sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Putin pacifista no mundo paralelo


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Ilustração tirada a partir de um print da TV Rain.


O ditador genocida Vladimir Putin fez por videoconferência uma aparição pra ler o discurso de abertura da sessão plenária do 25.º Concílio Popular Russo Mundial, ocorrida em Moscou no último 28 de outubro, mas com o político bunkerizado em Sochi, obviamente, já que nem o KPta quer sua companhia. Com a presença e presidência do padre de festa junina patriarca Cirilo da Igreja Ortodoxa Russa, que durante a Era Putin não só se tornou um braço espiritual do Estado terrorista como também tem legitimado a invasão criminosa da Ucrânia, o concílio completou 30 anos de existência, com seu objetivo de discutir o presente e o futuro da Rússia. Como uma organização e fórum públicos internacionais, conta com a participação de membros do governo, líderes de entidades públicas, membros do clero das principais religiões da Rússia, figuras destacadas da ciência e da cultura e delegados de comunidades russas do exterior.

Em meio a seus delírios de Rússia como “civilização à parte” (na verdade, em outro planeta ou mesmo galáxia), Putin parece fazer uma descrição de si mesmo acusando o “Ossidente Malvadaum” de atacá-lo militarmente e adotar “o racismo e o neonazismo” como ideologias oficiais. Claro que ele não diz que os “povos multinacionais” são os primeiros a servirem de carne de canhão em suas pretensões expansionistas, então fique apenas com esta montagem que inclui trechos do documentário Vergüenza y respeto sobre os roma (ciganos) argentinos, mas igualmente uma fonte infinita de memes. Logo abaixo, apenas minha tradução do trecho, sem transcrição em russo (a tela com o novo santo no meio dos ícones é uma piada à parte):


Estamos lutando pela liberdade não apenas da Rússia, mas do mundo inteiro. É nosso país que se encontra agora na vanguarda da formação de uma ordem mundial mais justa. Praticamente, a ideologia oficial das elites ocidentais se tornou hoje a russofobia e outras formas de racismo e de neonazismo. Elas se voltam não somente contra os russos, mas também contra todos os povos da Rússia. Em princípio, o Ocidente não precisa de um país tão grande e multinacional como a Rússia. Nossa diversidade e unidade de culturas, tradições, línguas e etnias simplesmente não se encaixa na lógica dos racistas e colonizadores ocidentais.


Ilomasque respondeu o ditador à altura: