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Este é um longo poema antigo meu que escrevi a 9 de julho de 2010, no auge da minha contestação religiosa e leitura de livros ateístas. Espero que gostem! Divulgação livre, desde que citada a fonte e o autor. Uns anos atrás o mandei para publicação na revista eletrônica Arcádia, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/Unicamp), mas eles amigavelmente recusaram dizendo que era ousada hoje em dia a iniciativa de criar uma peça com rima e métrica certinhas, mas que justamente esse formato não combinava com o tema e vocabulário “prosaicos” que eu estava abordando. (Sei bem o que pessoas desacostumadas a ler ou escrever mais de meia página não acham “prosaico”, e sei do deboche com que nossos meios “artísticos” tratam hoje o lado da transpiração exigido outrora pela poesia...)
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Aos que acreditam no além deste mundo,
Advertência dou em boa hora: Porquanto o fim de tudo é o moribundo, Melhor viver com fé o aqui e agora. (*) Tivemos sempre mil necessidades,
Qualquer cultura tinha seu sagrado
Os povos sedentários, mais complexos,
Os deuses clássicos são forte exemplo
Mas coetâneo era o “povo eleito”,
Seu fruto sumo foi um bom profeta
Porém, a consequência foi conforme
A glória deu-se em mãos de um tarsiota
Trezentos anos vão-se, e entra em cena
Em seu entorno reuniu soldados
O mundo, todavia, é mais diverso
Xamãs, Confúcio, Buda e os hindus
Mas permiti-me agora retornar
Na Renascença débil, pois, floresce
Nesse intervalo, um monge irrequieto
Só no contexto revolucionário
A dica, difundida por libelos,
A Aliança Santa, por si só,
Contudo, o Oitocentos da ciência,
Salvar os cânones supersticiosos
Aumenta a gama de contestadores
Por outro lado, o dos aiatolás,
Não nego o mérito de muitos gênios
Os deuses certamente são engodo
Mas mesmo assim me encontro precavido
O relevante, enfim, desta obra nova
O que desejo aqui deixar premente
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(*) Confidências e modéstia à parte, eu queria esta estrofe inscrita em minha lápide...