quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Festa antissemita na câmara federal







Se o Guilherme Boulos não for candidato novamente (talvez ele queira concorrer à prefeitura de São Paulo em 2024, e não moro na capital), eu estava pensando em votar em Erika Hilton, também do PSOL paulista, pra deputada federal. Porém, agora estou seriamente repensando: eu estava xeretando os stories do Instagram de uma conta pró-Palestina que não quero identificar aqui, e ela justamente republicou outro story da Erika comandando uma reunião “contra o genocídio em Gaza e pela independência do povo palestino” na Câmara dos Deputados. Um espaço, funcionários e lideranças pagos com nossos impostos.

Salvo indicação em contrário, esta humilde página só expressa minhas próprias opiniões, e apenas eu respondo pelo que é publicado aqui. Vosso servo não é islamofóbico, não é antiárabe, defende a proteção das comunidades de gênero contra violências, apoia a autodeterminação dos palestinos e detesta o governo extremista de Netanyahu. Porém, combato fortemente o antissemitismo, penso que Israel tem o direito de existir em seu atual território ao lado da Autoridade Palestina e repudio quem usa o lema racista “Do rio ao mar” ou, como a FEPAL, coloca em seu logo um mapa de todos os territórios unificados sob a cor verde (que é típica do islã).

Eu sei que o pobre sujeito no público com esse cartaz horrível menciona “genocídio”, “ocupação” etc. Mas basicamente o que vemos aí não é sequer uma bandeira israelense, mas uma estrela de Davi coberta com um grande xis vermelho. Nossa ex-querda bananeira, assim como a de outros países onde flertam com o stalinismo e o maoismo mais abjetos, além de assassinos como Gaddafi, Putin, Kim Jong-un, Assad e Ortega, está na melhor ocasião pra vomitar seu antissemitismo histórico. O PSOL (ao contrário do PCO e da NR), com raras exceções, não é um partido antissemita, e Erika certamente está agindo de boa-fé por uma causa justa, ainda que mais seguindo um trend de mídias sociais do que entendendo toda a complexidade geopolítica subjacente.

Mas onde ela estava quando Putin invadiu a Ucrânia? O que o PSOL disse quando os porcos russos bombardearam centenas de prédios civis e um teatro cheio de mulheres e crianças em Mariupol? Por que não mandaram centenas de moleques pra rua quando os ocupantes explodiram a barragem de Nova Kakhovka, promovendo um dos maiores ecocídios dos tempos modernos? E a defesa das comunidades de gênero no Donbás e na Chechênia, onde vivem muito pior do que no resto da Rússia e da Ucrânia? Não souberam da deportação forçada de crianças ucranianas e da lavagem cerebral a que se submeteram pra inculcar a adulação do Kremlin? Em que o deslocamento forçado de um quarto da população ucraniana é menos grave do que o da população de Gaza? E a onda de antissemitismo na Europa, muitas vezes fisicamente violento, vindo da extrema-direita, da extrema-esquerda e de parte da imigração muçulmana, sem contar o antissemitismo estrutural do putinismo, que culminou no pogrom do aeroporto no Daguestão onde a turba procurou judeus até na turbina do avião (tragédia passada sem qualquer menção pelos nossos “progressistas”)? Cadê a histórica habilidade dessa gente pra chamar de “nazista” todo mundo que não concorda com eles?

Nada. Absolutamente nada. E pra variar, o bolsofascismo continua livremente se esbaldando nessa relação esquizofrênica de parte de nossos evangélicos com um messianismo filojudaico idealizado...


Antes que eu me esqueça: todo apoio à guerrilha de libertação em Mianmar, que tem tomado várias cidades importantes no norte! Que ela derrube o quanto antes a junta militar sanguinária, no poder desde 2021 e executora das vontades do ventríloquo Xi Jinping!



Programa do canal France 5, uma das pérolas promovidas por esses “antissionistas” no Instagram, contra uma simples usuária judia sem relevância pública. Adivinhe qual era o nome completo da conta falsa. Deixo pra você traduzir sozinho o conteúdo, pedir pra alguém ou usar o Google...