sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Aula de Serhii Iosypenko (USP 2025)


Endereço curto: fishuk.cc/iosypenko-usp

Em 31 de agosto de 2025, o filósofo ucraniano Serhii Iosypenko (transliterado quase sempre Yosypenko), professor do Instituto de Filosofia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia e da Universidade de Lausanne (Suíça), proferiu uma palestra online em francês, intitulada “24/2/2022: O retorno da guerra em grande escala”. Não sei quando ela vai estar (se estiver um dia) disponível ao público, pois se deu pelo aplicativo Zoom, com link previamente disponibilizado, mas a Folha de S. Paulo gentilmente publicou a tradução da transcrição, ambas feitas por Felipe Freller, sob o título “Por que invasão da Ucrânia, planejada para ser rápida, virou guerra sem fim?”. Doutor em Ciência Política e professor do Departamento de Ciência Política da USP, ele fez a mediação, traduziu simultaneamente a fala de Iosypenko pra quem não entendia francês (e as perguntas em português pro professor) e tornou a atividade muito agradável.

Mesmo sendo a “Foia” um veículo de circulação nacional, decidi malandramente copiar aqui o conteúdo, pois além deles tentarem ao máximo bloquear pra não assinantes, sabe-se lá quando pode lhes dar na louca de mandar o texto pro saco... Fiz alterações redacionais desprezíveis e inclusive mantive a errônea transliteração “Kiev”, um cacoete do jornal que há muito já devia ser trocado por “Kyiv”: afinal, acaso chamamos Putin de “Volodýmyr”, igual fazemos com Zelensky? Os comentários de leitores (até a linha 4) boçais no próprio portal, então, é melhor serem evitados pra prevenir dor de estômago.

Por isso, com todo meu agradecimento aos envolvidos por este presente, pela ocasião proporcionada em agosto e pela iniciativa do recém-fundado Núcleo de Estudos da Ucrânia, do qual um dos objetivos é combater a discriminação fomentada pela Rússia e por sabujos do Kremlin, inclusive dentro da própria USP, segue a palestra. No final da página vai também o cartaz que anunciou o evento e que também publiquei aqui alguns dias antes:


Filósofo ucraniano analisa contexto e particularidades da luta contra Rússia que se arrasta há 3 anos
[RESUMO] Filósofo ucraniano, à luz de conceitos do francês Raymond Aron e das guerras mundiais do século 20, reflete sobre a invasão de seu país pela Rússia, o que iniciou um conflito armado que já dura três anos, com magnitude que não se previa e sem perspectiva clara de fim. O artigo é a tradução de conferência apresentada no Cedec (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea), em parceria com o Núcleo de Estudos da Ucrânia.


Sou um ucraniano nascido e criado na União Soviética, para quem o colapso do império comunista e a independência da Ucrânia foram o início da vida em um mundo novo, pacífico e livre.

Naquela época, em 1991, parecia que os pesadelos da “era dos extremos”, para retomar a expressão do historiador Eric Hobsbawm, pertenciam para sempre ao passado, e que, com o fim do “curto século 20”, a história do último império do Leste Europeu chegava ao fim. Todavia, a guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022, com a invasão russa na Ucrânia, mudou sensivelmente essa visão.

Neste contexto, o trabalho do francês Raymond Aron (1905-1983) adquire uma importância única. Durante o período pós-Guerra Fria, ele foi considerado, principalmente, um filósofo da história, um clássico nas pesquisas sobre ideologias e regimes políticos, notadamente os totalitários, mas também um combatente contra as ilusões comunistas dos intelectuais ocidentais.

O retorno de um conflito armado no solo europeu deu particular relevância a seus estudos sobre a guerra, especialmente sua reflexão sobre as ocorridas no século 20. Particularmente pertinente me parece ser, hoje, seu livro Les Guerres en Chaîne [As Guerras em Cadeia, em tradução livre], de 1951, dedicado à análise da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais e da Guerra Fria.

Com essa inspiração, proponho-me a tratar da Guerra na Ucrânia, que tem atraído a atenção do mundo inteiro desde a invasão em larga escala pela Rússia, concentrando-me menos em suas causas do que no próprio fato em si.

Faço isso não como historiador, que tem o privilégio de trabalhar com eventos já terminados, mas como filósofo da história e “espectador engajado” (retomando a expressão de outro livro de Aron), que está diretamente concernido por esse evento e que vem observando seu desdobramento há mais de 3 anos, vendo-o cada vez por um ângulo novo e inesperado.

Considero esta guerra, antes de mais nada, um evento-surpresa. Contudo, devemos primeiro distinguir a surpresa do ataque da Rússia da surpresa da própria guerra, o que requer duas observações.

Em primeiro lugar, lembro que a invasão russa à Ucrânia não foi algo inédito: tal ataque já ocorrera em fevereiro de 2014, na ocupação da Crimeia. Depois disso e, mais tarde, da anexação da Crimeia e da intervenção da Rússia no leste da Ucrânia, o conflito entre os dois Estados assumiu a forma de uma “guerra híbrida” e, no leste ucraniano, de um conflito armado de “baixa intensidade”.

Quando, no outono de 2021 e inverno de 2021-2022, a Rússia começou a se preparar abertamente para uma nova invasão em larga escala à Ucrânia, sem esconder suas intenções, nem os ucranianos nem o Ocidente acreditaram na realidade desses planos. Tiveram a esperança, até o último dia, de que ainda se tratava de uma chantagem russa.

O fato de tal ataque ter ocorrido não foi apenas uma surpresa, mas também um ponto de virada em nossa percepção das coisas. O que ontem parecia inacreditável e absurdo tornou-se simplesmente um fato consumado.

Consequentemente, desde então, muitos especialistas dizem que tudo estava claro desde o início, que era óbvio que tudo caminhava para tal fim; todos citam as palavras de Putin sobre a “catástrofe geopolítica”, seu discurso em Munique em 2007 etc.

Em minha visão, trata-se do fenômeno que Raymond Aron chamou de “ilusão retrospectiva de fatalidade”. O absurdo de ontem torna-se hoje uma realidade que parece perfeitamente lógica. E corremos o risco de passar de uma ilusão à outra, de “é impossível porque é absurdo” para “é completamente lógico porque aconteceu”.

Sustento, ao contrário, a posição de que surpresas e coisas inacreditáveis e absurdas acontecem na história, e que entender a história é entender seus eventos tais como eles são, em toda a sua improbabilidade.

Há um ponto ainda mais importante aqui. Referências retrospectivas a ações que antes pareciam inacreditáveis assumem frequentemente a forma de justificação e legitimação.

Por exemplo: “Putin exigiu algo, nós não lhe demos, portanto ele não tinha outra escolha além de atacar e ir para a guerra”. Sobre esse ponto, gostaria apenas de salientar que não há nem necessidade nem fatalidade em toda essa cadeia de eventos. Se a insensatez se torna realidade, isso não confere a ela lógica, justificativa ou legitimidade.

Outra observação: um ataque, por si só, não desencadeia necessariamente uma guerra. Para tal fim, tanto o ataque quanto a defesa são necessários. Considerar a guerra não apenas da perspectiva de quem ataca, mas também da de quem se defende, não é uma abordagem nova nem original, embora seja frequentemente negligenciada nas análises.

Como afirma o filósofo francês Vincent Descombes: “A causa da guerra não é a agressão, mas a defesa. A guerra não irrompe porque um povo toma a ofensiva, mas porque um povo se sente ofendido, considera-se em estado de legítima defesa”.

Se os ucranianos não tivessem demonstrado vontade e determinação para se defender, e, principalmente, se não estivessem em condições de resistir eficazmente ao ataque russo em larga escala, a guerra não teria acontecido. Teríamos apenas uma operação de retaliação e de anexação da Ucrânia, incomparavelmente mais brutal do que a operação de anexação da Crimeia em 2014, e muito maior do que a invasão russa à Geórgia em 2008.

Portanto, ao pensarmos como o ataque de 24 de fevereiro de 2022 se transformou em uma guerra em grande escala, é preciso analisar essa cadeia não apenas da perspectiva da lógica das ações ou dos desejos da Rússia e de Putin, mas também do ponto de vista das ações e das aspirações da Ucrânia e dos ucranianos.

Em minha visão, nem o próprio Putin, nem o Ocidente, nem os ucranianos esperavam que a invasão inicial marcasse o início de uma guerra de tal magnitude, intensidade e duração.

Esse ataque de três anos atrás foi planejado segundo o conceito de “choque e terror” – e foi realmente um grande choque psicológico, especialmente para todos aqueles que, como eu, acordaram com o som de explosões. Esse choque, porém, teve um efeito oposto ao previsto: a vontade de resistir. Essa resistência só se transformou em guerra em grande escala após uma série de transformações nas perspectivas e na natureza do conflito.

Desde o início, temia-se que os eventos se desencadeariam segundo o modelo da invasão do Iraque por Estados Unidos e Reino Unido em 2003. A propaganda russa era ainda mais categórica, falando da “tomada de Kiev em 3 dias”. Ao analisar as ações das forças militares russas, podemos concluir que essa fórmula correspondia aos planos reais.

Mais tarde, quando ficou evidente que a estratégia de Putin havia fracassado, surgiu a esperança de que se tratasse de outra opção: de uma espécie de “operação de imposição da paz”, ou seja, de coerção para que a Ucrânia fizesse certas concessões.

As negociações que ocorreram em Istambul, em março de 2022, inscreviam-se perfeitamente na perspectiva de uma operação militar curta e de um armistício rápido, mas seu fracasso se deveu ao fato de que a posição de cada lado era inaceitável para o outro. A Ucrânia podia estar até disposta a discutir certas concessões, mas a Rússia exigia, de fato, a rendição total.

A situação mudou com a retirada das tropas russas no norte da Ucrânia, simultaneamente com o fracasso das negociações em Istambul. A derrota militar em se apossar de Kiev indicou que, apesar do status reivindicado de grande potência, a Rússia se revelou incapaz de conduzir uma “pequena guerra vitoriosa” contra um país muito mais fraco.

Por outro lado, a Ucrânia, qualificada frequentemente de “Estado falido”, mostrou-se capaz de repelir com sucesso um ataque armado em grande escala conduzido por uma pretensa “grande potência”.

Isso determinou uma terceira perspectiva: a de um fim rápido da guerra com uma vitória ucraniana. Com efeito, após uma mobilização massiva e a chegada de armas ocidentais, a Ucrânia libertou Kherson e a região de Kharkiv no outono de 2022.

Após esse sucesso, com a ajuda de aliados, iniciou os preparativos de uma “grande ofensiva” em 2023, a qual deveria privar a Rússia de seu único sucesso real: o corredor terrestre para a Crimeia.

Essa ofensiva, contudo, falhou. Houve outra surpresa: a Rússia provou ser capaz de resistir às sanções ocidentais e, apesar de alguns fracassos, de se mobilizar para uma guerra em grande escala e de longo prazo.

Além disso, começou a aumentar as apostas. Em resposta à contraofensiva de 2022, anexou formalmente quatro regiões ucranianas que, mesmo hoje, ainda não estão inteiramente sob seu controle, e fez do reconhecimento dessa anexação e da “libertação” da parte não ocupada dessas regiões mais uma de suas exigências, que já eram inaceitáveis para a Ucrânia.

A partir do final de 2022, o conflito assumiu definitivamente a forma de uma guerra de atrito: os combates são principalmente de natureza posicional; cidades relativamente pequenas mudam de mãos ao custo de perdas consideráveis; a Rússia bombardeia sistematicamente o conjunto do território ucraniano, com o objetivo de destruir completamente sua infraestrutura de energia e transporte; a Ucrânia, por sua vez, começa progressivamente a bombardear o território russo em resposta.

A guerra entrou em uma fase que, como Aron explicou em seu livro de 1951, a propósito da Primeira Guerra Mundial, “só poderia ter sido evitada por uma vitória-relâmpago de qualquer um dos lados”. Naquele caso, disse o francês, foi “a Batalha de Marne [que] afastou essa possibilidade”.

“As condições para a guerra total estavam postas: bastava uma única oportunidade para que ela irrompesse, e essa oportunidade foi oferecida pelo equilíbrio aproximado de forças”, escreveu. No nosso caso, a transição para essa etapa ocorreu ao longo de 2022.

Em minha visão, temos todas as razões para traçar esse paralelo. O conflito mundial de 1914 a 1918 é uma excelente ferramenta para analisar os dias atuais. Assim como naquela ocasião, a escala, a intensidade e a duração da Guerra da Ucrânia foram uma surpresa completa.

Como relata Aron: “Os ministros e seus conselheiros militares acreditavam que estavam empreendendo uma guerra ‘como as outras’, cujo resultado seria decidido por algumas batalhas de aniquilação. Na verdade, eles estavam engajando os povos em uma longa prova de desgaste. Entre a antecipação e o evento, interveio o que proponho chamar de ‘surpresa técnica’”.

O que hoje poderia ser considerado uma “surpresa técnica”? Antes de responder, é necessário esclarecer: o que seria uma guerra “como as outras”, no nosso caso? Segundo a propaganda, a “operação militar especial” russa é uma guerra “assimétrica” (entre atores com capacidades militares e de organização muito desiguais, como um Estado poderoso contra uma guerrilha ou uma organização terrorista), mas, desde o início, foi concebida como “guerra dissimétrica”, na qual uma grande potência ou uma coalizão de Estados conduz uma operação militar para impor a paz ou restaurar a ordem internacional contra outro Estado com um Exército regular, mas muito menor e mais fraco.

Um exemplo típico disso foi a Guerra no Iraque, em 2003. No entanto, o caso presente se transformou, de maneira inesperada, em uma guerra clássica e, em muitos aspectos, simétrica.

Nossa surpresa consistiu no estabelecimento de um “equilíbrio aproximado de forças”, graças ao qual nenhum dos dois países conseguiu alcançar uma “vitória-relâmpago”.

Esse equilíbrio é determinado pelo fato de que ambos os países conseguiram mobilizar simultaneamente recursos suficientes para uma guerra em que combates de alta intensidade são travados na linha de frente por mais de mil quilômetros. Há uma troca ativa de ataques à distância, uma modernização do Exército e das armas, assim como a expansão permanente do combate para novas zonas e novos espaços.

Como esse “equilíbrio aproximado de forças” de dois países com potenciais tão diferentes, sob todos os pontos de vista, tornou-se possível? Há duas dimensões aqui: uma técnica e outra política.

No que diz respeito à dimensão técnica, convém lembrar que os dois beligerantes são herdeiros da União Soviética e conservaram estoques consideráveis de armas preparadas durante a Guerra Fria. A desproporção entre o potencial técnico e humano da Rússia e o da Ucrânia é compensada pela ajuda ocidental a esta última.

Ao mesmo tempo, essa ajuda tem limites muito evidentes. Políticos, em primeiro lugar: o fornecimento de armas visa apenas “igualar as chances” nos combates – e apenas no território da Ucrânia.

Limites técnicos: verificou-se que os aliados ocidentais, principalmente europeus, não têm armas e munições suficientes para uma batalha de tal magnitude, duração e intensidade.

Em contraste, a Rússia, apoiando-se principalmente sobre seus próprios recursos, muito maiores, em pouco tempo viu-se perante uma escassez de capacidades de produção e, principalmente, de tecnologia, beneficiando-se do fornecimento de armas e munições por parte do Irã e da Coreia do Norte.

A dimensão política dessa surpresa também é determinada pelo fato de que o conflito russo-ucraniano assumiu o caráter de uma “guerra nacional” para ambas as partes, desde 2014. A Ucrânia sofreu um ataque em grande escala de um vizinho mais forte que pretende restaurar o antigo império, inclui-la nele e, assim, privá-la de sua independência.

No caso da Rússia, uma eventual derrota significará o fim do projeto imperial (que, em certo sentido, pode ser visto como uma ideia nacional dos russos), tornando o país um “simples Estado-nação”.

Esse “equilíbrio aproximado de forças” também persiste porque a Rússia continua mantendo a aparência de uma grande potência que trava uma guerra assimétrica ou uma “operação militar especial” (ao mesmo tempo em que recusa chamá-la de “guerra”).

Apesar das perdas humanas significativas, a Rússia não declarou lei marcial (quando uma autoridade militar assume o controle das funções administrativas e judiciais do país) nem mobilização geral para as tropas, como fez a Ucrânia. Recruta em seu Exército sobretudo residentes de regiões desfavorecidas e trabalhadores migrantes estrangeiros. Além disso, desde 2024, tropas regulares da Coreia do Norte estão vindo apoiar as Forças Armadas russas.

Paradoxalmente, outro fator que contribui para o “equilíbrio aproximado de forças” nesta guerra, que se tornou uma guerra total – como define Aron, quando ocorre “mobilização implacável de recursos nacionais e uma corrida por invenções” –, é o status oficial da Rússia como potência nuclear, assim como a dissuasão nuclear por parte do Ocidente, primeiramente dos Estados Unidos.

O histórico conflito da Rússia com o Ocidente tornou-se aberto e adquiriu os traços de uma guerra híbrida (sanções econômicas, ataques cibernéticos, sabotagem, operações psicológicas e entregas de armas). O Ocidente apoia a Ucrânia em sua luta contra a agressão russa, tentando manter um equilíbrio delicado: a Ucrânia não deve perder, mas o Ocidente precisa evitar um confronto direto com a Rússia.

Por sua vez, a Rússia também evita qualquer confronto direto com o Ocidente, embora no plano da retórica política seus líderes só falem nisso.

Assim, por um lado, o status nuclear russo continua sendo uma garantia para evitar a intervenção ocidental direta; por outro, esse status dissuade a Rússia de uma guerra ilimitada contra a Ucrânia, com a utilização de armas nucleares, pois isso acarretaria automaticamente um conflito aberto com os EUA.

Esta guerra tem, portanto, o caráter bastante paradoxal de uma guerra total, mas dentro de certos limites, e não apenas territoriais. Esses limites são determinados pela estrutura do conflito descrita acima, ou seja, pela interseção desses dois níveis – entre a Rússia e a Ucrânia, por um lado, e a Rússia e o Ocidente, por outro –, bem como pelo papel da comunidade internacional e de suas instituições, principalmente o direito internacional e a ONU.

Deve-se notar que a guerra russo-ucraniana permanece uma guerra não declarada, o que deixa certas possibilidades abertas aos beligerantes, por exemplo, a circulação de civis. As partes também trocam regularmente prisioneiros (com a participação de mediadores).

Assim, alguns “pequenos” compromissos são possíveis (com um acordo negociado ou não), mas, por enquanto, não há perspectiva de terminar a guerra com um acordo de paz baseado no entendimento entre os beligerantes.