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Jedan dan života e Živela Jugoslavija chegaram rapidamente ao topo das paradas, mas as outras faixas também se tornaram sucessos. O produtor Raka Đokić foi o responsável por essa parceria artística entre Lepa Brena e Miroslav, inspirando uma turnê iniciada no verão de 1985 que proporcionou a venda de 800 mil cópias do álbum. A canção aqui legendada é de autoria de Milutin Popović-Zahar (n. 1938), e Lepa Brena já tinha gravado quatro álbuns em 1982 e 1984, com hits até hoje lembrados, sobretudo, na Sérvia. Na verdade, nem sei de onde veio o áudio do vídeo, mas o original gravado no disco é diferente.
Nome artístico de Fahreta Živojinović (sobrenome de solteira, Jahić), Lepa Brena nasceu em 1960 na cidade bósnia de Brčko, localizada hoje no extremo nordeste da República Sérvia, parte sérvia da Bósnia e Herzegóvina. De família muçulmana, desde 1980 vive em Belgrado e lá começou sua carreira de cantora pop-folk, produtora de talentos e atriz, tornando-se a mulher a vender mais discos na antiga Iugoslávia. Aos 19 anos, começou como vocalista da banda Lira Show e logo se tornaria um dos símbolos da cultura popular iugoslava e, décadas depois, da chamada “iugonostalgia”. Ela saiu da antiga banda em 1991 e pausou a carreira de 2000 a 2008, voltando depois, sobretudo, como uma das mais poderosas produtoras artísticas dos Bálcãs.
Živela Jugoslavija teve recepção muito variada e expressou a única convicção política aberta de Lepa Brena: o apoio à Iugoslávia unida, num tempo em que os nacionalismos já começavam a florescer. O caso de Tito é engraçado entre outros ex-ditadores da Europa, porque é um dos que mais conserva vasta popularidade até hoje, em especial na Eslovênia, devido à sua mística de líder antifascista e libertador nacional. Ainda podem se encontrar lojas com suvenires contendo o rosto do marechal. Casada desde 1991 com o tenista sérvio Slobodan Živojinović, hoje aposentado e com quem teve dois filhos, Lepa Brena sempre causou polêmica étnica por causa do marido e do fato de cantar no dialeto ekavica da língua servo-croata, que daria no sérvio literário moderno. (Na variante ijekavica, base do croata moderno, seu nome artístico seria “Lijepa”.) Ela nunca externou religião, mas sempre foi rejeitada por croatas e bósnios por sua aproximação com a Sérvia.
No canal oficial da artista, existem também os links pras suas redes sociais. Embora o design gráfico do álbum Jedan dan života esteja em alfabeto latino, os traços da linguagem usada são claramente “sérvios” (idioma que hoje usa quase sempre o alfabeto cirílico), mas inteligíveis em toda a antiga Iugoslávia. A partir da letra original com a acentuação correta, eu mesmo traduzi direto do servo-croata (sérvio) e legendei este vídeo, cortando algo do quadro. Seguem abaixo a legendagem que postei na TV Eslavo (YouTube), a letra nos dois alfabetos, latino e cirílico, e a tradução em português:
Kad pogledam naše more Naše reke, naše gore Svu lepotu gde sam rođena I sve što bi reći znala U srcu sam zapisala Živela Jugoslavija I sve što bi reći znala U srcu sam zapisala Živela Jugoslavija Zemljo mira, zemljo Tita Tu je rođen maršal Tito ____________________ Кад погледам наше море Наше реке, наше горе Сву лепоту где сам рођена И све што би рећи знала У срцу сам записала Живела Југославија И све што би рећи знала У срцу сам записала Живела Југославија Земљо мира, земљо Тита Ту је рођен маршал Тито ____________________ Quando olhei para nosso mar, Nossos rios, nossas montanhas, Toda a beleza de onde nasci E tudo o que ela poderia dizer, Registrei em meu coração: Viva a Iugoslávia! E tudo o que ela poderia dizer, Registrei em meu coração: Viva a Iugoslávia! Ó, terra da paz, terra de Tito, Aqui nasceu o marechal Tito, |