatal como “especialistas” entrevistadas. A versão do Sun tem uma surpresa: um vídeo mostrando o rosto de Ivan Putin, que seria, segundo “Dosié”, seu filho mais velho com Alina Kabaieva, ex-ginasta e suposta companheira atual! Eles teriam também o caçula Vladimir, e originalmente não havia imagens suas...



A suposta filha secreta de Vladimir Putin quebrou o silêncio sobre o pai pela primeira vez numa série de publicações enigmáticas nas redes sociais. Ielizaveta Krivonogikh, 22 anos, também conhecida como Luiza Rozova, desabafou sobre um homem que “destruiu” sua vida e revelou seus pensamentos sobre a guerra do ditador na Ucrânia. Luiza, formada em arte, DJ e moradora de Paris, fez alusão ao “homem que tirou milhões de vidas e destruiu a minha”. As publicações não mencionam Putin explicitamente, mas no contexto de relatos generalizados sobre as ações de seu pai na guerra e sobre sua identidade, suas palavras foram inferidas como uma repreensão amarga ao líder.

Luiza também publicou uma selfie sua num carro, com a legenda: “É libertador poder mostrar meu rosto ao mundo novamente. Isso me lembra quem eu sou e quem destruiu minha vida”, relata o Bild, que tem acesso ao “Art of Luiza”, canal privado da moça no Telegram. Em seu Instagram, Luiza fazia questão de esconder o rosto, mas ultimamente voltou a compartilhar fotos suas por inteiro. Ela não especifica quando ou onde foram tiradas, mas a mais recente foi nos últimos dias, numa filial da rede de cafeterias russa Surf Coffee.



Luiza nasceu em 3 de março de 2003, em São Petersburgo, e acredita-se que seja filha de um caso entre Putin e sua ex-faxineira Svetlana Krivonogikh, sancionada pelo Reino Unido em 2023 e, segundo a mídia russa independente, integrante do círculo íntimo de Putin. As alegações sobre a identidade de seu pai foram tornadas públicas pela primeira vez pelo projeto investigativo anti-Kremlin “Proekt” em 2020. Krivonogikh teria obtido, em circunstâncias desconhecidas, uma fortuna considerável após o nascimento de Luiza, alimentando especulações de que o dinheiro teria vindo de Putin pra comprar seu silêncio. Embora a certidão de nascimento de sua filha omita o nome do pai, ela menciona seu patronímico “Vladimirovna”, uma pista sobre suas possíveis origens.

Luiza já teve contas de mídia social publicamente visíveis na Rússia, que a mostravam viajando pelo mundo em jatos particulares, tocando em clubes exclusivos e usando roupas de grife. Mas então, pouco antes da Rússia invadir a Ucrânia, sua conta foi repentinamente excluída. Ela se mudou pra Paris e se formou na Escola de Gestão Cultural e Artística do ICART em junho de 2024. Ao deixar a Rússia, ela escreveu no Instagram: “Não consigo dar uma volta extra em minha amada São Petersburgo. Não consigo visitar meus lugares e estabelecimentos favoritos.” No entanto, mais de três anos após a invasão inicial da Rússia, Luiza ressurgiu nas redes sociais com uma imagem completamente diferente. Ela parece ter se tornado mais política e falou abertamente contra a guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo em que denunciava o luxo.



A suposta filha de Putin também adotou o nome Ielizaveta Rudnova, supostamente inspirado em Oleg Rudnov, um dos falecidos comparsas de Putin, numa tentativa de esconder sua verdadeira identidade. Há relatos de que ela estaria trabalhando na L Galerie (em Belleville) e na Espace Albatros (em Montreuil), ambas galerias de arte em Paris que sediam exposições antiguerra. Dizem que seu papel como gerente de galeria inclui ajudar a organizar exposições e fazer vídeos. Mas a tentativa de Luiza de se inserir nos círculos dissidentes de Paris não ocorreu sem resistência.

A artista Nastia Rodionova, que fugiu da Rússia em 2022, fez uma declaração furiosa e cortou laços com as duas galerias às quais Luiza é associada. Em publicação no Facebook, escreveu: “É importante dizer que acredito na presunção de inocência e que os filhos não são responsáveis pelos crimes de seus pais. Mas com a guerra atingindo seu ápice, é inadmissível permitir que uma pessoa que vem de uma família de beneficiários do regime [de Putin] entre em confronto com as vítimas desse regime. Precisamos saber com quem estamos trabalhando e decidir se estamos prontos pra isso. Minha resposta pessoal neste caso é não.”

Luiza defendeu sua posição e escreveu: “Sou realmente responsável pelas atividades de minha família, que nem consegue me ouvir?” Dmitri Dolinski, diretor da L Association, que controla o Studio Albatros e a L Galerie, apoiou o engajamento de Luiza. Ele disse ao Times: “Ela se parece com Putin, mas outras 100 mil pessoas também se parecem. Não vi nenhum teste de DNA.” Outros colegas a apoiaram, chamando-a de “pessoa culta” e “excelente trabalhadora”. Mas Rodionova reagiu, insistindo que as vítimas da guerra não deveriam ser forçadas a dividir o espaço com ninguém ligado ao regime, seja ela suposta filha ou não.