quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Marcha das Malvinas (ilhas Falklands)


Link curto para esta postagem: fishuk.cc/malvinas

Esta é a Marcha de las Malvinas (Marcha das Falklands), que tem letra de Carlos Obligado e melodia de José Tieri. Foi composta em 1940 e dedicada à reivindicação que a Argentina faz desde o século 19 da soberania sobre as ilhas Malvinas, no extremo sul do Atlântico. Os ingleses chamam o pequeno arquipélago de “Falkland Islands”, ou apenas “Falklands”. Ainda hoje é tocada nas escolas e em todos os atos oficiais de reivindicação da soberania.

Desde 2001, celebram-se todos os anos o Dia dos Veteranos e dos Tombados na Guerra das Malvinas em 2 de abril, data em que começou a guerra promovida pelo ditador militar Leopoldo Galtieri em 1982. Mas a ideia da música é anterior, pois em 1939 se criou a “Junta de Recuperação das Malvinas”, pra conscientizar o povo sobre o assunto. Também se organizou então um concurso poético-musical, e no início de 1941 esta canção ganhou o prêmio. E óbvio, a música foi popularizada na guerra fracassada com o Reino Unido em 1982.

O homem da imagem no começo e no fim do vídeo é o próprio Galtieri, que usou a guerra pra levantar o moral da população num tempo de declínio do regime militar. O conflito foi providencial pra Margaret Thatcher, que alcançou nova popularidade ao disfarçar suas políticas recessivas, mas marcou o fim da última ditadura argentina, humilhada pelas inúmeras baixas inúteis. Esta canção é um dos símbolos do “irredentismo argentino”, ideário que prega a soberania da Argentina em vários territórios disputados com os vizinhos, inclusive, claro, as Malvinas, que chamei de “Falklands” no vídeo só pra provocar...

Eu baixei o áudio deste vídeo, que tem também algumas imagens relacionadas e a legenda em espanhol. O discurso de Galtieri foi feito durante a declaração de guerra, no sábado de Aleluia (véspera da Páscoa), e pode ser visto na íntegra nesta página. No final da minha montagem, eu colei a famosa parte em que ele diz: “Se querem vir (os britânicos), que venham, ofereceremos batalha!” Eu mesmo traduzi, legendei e montei o novo vídeo, tendo tirado a letra original e a informação histórica da Wikipédia em espanhol. Vejam a montagem duas vezes, lendo uma legenda de cada vez! Seguem abaixo a legendagem, que está postada no meu antigo canal do YouTube, o poema original e a tradução em português:


Tras su manto de neblinas,
No las hemos de olvidar.
“¡Las Malvinas, Argentinas!”,
Clama el viento y ruge el mar.

Ni de aquellos horizontes
Nuestra enseña han de arrancar,
Pues su blanco está en los montes
Y en su azul se tiñe el mar.

Por ausente, por vencido,
Bajo extraño pabellón,
Ningún suelo más querido
De la Patria en la extensión.

¿Quién nos habla aquí de olvido,
De renuncia, de perdón?
¡Ningún suelo más querido,
De la Patria en la extensión!

¡Rompa el manto de neblinas,
Como un sol, nuestro ideal,
Las Malvinas, Argentinas
En dominio ya inmortal!

Y ante el sol de nuestro emblema,
Pura, nítida y triunfal,
Brille ¡oh Patria! en tu diadema,
La perdida perla austral.

¡Para honor de nuestro emblema,
Para orgullo nacional,
Brille ¡oh Patria! en tu diadema,
La perdida perla austral.

____________________


Ocultas em manto nevoado,
Nunca iremos as esquecer.
“Falklands são argentinas!”,
Grita o vento e ruge o mar.

Nem daqueles horizontes
Irão arrancar nossa insígnia,
Pois seu branco está nos montes
E seu azul colore o mar.

Mesmo ausente ou vencido,
Sob uma bandeira estranha,
Não há solo mais querido
Na extensão de toda Pátria.

Quem está falando em esquecer,
Em renunciar ou perdoar?
Não há solo mais querido
Na extensão de toda Pátria!

Nosso ideal, como um sol,
Rompa o manto de neblinas,
Falklands são Argentinas
Num domínio já imortal!

Face ao sol de nosso emblema,
Pura, nítida e triunfante,
Brilhe, ó Pátria, em sua coroa
A pérola perdida do sul!

Para honrar nosso emblema,
Para orgulhar a nação,
Brilhe, ó Pátria, em sua coroa
A pérola perdida do sul!



Tão nem aí pra quem governa esse Paraíso...