segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Eslavônio na Desatadora em Campinas


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Hoje no começo da tarde, após ter levado minha mãe e minha avó pra uma consulta oftalmológica em Campinas (moramos em Bragança Paulista), fomos almoçar no restaurante ao lado da capela que fica na mesma rua do Santuário de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Antes de entrar na fila do self-service, notei que na parede acima do balcão de comidas havia um quadro em estilo bizantino, acredito que representando Jesus Cristo, que segurava o livro cuja foto pode ser vista ali no começo.

Pensando tratar-se da língua eslavônia, usada pra evangelização dos eslavos no século 9 pelos santos Cirilo e Metódio, e depois por seus discípulos que criaram o alfabeto cirílico a partir das maiúsculas gregas, consegui interpretar as primeiras palavras como “Vinde a mim todos (os)...”. Já falei outras vezes aqui na página sobre esse idioma ainda usado na liturgia das igrejas ortodoxas eslavas, que guarda algumas semelhanças com o russo, como pode notar quem conhece a língua de Pushkin; na verdade, há alguns anos também estudei as bases do eslavônio, mas parei por falta de tempo.

Digitando a referida frase no Google, acabei encaminhado pra dois versículos do capítulo 11 do Evangelho Segundo Mateus, dos quais segue abaixo uma das traduções que achei na primeira busca. Dado o interesse exatamente pelo texto em eslavônio que foi “tentado” na pintura do restaurante, também procurei uma bíblia que estivesse nessa língua, e fiz com o celular um print dos versículos que também seguem abaixo:


28 Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. 29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.


Como fiz com vários outros contatos, repassei todo esse material pro WhatsApp de um amigo meu paranaense, descendente de ucranianos, que percebeu os erros, mas fez notar que não se podia cobrar correção da pessoa que pintou. Respondi que poderia haver a eventualidade de ser alguém que conhecesse o eslavônio ou ao menos o desenho de suas letras, mas que o mais provável era o/a artista sequer saber do que se tratava a inscrição, rs. E abaixo, um pequeno extra: uma visualização em 360 graus da capela que finalmente fomos visitar!