domingo, 25 de janeiro de 2015

John Kerry lamenta “Charlie Hebdo” em francês


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No dia 7 de janeiro de 2015, o Secretário de Estado dos EUA John Kerry deu uma entrevista condenando o ataque armado de extremistas ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, ocorrido no mesmo dia. Na ocasião, Kerry falou em francês por pouco mais de dois minutos, solidário com o luto dos franceses e proclamando fé na invencibilidade da liberdade de expressão. Na ocasião, o Ministro das Relações Exteriores polonês Grzegorz Schetyna visitava o Departamento de Estado norte-americano para tratar de assuntos estratégicos, por isso a bandeira da Polônia ao fundo, junto com a dos EUA.

Traduzi e legendei o vídeo da mensagem em caráter experimental, testando novas opções de design nas legendas e novas ferramentas de conversão de vídeos. O vídeo original foi baixado do canal YouTube do Departamento de Estado norte-americano e pode ser assistido nesta página. Abaixo, além da transcrição do texto em francês e da tradução em português (sem traços de oralidade e com erros de francês corrigidos), está também o próprio vídeo legendado, no qual sempre são feitas as necessárias adaptações a esse tipo de mídia:


Je veux m’adresser directement aux Parisiens et à tous les Français pour leur dire que tous les Américains se tiennent à leur côté, non seulement dans l’horreur, la colère et la condamnation de ce terrible acte de violence, mais que nous sommes également solidaires de votre engagement dans la bataille, la lutte contre l’extrémisme et de votre détermination à protéger la valeur qui fait si peur à l’extrémisme et qui a toujours uni nos deux pays : la liberté, c’est ça. Aucun pays ne sait mieux que la France que la liberté a un prix, parce que c’est en France que de nombreux idéaux démocratiques ont vu le jour. La liberté d’expression et la liberté de la presse sont des valeurs fondamentales, universelles. Il arrive que ces principes soient attaqués, mais jamais il ne pourront être éradiqués, parce que partout dans le monde des hommes et des femmes se dresseront toujours avec courage contre l’intimidation et la terreur qui voudraient reprendre ceux qui cherchent, et les détruire. Je suis d’accord avec l’imam de France, qui a dit aujourd’hui que les journalistes assassinés sont des « martyres de la liberté ». Les assassins ont proclamé aujourd’hui que « Charlie Hebdo est mort ». Soyez sûrs d’une chose : ils ont tort. Aujourd’hui, demain, à Paris, en France et à travers le monde, le pouvoir de la liberté d’expression vaincra dans la lutte contre l’obscurantisme.

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Quero me dirigir diretamente aos parisienses e a todos os franceses para lhes dizer que todos os americanos estão do seu lado, não somente no horror, na raiva e na condenação deste terrível ato de violência, mas também na solidariedade ao seu empenho na batalha, na luta contra o extremismo e à sua determinação em proteger o valor que dá tanto medo ao extremismo e que sempre uniu nossos dois países: é a liberdade. Nenhum país sabe melhor que a França que a liberdade tem um preço, pois foi aí que nasceram inúmeros ideais democráticos. A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são valores fundamentais, universais. Esses princípios podem ser atacados, mas nunca poderão ser erradicados, pois no mundo inteiro homens e mulheres sempre se oporão com coragem à intimidação e ao terror dos que desejarem censurar e destruir aqueles que investigam. Concordo com o imã da França, que disse hoje que os jornalistas assassinados são “mártires da liberdade”. Os assassinos proclamaram hoje que “o Charlie Hebdo está morto”. Estejam certos de uma coisa: eles se enganam. Hoje e amanhã, em Paris, na França e através do mundo, o poder da liberdade de expressão vencerá a luta contra o obscurantismo.



domingo, 18 de janeiro de 2015

Ianukovych diz por que usa russo na Ucrânia


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Continuando as traduções do ucraniano, estou apresentando uma sugestão dada pela amiga russa Tania Nilova, do Facebook, na época em que eu legendava a entrevista do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovych logo após sua deposição. Nesta outra entrevista, ele justifica por que usa a língua russa nas regiões da Ucrânia onde o russo tem muitos falantes.

Numa coletiva de imprensa a 22 de agosto de 2012 na cidade de Kharkiv (Kharkov, em russo), no leste da Ucrânia, Ianukovych defendia a recém-aprovada “lei das línguas”, que permitia às províncias e cidades escolherem por si, além do ucraniano a nível nacional, uma segunda “língua regional” a ser usada no serviço público e ensinada nas escolas. Embora no leste e no sul a escolha predominante tenha sido pelo russo, o presidente afirmou que o ucraniano não seria prejudicado e prometeu adotar medidas para protegê-lo.

Mesmo assim, um repórter da Radio Svoboda, filial da Rádio Liberdade internacional, pró-Ocidente e sustentada por uma agência de comunicações do governo norte-americano, sugeriu a Ianukovych que a medida teria “rachado” a Ucrânia, e perguntou por que, ao abrir um movimento à independência nacional em Kharkiv naquele dia, ele e outros oradores discursaram em russo, a “língua regional” da cidade. Irritado, o presidente respondeu que falava com as pessoas na língua local, que apenas quem pensava como o repórter é que “rachava” o país e que a “lei das línguas” manteria os serviços públicos iguais para todos. Ianukovych, então, saiu da sala e encerrou a coletiva.

A lei “Sobre as bases da política estatal para as línguas n.° 5029-VI”, também conhecida como “lei das línguas”, foi apresentada ao parlamento da Ucrânia no dia 7 de fevereiro de 2012 pelos deputados Vadym Kolesnichenko e Serhi Kivalov, aprovada em segunda leitura a 3 de julho após muita polêmica e assinada pelo presidente Ianukovych a 8 de agosto, entrando em vigor na data de sua publicação, dia 10 de agosto. Em tese, mantendo o ucraniano como única língua nacional, ela permitia a cada distrito administrativo adotar como “língua regional”, usada e difundida pelo serviço público local, aquela que fosse falada por 10% ou mais da população, mas na prática isso possibilitou uma ampla promoção de status ao russo, falado por muitas pessoas no leste e no sul do país. Apenas algumas localidades promoveram também o húngaro, o romeno e seu dialeto “moldovo”.

A 23 de fevereiro de 2014, na sequência da queda de Ianukovych, o partido “Batkivshchyna” fez aprovar a suspensão da “lei das línguas”, sob críticas de vários governos vizinhos e de organismos europeus. A suspensão foi vetada no dia 28 pelo presidente em exercício Oleksandr Turchynov, que designou uma comissão para elaborar um projeto de lei substitutiva à de 2012, que ainda se encontrava, em janeiro de 2015, no estado de “preparação para assinatura”. O novo presidente Petro Poroshenko julgou “um erro” suspender a lei antiga, mas não deu nenhum veto explícito à sua suspensão.

Quem conhece o russo nota que Ianukovych fala em ucraniano com forte sotaque influenciado por aquela língua. Pró-Rússia, o ex-presidente era conhecido por supostamente falar melhor o russo do que o próprio ucraniano, e seu próprio russo, como se nota na entrevista dele após a deposição, também tem marcas do ucraniano.

A Radio Svoboda também publicou na época sobre a coletiva de imprensa e disponibilizou o vídeo do ocorrido, assim como também foi noticiado na mídia em russo. Leia sobre a “lei das línguas” na Wikipédia em inglês e em russo. Eu traduzi e legendei do ucraniano para o português e tive meu trabalho corrigido por Gianluca Alberti. Logo abaixo há também o próprio vídeo legendado, em que fiz algumas adaptações a esse tipo de mídia, e em seguida, a transcrição em ucraniano e a tradução completa:


REPÓRTER: Скажіть, будь ласка, а... Ухвалення мовного закону і тепер ухвалення рішень у містах, воно роз’єднало, скажімо так, Україну. Спорт з’єднав, а це, можна так сказати, розкололо. Чи це те, чого прагнула Ваша політична сила і головне – скажіть, будь ласка, Ви відкривали сьогодні пам’ятник незалежності України, чому Ви говорили регіональною в Харкові мовою? Дякую.

(Gostaria que dissesse... A aprovação da lei das línguas, e agora a aprovação das decisões das cidades, digamos que desuniram a Ucrânia. O esporte a uniu, mas isso, pode-se dizer, a rachou. Era isso que pretendia seu grupo político? E gostaria em especial que dissesse por que, inaugurando hoje um monumento à independência da Ucrânia, o senhor falou na língua regional de Kharkiv. Obrigado.)

IANUKOVYCH: Я завжди говорю в будь-яких регіонах мовою людей, які там живуть. А розколюють Україну ті, хто вносить такі пропозиції і задають такі питання, без урахування точки зору людей, які живуть на цій землі. Я завжди був и буду прихильником того, щоб розуміння було в державі, і злагода, незалежно від того, в якому регіоні жили люди. Фінансування, відношення до людей, соціальні програми – вони для всіх будуть однакові... І Ви, як молода людина, про це також щоб Ви почули, і всім іншим розповіли: ми ніколи не будемо ділити людей в залежності від того, хто якою мовою розмовляє і в якому регіоні живе. Всі люди однакові.

(Em qualquer região eu sempre falo na língua das pessoas que vivem aí. Quem racha a Ucrânia são os que exprimem asserções e fazem perguntas como essas, sem considerar o ponto de vista de quem mora nesses lugares. Sempre fui e vou ser favorável a que haja entendimento e acordo no país, independente da região em que as pessoas residem. Financiamentos, atendimento ao povo, programas sociais, tudo será igual para todos... E você, como um jovem rapaz, deve também escutar e contar a todos os outros sobre isto: jamais vamos repartir a população conforme a língua em que conversa e a região em que habita. Todas as pessoas são iguais.)

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Nota (1/2/2015): A ucraniana Olga Zasimovych também me mandou depois pelo Facebook algumas sugestões quanto à tradução, mas eram bem poucas e não invalidam o que é lido acima. Mesmo assim, posto aqui suas opções:

  • a aprovação das decisões das cidades = a aprovação destas decisões nas cidades
  • pode-se dizer, a rachou = pode-se dizer, a dividiu
  • Quem racha a Ucrânia são os que exprimem asserções e fazem perguntas como essas = Quem divide a Ucrânia são aqueles que fazem este tipo de proposição e perguntas como essa
  • acordo = bem-estar
  • jovem rapaz, deve = rapaz jovem, deveria
  • repartir a população conforme a língua em que conversa = segregar a população de acordo com a língua falada

domingo, 11 de janeiro de 2015

Natalia Buchynska – Перемога (Vitória)


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Iniciando as comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, postei como primeiro vídeo de 2015 a primeira produção que traduzi diretamente do ucraniano, sem o intermédio de nenhuma outra tradução. Esta linda canção se chama “Перемога” (Peremoha), palavra que em ucraniano significa “Vitória”. E ela trata justamente da vitória dos soviéticos, nesta canção representados pelos ucranianos, sobre o Eixo na Segunda Guerra, com a qual a população da antiga URSS tanto sofreu. É interpretada pela cantora ucraniana Natalia Buchynska, teve a letra escrita por Yuri Rybchynsky e a melodia composta por Nikolo. Foi gravada em seu álbum Divchyna-vesna (Garota-primavera), de 2004.

Natalia Liubomyrivna Buchynska, também conhecida em russo como Natalia Liubomirovna Buchinskaya, é uma cantora que nasceu na cidade de Lviv em 1977, quando a Ucrânia ainda era uma república socialista soviética. Também em 2004, recebeu o título de Artista Popular da Ucrânia. Ao postar o vídeo, pretendi que a música aquecesse um pouco os corações dos brasileiros que admiram a Rússia e a Ucrânia, ou um dos dois, ou mesmo daqueles que vieram desses países para viver no Brasil, e os fizesse entender que todos os povos da antiga URSS tiveram colaboração na derrota dos nazistas e que os russos não podem se arrogar o monopólio do antifascismo, e nem os ucranianos podem ser acusados de colaboracionismo em bloco: havia mocinhos e bandidos dos dois lados.

Achei bonito comentar uma dica de tradução que me deu Iván Kindra, um amigo ucraniano do Facebook. No refrão, a frase “Свято миру, свободи, весни!” significa literalmente “Festa de paz, liberdade e primavera!”. Como não julguei sonora para um brasileiro a inserção da palavra “primavera” aí, eu quis substituir por “renascimento”, e Iván não só me disse que “renascimento” literalmente seria “відродження” como escreveu: “Aqui no Brasil, a primavera não significa praticamente nada, mas lá na Ucrânia, onde o inverno ‘mata tudo’, a primavera, como estação do renascimento, é importantíssima!”. Portanto, deixei a palavra, pela importância que tinha para os ucranianos.

A letra em ucraniano pode ser lida nesta página, mas abaixo também há uma cópia. Esse site onde está a letra, no geral, também é muito bom, pois tem inúmeras canções em ucraniano de vários gêneros, com todas as informações sobre sua produção. Logo abaixo, o vídeo legendado:


В цей день цвітуть салюти і чути дзвін пісень,
Не дай нам Бог забути який сьогодні день,
Не дай нам Бог забути, не дай нам Бог забути,
Не дай нам Бог забути про цей травневий день.
Страшні чотири роки ми йшли до цього дня,
Всі муки і тривоги ми випили до дна,
Крізь муки і тривоги ми йшли чотири роки,
Ми йшли до перемоги, а з нами йшла весна.

Приспів:
Перемога свята, перемога!
Свято миру, свободи, весни!
Чом тоді мої очі вологі?
Бо не всі повернулись з війни.
Сплять мільйони загиблих в окопах,
Це моєї країни сини.
Де була б ти сьогодні Європа?
Де була б ти якби не вони?

В цей день оркестри грають на радість дітворі,
І знову серце крають мелодії старі.
В цей день оркестри грають і знову серце крають,
І знову серце крають мелодії старі.
І сиві ветерани згадавши ту війну,
В цей день кладуть тюльпани до Вічного вогню.
І сиві ветерани в цей день кладуть тюльпани,
В цей день кладуть тюльпани до Вічного вогню.

(Приспів)

Сплять мільйони загиблих в окопах,
Це моєї країни сини.
Де була б ти сьогодні Європа?
Де була б ти якби не вони?
Перемога свята, перемога!
Свято миру, свободи, весни!

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Neste dia florescem salvas militares e ressoam canções,
Deus não nos deixe esquecer que dia é hoje,
Deus não nos deixe esquecer, Deus não nos deixe esquecer,
Deus não nos deixe esquecer este dia de maio.
Passamos quatro anos terríveis antes deste dia,
Sofremos ao máximo todos os tormentos e horrores,
Por entre tormentos e horrores passamos quatro anos,
Marchando até a vitória, e conosco ia a primavera.

Refrão:
Vitória, sagrada vitória!
Festa de paz, liberdade e primavera!
Por que então meus olhos estão marejados?
Porque nem todos voltaram da guerra.
Milhões dormem mortos nas trincheiras,
São filhos da minha pátria.
Onde você estaria hoje, Europa?
Onde você estaria se não fossem eles?

Neste dia orquestras tocam para a alegria das crianças,
E antigas melodias cortam novamente o coração.
Neste dia orquestras tocam e novamente cortam o coração,
E antigas melodias cortam novamente o coração.
E os veteranos grisalhos, relembrando essa guerra,
Neste dia colocam tulipas junto ao Fogo Eterno.
E os veteranos grisalhos neste dia colocam tulipas,
Neste dia colocam tulipas junto ao Fogo Eterno.

(Refrão)

Milhões dormem mortos nas trincheiras,
São filhos da minha pátria.
Onde você estaria hoje, Europa?
Onde você estaria se não fossem eles?
Vitória, sagrada vitória!
Festa de paz, liberdade e primavera!

(Refrão)



domingo, 4 de janeiro de 2015

Hino da República Popular de Donetsk


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Esta canção, intitulada Vstavai, Donbass! (Levante-se, Donbass!), foi composta no início de 2014 pelo grupo local de punk-rock Den Triffidov para ser o Hino Nacional da República Popular de Donetsk, proclamada por guerrilheiros pró-Rússia na região do Donbass, no leste da Ucrânia, e de legitimação escorada em referendo popular. Embora a canção ainda seja considerada o hino dessa república, as informações a respeito são bem díspares na mídia em língua russa.

Em 14 de abril de 2014, foi lançada como “hino oficial” da República de Donetsk a canção Vstavai, Donbass!, imediatamente anunciada no noticiário de língua russa e postada no YouTube em algumas versões de clipes cantados pela banda de punk-rock Den Triffidov, conhecida por suas canções de cunho social e nacionalista e atuante especialmente na própria região do Donbass. A autoria é atribuída à própria banda, que buscou fazer uma composição que exaltasse o espírito patriótico local e estimulasse os soldados no combate.

Den triffidov é a tradução russa do romance de ficção científica The Day of the Triffids (ou O dia das trífides), publicado em 1951 pelo autor inglês John Wyndham e em cuja história os habitantes da Terra, tendo se tornado cegos, permitem o espalhamento de sementes de “trífides”, plantas carnívoras devoradoras de humanos supostamente desenvolvidas na União Soviética. Seguindo o clima da “guerra fria” com as lembranças ainda vivas do conflito mundial, o livro retrata os EUA como salvadores do mundo e a Rússia como um país obscuro, fechado, em que não por coincidência ainda vigorava na biologia o paradigma lysenkista, reputado como a causa de vários fracassos em colheitas e outros atrasos científicos. Contudo, a banda Den Triffidov, que se proclama “uma das mais célebres da Ucrânia”, parece ter ganhado maior visibilidade apenas com a composição de Vstavai, Donbass!, sendo que nem criador nem criatura tinham sequer artigo na Wikipédia em russo ao terminar 2014.

Apesar do sucesso e muitas visualizações que os vídeos com a canção ganharam, a escolha do hino da República de Donetsk, e depois da Nova Rússia, continuou em aberto. Em outubro de 2014, o governo rebelde da região tencionava pedir ajuda a ligas de artistas e compositores da Rússia para compor seu hino, e no dia 27, contrariando proibições do governo ucraniano de entrar no país, Iosif Kobzon, cantor, deputado e assessor cultural da Duma Estatal russa, deu shows em Donetsk e Luhansk nos quais apresentou a própria versão para um “hino do Donbass”, em disputa com outras 30 composições. A música, chamada Moskva – Donbass (Moscou – Donbass), é por vezes indicada como “hino” em noticiários, mas não se encontram nos buscadores seu texto ou seu uso posterior. Kobzon, proclamado Artista Popular da URSS em 1987, nasceu na província de Donetsk em 1937 e é conhecido por seu estreito alinhamento a Putin, tendo chamado o novo governo ucraniano de “fascista” e perdido o título de “cidadão honorário” de várias cidades da Ucrânia.

Embora se previsse que o Parlamento da República de Donetsk aprovaria um hino oficial até o final de 2014, nada mais se publicou sobre o assunto depois de outubro, e na Wikipédia em russo Vstavai, Donbass! ainda consta como hino tanto da República de Donetsk quanto da República Popular de Luhansk (em russo, Lugansk), ambas componentes da Nova Rússia proclamada pelos insurgentes.

Uma versão russa em texto, além de um dos vídeos da banda Den Triffidov, podem ser vistos nesta página, mas como de costume, postei também aqui o texto da canção, seguido de sua tradução em português. Logo abaixo, o vídeo pro qual praticamente não fiz alterações na letra, já que com música temos limites mais flexíveis pra fazer legendagem. O vídeo que usei já veio com as legendas em russo, e inseri abaixo as legendas em português. Nele parece haver umas poucas divergências entre os textos e a fala em russo, mas considerei o texto daquele link anterior pra escrever as legendas:



1. Полощет ветер флаги перемен
Донбасс готов врага с земли смести
Он как боец поднимется с колен
Чтоб вновь свободу обрести

Припев:
Отступать больше некуда
Так бывало не раз
Возродится Отечество!
Возродится Донбасс!

2. Донбасс устал, но духом он не пал
К земле прижался лишь передохнуть
У нас народ и крепок и удал
К победе светел наш нелегкий путь

(Припев)

3. Вставай, Донбасс, рабочий исполин!
И вдоль дорог среди шипов и роз
Возьми всю силу матушки Руси
И мир увидит твой гигантский рост

(Припев)

Возвратится в Отечество
Возрожденный Донбасс...

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1. O vento agita as bandeiras das mudanças
O Donbass está pronto para varrer o inimigo da Terra
Como um combatente, ele se reerguerá
Para ganhar novamente a liberdade

Refrão:
Não há mais para onde recuar
E essa não é a primeira vez
A Mãe-Pátria renascerá!
O Donbass renascerá!

2. O Donbass está cansado, mas não desanimado
E se deitou apenas para retomar fôlego
Nosso povo é firme e valente
Nosso árduo caminho à vitória é radiante

(Refrão)

3. Levante-se, Donbass, gigante operário!
E pelos caminhos entre rosas e espinhos
Tome toda a força da Amada Rússia
E o mundo verá como você é gigantesco

(Refrão)

Retornará à Mãe-Pátria
O Donbass renascido...