tag:blogger.com,1999:blog-91130597273115998192024-03-18T21:12:17.921-03:00Traduções de Erick FishukNesta página publico traduções, artigos, reflexões e poemas a cada 2 dias. Escreva ou faça um pix: erick@fishuk.ccErick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comBlogger974125tag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-28528875360570488782024-03-17T09:00:00.004-03:002024-03-17T09:00:00.122-03:00Pânico moral na cabeça do Putin<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/panicomoral target=_blank>fishuk.cc/panicomoral</a></b><br><br><br><img height="312" width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPz3g128I4kWLH0UgzgApRMEdwvrCaXqZjTH0S29gZrLZnU0BjqJf4kUMcO1dO-vmX-8H5u8CQeHQZpF_Fj16jz7mTlkXuFaxpBTIHReWgAjHtz4NriyMM2Pa9Z4gBgU-O_ao3Zdh0WhlJrzBFpwqvpUHbHKKtsu4g5GO7Cej7r7I5vWbzQ1fxnVYwBCJz/s1600/lgbt%20putin.png"></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Quem conhece a história da “mamadeira de piroca” nas eleições de 2018, ou mesmo da maconha que FHC colocaria nas lancheiras das crianças paulistanas, segundo seu concorrente vitorioso Jânio Quadros em 1984, sabe que essas em geral são projeções dos próprios desejos reprimidos sobre os adversários ou desafetos em todos os domínios. Os vídeos delirantes de Olavo de Carvalho contra a diversidade de gênero, de sexo, de religião e de ideologia política – mas notadamente seu temor contra o “gayzismo”, um suposto plano de dominação mundial pelos homossexuais – revelam sua inabilidade em lidar com o diferente e a opção por relegá-lo ao campo da patologia, da perversidade ou mesmo do crime.
<p>O cachimbador de estrume seco detestava Putin e o ideólogo Dugin, mas certamente não acharia tão ruim viver numa Rússia que praticamente está executando repressões baseadas em todo tipo de neurose recalcada no finado campineiro. Hoje terminam as eleições que, estranhamente durando mais de um dia pra um país com bem menos eleitores que o Brasil, na verdade só servem pra dar uma aparência de legalidade a uma ditadura cada vez mais terrorista e que, segundo especialistas, ainda não alcançou a de Stalin em sufocamento social, mas já passou a Era Brezhnev. Os outros três “candidatos” na verdade não querem eles mesmos ganhar, e seus próprios “programas” não ficariam devendo nada ao de um Rússia Unida da vida.
<p>No canal do YouTube de Nikolái Kharitónov, por exemplo, deputado federal e candidato pelo partido comunista que vai enfim substituir o encarquilhado Gennádi Ziugánov, toda uma propaganda de 6 minutos é dedicada a ameaçar quem não for votar (em Putin, claro, pois todos dão no mesmo) de estar ajudando pra criar na Rússia de 2036 uma “ditadura <i>gay</i>” (que eles chamam de “valores ocidentais”), igualzinha à que o Malafaia temia aqui. É claro que o <i>trend</i> atual em Moscou é ser reacionário e xenofóbico, e é claro que a URSS, nisso que hoje chamamos rasteiramente de “pautas identitárias”, estava longe de ser um exemplo, muito pelo contrário. Mas é absolutamente absurdo que, só pra fazer birra contra os EUA e o “Ocidente genérico”, muitos dos ditos “esquerdistas”, “marxistas” e mesmo “comunistas” na Banânia passem pano pra quem destruiria exatamente o tipo de sociedade que permite defender o que (ainda de libertário) eles defendem...
<p>Não vou fazer propaganda de stalinista. As versões que seguem aqui são do <i>site</i> em russo da Rádio Liberdade (Radio Svoboda), sob a narração da repórter Meláni Báchina, e incluem também uma propaganda do governo em que a mulher ameaça o homem devido à possibilidade de cortarem benefícios sociais. O resumo do vídeo (ou das fantasias...) de Kharitonov dispensa tradução, a não ser o fato de que se vive na Rússia de 2036 e que o velho censura o moço por não ter ir votado. A rua com placa azul se chama “<i>Gays</i> Libertadores, 69”, e o mais engraçado é que o canal do comuna foi invadido por <i>trolls</i> que perguntavam em russo: “Como faço pra morar na rua <i>Gays</i> Libertadores?”, “Em quem voto pra viver nesse país?”, rs.
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1T8GgUq-paMdVzLbaDzOrGb2dltJpsjkA/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1cbNaIFvWwKFhesoAt8Qy_8g0gAoQyQLo/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<p><br>Mudando um pouquinho de assunto: no meio de algumas pesquisas, achei este meme a respeito da segurada de dinheiro pelo Congresso dos EUA pra ajudar militarmente a Ucrânia, preferindo ajudar Israel. O ex-humorista diz: “Você me prometeu!” Biden: “É pros judeus!” Zelensky: “Eu também sou judeu!”
<div style="text-align: center;"><br><img height="504" width="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCEJRJy0OiQlsTRefNYgbAtzlvVtIHC_HkxX7FqkW4PzfqK61c0erdSKJ2W1ZcIFOBg-yueYcWS3txomERO1O-MMWuDmQs7taSVIW-fepGBPpO4aZIM8nwmgm-JO6I16J_CfACcKp4xA-uDmGpboLTEoTZUn-fVJbxRPSSVxpkfjOWbY-0OhpE3-PgbLv/s1600/zelensky%20biden.jpg"></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-74907916092696536912024-03-15T23:03:00.000-03:002024-03-15T23:03:02.784-03:00MEU PRIMEIRO LIVRO TRADUZIDO!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/rur-aleph target=_blank>fishuk.cc/rur-aleph</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><img height="540" width="350" src="https://editoraaleph.com.br/wp-content/uploads/2024/02/alp_RURbrochura_648x1000.jpg" hspace="10" align="left">Nas próximas semanas, assim como você já viu nesta que passou, não vou poder mais postar com tanta frequência, mas tô aproveitando um tempinho pra anunciar esta grande notícia: finalmente já está na <a href=https://editoraaleph.com.br/produto/r-u-r-pre-venda-03-05 target=_blank>pré-venda</a> a tradução direta do checo da famosa peça <i>R.U.R. – Os Robôs Universais de Rossum</i>, do dramaturgo Karel Čapek, que fiz no segundo semestre de 2018, mas que devido aos azares da pandemia, só vai poder sair em abril! Provavelmente a primeira tradução feita diretamente da língua eslava, sem ser por intermédio do inglês nem uma adaptação do texto original, como se fez no passado. Recebi hoje meu exemplar de cortesia e está ótimo, é um grande orgulho ver minha primeira tradução completa publicada com este <i>nom de plume</i> que você conhece. Não é apenas parcialmente, de alguns textos, como foi o caso dos <i>Manifestos Vermelhos</i> organizados por Daniel Aarão Reis, com quem também tive a honra de contar como membro de minha banca de doutorado no último dia 30 de janeiro.
<p>Em meados de 2016, minha ideia foi começar a estudar checo pra traduzir coisas relativas à Primavera de Praga, em 1968, que completaria 50 anos em 2018. Porém, em meados de 2017, devido ao início do doutorado e de outras ocupações, tive de largar, mas na primeira metade de 2018, foi oferecido um serviço de tradução do checo numa lista de <i>e-mails</i> pra tradutores, sem mais detalhes. Como eu tinha algum conhecimento, fui atrás e a Editora Aleph me apresentou o trabalho. Até pesquisei pra saber mais do autor e da obra, na qual pela primeira vez apareceu a palavra “robô”, embora se diga que ela foi uma sugestão do irmão de Karel, rs. E enquanto traduzia (que é uma atividade em grande parte mecânica), paralelamente voltei a estudar mais a gramática, o ritmo foi acelerando à medida que eu progredia, e <i>voilà</i>!
<p>Recomendo mesmo que comprem esta raridade, pra prestigiar o grande trabalho da editora, que ainda por cima, não sei por que colocou na capa este menininho que é praticamente minha cara quando eu era criança, rs. Mas sugiro que vejam o trabalho completo de capa no <i>site</i> e no Instagram da Aleph, pois ele traz uma pequena surpresinha, embora só exista na versão brochura, e não de capa dura:
<blockquote class="instagram-media" data-instgrm-captioned data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/C4iTCNrM3l6/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14" style=" background:#FFF; border:0; border-radius:3px; box-shadow:0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width:540px; min-width:326px; padding:0; width:99.375%; width:-webkit-calc(100% - 2px); width:calc(100% - 2px);"><div style="padding:16px;"> <a href="https://www.instagram.com/p/C4iTCNrM3l6/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading" style=" background:#FFFFFF; line-height:0; padding:0 0; text-align:center; text-decoration:none; width:100%;" target="_blank"> <div style=" display: flex; flex-direction: row; align-items: center;"> <div style="background-color: #F4F4F4; border-radius: 50%; flex-grow: 0; height: 40px; margin-right: 14px; width: 40px;"></div> <div style="display: flex; flex-direction: column; flex-grow: 1; justify-content: center;"> <div style=" background-color: #F4F4F4; border-radius: 4px; flex-grow: 0; height: 14px; margin-bottom: 6px; width: 100px;"></div> <div style=" background-color: #F4F4F4; border-radius: 4px; flex-grow: 0; height: 14px; width: 60px;"></div></div></div><div style="padding: 19% 0;"></div> <div style="display:block; height:50px; margin:0 auto 12px; width:50px;"><svg width="50px" height="50px" viewBox="0 0 60 60" version="1.1" xmlns="https://www.w3.org/2000/svg" xmlns:xlink="https://www.w3.org/1999/xlink"><g stroke="none" stroke-width="1" fill="none" fill-rule="evenodd"><g transform="translate(-511.000000, -20.000000)" fill="#000000"><g><path d="M556.869,30.41 C554.814,30.41 553.148,32.076 553.148,34.131 C553.148,36.186 554.814,37.852 556.869,37.852 C558.924,37.852 560.59,36.186 560.59,34.131 C560.59,32.076 558.924,30.41 556.869,30.41 M541,60.657 C535.114,60.657 530.342,55.887 530.342,50 C530.342,44.114 535.114,39.342 541,39.342 C546.887,39.342 551.658,44.114 551.658,50 C551.658,55.887 546.887,60.657 541,60.657 M541,33.886 C532.1,33.886 524.886,41.1 524.886,50 C524.886,58.899 532.1,66.113 541,66.113 C549.9,66.113 557.115,58.899 557.115,50 C557.115,41.1 549.9,33.886 541,33.886 M565.378,62.101 C565.244,65.022 564.756,66.606 564.346,67.663 C563.803,69.06 563.154,70.057 562.106,71.106 C561.058,72.155 560.06,72.803 558.662,73.347 C557.607,73.757 556.021,74.244 553.102,74.378 C549.944,74.521 548.997,74.552 541,74.552 C533.003,74.552 532.056,74.521 528.898,74.378 C525.979,74.244 524.393,73.757 523.338,73.347 C521.94,72.803 520.942,72.155 519.894,71.106 C518.846,70.057 518.197,69.06 517.654,67.663 C517.244,66.606 516.755,65.022 516.623,62.101 C516.479,58.943 516.448,57.996 516.448,50 C516.448,42.003 516.479,41.056 516.623,37.899 C516.755,34.978 517.244,33.391 517.654,32.338 C518.197,30.938 518.846,29.942 519.894,28.894 C520.942,27.846 521.94,27.196 523.338,26.654 C524.393,26.244 525.979,25.756 528.898,25.623 C532.057,25.479 533.004,25.448 541,25.448 C548.997,25.448 549.943,25.479 553.102,25.623 C556.021,25.756 557.607,26.244 558.662,26.654 C560.06,27.196 561.058,27.846 562.106,28.894 C563.154,29.942 563.803,30.938 564.346,32.338 C564.756,33.391 565.244,34.978 565.378,37.899 C565.522,41.056 565.552,42.003 565.552,50 C565.552,57.996 565.522,58.943 565.378,62.101 M570.82,37.631 C570.674,34.438 570.167,32.258 569.425,30.349 C568.659,28.377 567.633,26.702 565.965,25.035 C564.297,23.368 562.623,22.342 560.652,21.575 C558.743,20.834 556.562,20.326 553.369,20.18 C550.169,20.033 549.148,20 541,20 C532.853,20 531.831,20.033 528.631,20.18 C525.438,20.326 523.257,20.834 521.349,21.575 C519.376,22.342 517.703,23.368 516.035,25.035 C514.368,26.702 513.342,28.377 512.574,30.349 C511.834,32.258 511.326,34.438 511.181,37.631 C511.035,40.831 511,41.851 511,50 C511,58.147 511.035,59.17 511.181,62.369 C511.326,65.562 511.834,67.743 512.574,69.651 C513.342,71.625 514.368,73.296 516.035,74.965 C517.703,76.634 519.376,77.658 521.349,78.425 C523.257,79.167 525.438,79.673 528.631,79.82 C531.831,79.965 532.853,80.001 541,80.001 C549.148,80.001 550.169,79.965 553.369,79.82 C556.562,79.673 558.743,79.167 560.652,78.425 C562.623,77.658 564.297,76.634 565.965,74.965 C567.633,73.296 568.659,71.625 569.425,69.651 C570.167,67.743 570.674,65.562 570.82,62.369 C570.966,59.17 571,58.147 571,50 C571,41.851 570.966,40.831 570.82,37.631"></path></g></g></g></svg></div><div style="padding-top: 8px;"> <div style=" color:#3897f0; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:550; line-height:18px;">Ver essa foto no Instagram</div></div><div style="padding: 12.5% 0;"></div> <div style="display: flex; flex-direction: row; margin-bottom: 14px; align-items: center;"><div> <div style="background-color: #F4F4F4; border-radius: 50%; height: 12.5px; width: 12.5px; transform: translateX(0px) translateY(7px);"></div> <div style="background-color: #F4F4F4; height: 12.5px; transform: rotate(-45deg) translateX(3px) translateY(1px); width: 12.5px; flex-grow: 0; margin-right: 14px; margin-left: 2px;"></div> <div style="background-color: #F4F4F4; border-radius: 50%; height: 12.5px; width: 12.5px; transform: translateX(9px) translateY(-18px);"></div></div><div style="margin-left: 8px;"> <div style=" background-color: #F4F4F4; border-radius: 50%; flex-grow: 0; height: 20px; width: 20px;"></div> <div style=" width: 0; height: 0; border-top: 2px solid transparent; border-left: 6px solid #f4f4f4; border-bottom: 2px solid transparent; 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overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/C4iTCNrM3l6/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading" style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;" target="_blank">Uma publicação compartilhada por Aleph (@editoraaleph)</a></p></div></blockquote> <script async src="//www.instagram.com/embed.js"></script></div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-4797426278261398052024-03-12T09:00:00.027-03:002024-03-12T09:00:00.130-03:00“Evidências” (Ch&X) em esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/evidencias target=_blank>fishuk.cc/evidencias</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Eis o segundo sucesso musical sertanejo desta semana, uma das peças pioneiras da mistura entre estilos tradicionais e música <i>pop</i>! Esta canção se chama <i><a href=https://www.letras.mus.br/chitaozinho-e-xororo/768469 target=_blank>Evidências</a></i> e foi gravada primeiramente pelo cantor Leonardo Sullivan no ano de 1989, cuja versão, porém, não foi reconhecida nacionalmente. Só em 1990 a dupla Chitãozinho & Xororó atingiu sucesso geral com ela, cujos compositores foram José Augusto (melodia) e Paulo Sérgio Valle (letra). Como a gravação ocorreu no fim de 1990, a canção foi amplamente difundida pela TV em 1991 e se tornou um dos sucessos mais conhecidos da dupla. Nos anos seguintes, ela recebeu versões de outros cantores brasileiros e também foi gravada em espanhol pelas cantoras mexicanas Ana Gabriel e Lucero. Ainda hoje os brasileiros curtem a canção, a cantam em festas de família e a ouvem em propagandas, programas de humor e até memes. Fiz a base da tradução de 3 a 5 de fevereiro de 2024, mas só a completei em 29 de fevereiro e fiz pequenas correções em 2 de março. Leia abaixo uma pequena introdução em esperanto, minha tradução e o belo áudio original!
<p><br>Jen la dua sukceso de la brazila kampara muziko (“sertaneja”) en ĉi tiu semajno, unu el la pioniraj pecoj de la miksaĵo inter tradiciaj stiloj kaj pop-muziko! Ĉi tiu kanzono nomiĝas <i><a href=https://www.letras.mus.br/chitaozinho-e-xororo/768469 target=_blank>Evidências</a></i> (<i>Evidenteco</i> aŭ <i>Evidentaĵo</i>) kaj estis unue registrita de la kantisto Leonardo Sullivan en la jaro 1989, kies versio tamen ne estis tutnacie rekonata. Nur en 1990 la duopo Chitãozinho & Xororó atingis ĝeneralan sukceson kun ĝi, kies komponistoj estis José Augusto (melodio) kaj Paulo Sérgio Valle (teksto). Ĉar la registro okazis en la fino de 1990, la kanzono estis vaste propagita per la televido en 1991 kaj fariĝis unu el la plej konataj sukcesoj de la duopo. En la sekvintaj jaroj, ĝi ricevis versiojn de aliaj braziliaj kantistoj kaj ankaŭ estis registrita en la hispana lingvo de la meksikaj kantistinoj Ana Gabriel kaj Lucero. Ankoraŭ nuntempe gebrazilanoj ĝuas la kanzonon, kantas ĝin en familiaj festoj kaj aŭdas ĝin en propagandoj, komikaj programoj kaj eĉ memeoj. Mi faris la bazon de la Esperanta traduko de la 3-a al la 5-a de februaro 2024, sed fine kompletigis ĝin nur la 29-an de februaro kaj alportis korektetojn la 2-an de marto. Ĉi-sube vi povas legi mian tradukon kaj poste aŭdi la belan kanzonon en la portugala lingvo:</div>
<div style="text-align: center;"><br><img src="https://3.bp.blogspot.com/-Xh9JMz3tyI0/Vsu2FVeJZLI/AAAAAAAAmAY/bdTR4oo5gCg/s1600/70q5eullyv_6bqgvtu9o0_file.jpeg" title="Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-Xh9JMz3tyI0/Vsu2FVeJZLI/AAAAAAAAmAY/bdTR4oo5gCg/s1600/70q5eullyv_6bqgvtu9o0_file.jpeg" width="490" height="367"><br><i>Um dos rolês mais aleatórios já registrados na história: Tonico & Tinoco, Sérgio Mallandro, Ayrton Senna e Chitãozinho & Xororó, rs!</i></div>
<table border=0 style="margin: auto;"><tr><td><div style="text-align: center; font-size: 22px;"><p><br><b>L’ evidenta</b></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Se mi diras, ke mi plu ne amas vin
<br>Vere mi vin amas
<br>Se mi diras, ke mi plu ne volas vin
<br>Vere mi vin volas
<br>Mi timas diri: Via estas mia kor’
<br>Kaj montri, ke vi min subigas per kontrol’
<br>Sed en mia penso ne aperas la destin’
<br>Sen via amĉeesto
<p>Mi forpelas vin, forlasi provas vin
<br>Sed finfine cedas
<br>Mi pretendas, ke mi estas aliul’
<br>Sed finfine neas
<br>La frenezeco pro vi: jen la tuta ver’
<br>Kaj vin forlasi devas esti ne afer’
<br>Mi agnoskas, ke ne estas eble plu
<br>Detrui la komunan neston
<p>En tiu deliro
<br>Kiam mi ne vin akceptas
<br>La videbla neglektiĝas
<br>L’ evidenta forkasiĝas
<br>Mia masko prete falas
<br>Ĉar ne povas plu trompiĝi mia kor’
<br>Mi nepre vin amas
<p>L’ iluzi’ sufiĉas
<br>Ne sin tenas la deziro
<br>Mi vin volas pli ol ĉion
<br>Al mi mankas via kiso
<br>Mi oferas mian vivon
<br>Por ke via volo farus min adres’
<br>Mi volas aŭdi nur vin diri: Jes
<p>Estu sincera
<br>Pri l’ manko vera
<br>Konstanta estas mi en via pens’
<br>Estu sincera
<br>Pri l’ manko vera
<br>Nur mia vin ĝojigas la kares’</div></td></tr></table>
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://youtube.com/embed/etHo9ZOGgdY" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-19031710745608936202024-03-10T09:00:00.041-03:002024-03-10T09:00:00.128-03:00Boate Azul/Amuzeja Blu’ em esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/boateazul target=_blank>fishuk.cc/boateazul</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Eis uma interessantíssima peça musical! Esta é minha tradução poética ao esperanto da celebérrima canção sertaneja <i><a href=https://www.letras.mus.br/joaquim-e-manuel/46609 target=_blank>Boate Azul</a></i>, gravada em estilo guarânia e que renomeei como <i><b>Amuzeja Blu’</b></i> pra obedecer à métrica. Ela foi composta por Benedito Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira no ano de 1963, quando Seviero morava na cidade de Apucarana, PR, mas devido à censura da ditadura militar, só foi gravada pela primeira vez em 1982. Porém, segundo <a href=https://foradepauta.com/autoria-de-boate-azul-e-reivindicada-para-compositor-que-viveu-em-manduri target=_blank>outras versões</a> (que não mencionam anos), o verdadeiro compositor foi Benedito Simão da Costa, conhecido como Naraí, ou ele (letra) e João Fordinho (melodia), ambos habitantes da cidade de Manduri, SP. Naraí teria vendido a composição em São Paulo capital, prática então comum, pra ganhar um pouco mais de dinheiro.
<p>Em todo caso, as duas primeiras gravações não obtiveram sucesso, mas a terceira obteve no Brasil todo, na voz da dupla Joaquim & Manuel em 1985, a qual você pode ouvir abaixo. Desde então, <i>Boate Azul</i> foi gravada mais de mil vezes, em mais de 80 línguas diferentes. Os mais jovens a conhecem graças à versão abreviada de Bruno & Marrone (2001), mas ela se tornou ainda mais famosa entre a “geração Z” depois que uma versão <a href=https://www.youtube.com/watch?v=RJN6OvMTN8A target=_blank>muito bizarra</a> de Francisco Cabral (o “Cachorrão do Brega”) viralizou rapidamente pelo WhatsApp em 2019. Fiz a base da tradução de 3 a 5 de fevereiro de 2024, mas só a completei em 29 de fevereiro e fiz pequenas correções em 2 de março. Leia abaixo uma pequena introdução em esperanto, minha tradução e o belo áudio original!
<p><br>Jen interesega muzika peco! Ĉi tio estas mia poezia traduko de la famega brazila kanzono de la kampara (“sertaneja”) kulturo, <i><a href=https://www.letras.mus.br/joaquim-e-manuel/46609 target=_blank>Boate Azul</a></i> (<i>Blua Nokt-Amuzejo</i>), en la stilo gvaranjo, kiun mi renomigis al <i><b>Amuzeja Blu’</b></i> por obei la metrikon. Ĝi estis komponita de Benedito Seviero kaj Aparecido Tomás de Oliveira en la jaro 1963, kiam Seviero loĝis en la urbo Apucarana, ŝtato Paranao, sed pro la malpermeso de la militista diktaturo tiam reganta, ĝi estis unuafoje registrita en 1982. Tamen, laŭ <a href=https://foradepauta.com/autoria-de-boate-azul-e-reivindicada-para-compositor-que-viveu-em-manduri target=_blank>aliaj versioj</a> (sen mencio al iu jaro), la vera komponisto estis Benedito Simão da Costa, pli konata kiel Naraí, aŭ li (teksto) kaj João Fordinho (melodio), ambaŭ loĝantoj de la urbo Manduri, ŝtato San-Paŭlio. Naraí estus vendita la komponaĵon en la urbego San-Paŭlo, praktiko tiam ofta, por havi iom pli da mono.
<p>Ĉiuokaze, ĝiaj du unuaj registritaj versioj ne obtenis sukceson, sed la tria ja obtenis en la tuta Brazilo, per la voĉoj de la duopo Joaquim & Manuel en 1985, kiun vi povas aŭdi sube. Ekde tiam, <i>Boate Azul</i> estis registrita pli ol mil fojoj, en pli ol 80 diversaj lingvoj. La plej junaj generacioj ekkonis ĝin dank’ al mallonga versio de Bruno & Marrone (2001), sed ĝi fariĝis ankoraŭ pli fama inter la “Z-generacio”, post kiam <a href=https://www.youtube.com/watch?v=RJN6OvMTN8A target=_blank>tre bizara</a> versio de Francisco Cabral (aŭ “Cachorrão do Brega”) rapidege disvastiĝis per la mesaĝ-aplikaĵo WhatsApp en 2019. Mi faris la bazon de la Esperanta traduko de la 3-a al la 5-a de februaro 2024, sed fine kompletigis ĝin nur la 29-an de februaro kaj alportis korektetojn la 2-an de marto. Ĉi-sube vi povas legi mian tradukon kaj poste aŭdi la belan kanzonon en la portugala lingvo:
<div style="text-align: center;"><br><img src="https://www.rbsdirect.com.br/filestore/3/1/8/5/1/1/4_b2ca4864e106814/4115813_a730d0ea4b5bc85.jpg" title="Fonte: https://www.rbsdirect.com.br/filestore/3/1/8/5/1/1/4_b2ca4864e106814/4115813_a730d0ea4b5bc85.jpg" width="490" height="326"></div>
<table border=0 style="margin: auto;"><tr><td><div style="text-align: center; font-size: 22px;"><p><b>Amuzeja Blu’</b></div>
<p>Malsana pro l’ am’
<br>Serĉis mi kuracon en la nokta vivo
<br>Kun la Nokta Floro
<br>En la amuzejo de la Urba Sud’
<br>La amdolor’
<br>Per alia kor’ foriras drive
<br>Kontraŭ la dolor’
<br>Venis mi ĉe la Amuzeja Blu’
<p>Sed kiam nokto
<br>Fariĝis mateno sub aŭrora helo
<br>L’ amuziĝintoj de la nokta vivo
<br>Iris dormi for
<br>Kaj la Nokta Damo
<br>Kun mi dum amuzo, iris for anĝele
<br>La pordoj fermiĝis
<br>Kaj sola denove, min atendis voj’
<p>Kiamaniere
<br>Mi devus foriri? Ĉar mi konas ne
<br>Eĉ almenaŭ vojon, memoretas, ke
<br>L’ amuzejon pagis en la Urba Sud’
<br>Mi trinkadis tro
<br>Kaj ne memoras la okazon, nek
<br>La nomon de tiu ina beleg’
<br>La Nokta Flor’ de l’ Amuzeja Blu’</td></tr></table>
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://youtube.com/embed/nTv2vOnVAx8" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-81430876941747327762024-03-08T09:00:00.035-03:002024-03-08T09:00:00.133-03:00Manifesto de Praga pelo esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/manifesto-praga target=_blank>fishuk.cc/manifesto-praga</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Trata-se do documento coletivo “Manifesto de Praga do movimento pela língua internacional esperanto”, lançado durante o 81.º Congresso Universal de Esperanto em Praga, capital da Chéquia, em 1996. Os autores propuseram aos Estados, governos e grandes instituições internacionais que considerassem contribuir pra divulgação do esperanto, caso aceitassem ou adotassem os valores mencionados. Eu o republiquei aqui porque, embora não seja difícil encontrar o texto em várias línguas, o <i>site</i> do qual retirei minha cópia não existe mais, e penso que é um conteúdo interessante aos leitores de minha página. Leia abaixo o original em esperanto, a tradução ao português (cujo autor desconheço) e uma pequena introdução em esperanto!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Temas pri la kolektiva dokumento “Manifesto de Prago de la movado por la internacia lingvo Esperanto”, lanĉita dum la 81-a Universala Kongreso de Esperanto en Prago, ĉefurbo de Ĉeĥio, en 1996. La geaŭtoroj proponis al la ŝtatoj, registaroj kaj grandaj internaciaj institucioj, ke ili konsideru kontribui por la disvastigado de Esperanto, se ili akceptas aŭ adoptas la menciitajn valorojn. Mi republikigis ĝin ĉi tie ĉar, kvankam ne estas malfacile trovi la tekston en pluraj lingvoj, la retejo, el kiu mi elĉerpis mian kopion, ne plu ekzistas, kaj mi pensas, ke estas interesiga enhavo al la gelegantoj de mia paĝo. Ĉi-sube vi povas legi la Esperantan originalon kaj la tradukon al la portugala (kies aŭtoron mi ne konas):
<div style="text-align: center;"><br><img width="500" height="281" src="https://www.forum24.cz/wp-content/uploads/fly-images/379957/IJK_2009_Praga_burgo-1440x810-c.jpg" title="Fonte: https://www.forum24.cz/wp-content/uploads/fly-images/379957/IJK_2009_Praga_burgo-1440x810-c.jpg"></div>
<p>Nós, membros do movimento mundial para progresso do ESPERANTO, dirigimos este manifesto a todos os governos, organizações internacionais e homens de boa vontade, declaramos nosso firme propósito de trabalhar cada vez mais em favor dos objetivos aqui expressos, e convidamos a todas as organizações e a cada indivíduo em particular para aderir a este nosso esforço.
<p>Lançado em 1887 como projeto de língua auxiliar para a comunicação internacional, e tendo evoluído num curto espaço de tempo para uma língua completa e rica em nuances, o esperanto há mais de um século aproxima os homens além das barreiras linguísticas e culturais. Durante este período, os objetivos dos usuários do esperanto não perderam importância e atualidade. Nem o uso, em escala mundial, de algumas línguas nacionais, nem os progressos da técnica de comunicação, nem a descoberta de novos métodos para o ensino de línguas invalidarão os princípios a seguir enunciados, que consideramos essenciais para uma ordem linguística justa e eficaz.
<p><b>1 – Democracia:</b> Um sistema de comunicação linguística que privilegia algumas pessoas, mas exige de outras que invistam anos de estudos para alcançar um grau razoável de fluência, é fundamentalmente antidemocrático. Embora, como qualquer outra língua, não seja perfeito, o esperanto, em muito, supera qualquer rival na esfera da comunicação global igualitária.
<p>Afirmamos que uma desigualdade linguística traz como consequência uma desigualdade em todos os demais níveis. <b>Pertencemos a um movimento que luta em favor de uma democracia na comunicação.</b>
<p><b>2 – Educação transnacional:</b> Cada língua étnica está ligada a uma cultura e a uma nação definida. Por exemplo, aquele que estuda o inglês aprende a respeito da cultura, da geografia e da política dos países de língua inglesa, principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra. Aquele que estuda esperanto aprende a respeito de um mundo sem fronteiras, em que cada país se apresenta como se fosse o seu próprio.
<p>Afirmamos que a educação por meio de qualquer língua étnica está ligada a uma perspectiva limitada a respeito do mundo. <b>Somos um movimento a favor de uma educação transnacional.</b>
<p><b>3 – Eficácia pedagógica:</b> Somente uma pequena percentagem daqueles que estudam uma língua estrangeira conseguem dominá-la. Um domínio pleno do esperanto é possível, até mesmo autodidaticamente. Diversos estudos realizados comprovam os efeitos propedêuticos do esperanto para o aprendizado de outras línguas. Recomenda-se também o esperanto como disciplina auxiliar para a conscientização linguística dos alunos.
<p>Afirmamos que a dificuldade das línguas étnicas sempre se apresentará como um obstáculo para muitos alunos, que, no entanto, poderiam tirar proveito do conhecimento de uma segunda língua. <b>Somos um movimento a favor de um ensino de línguas eficiente.</b>
<p><b>4 – Pluralismo linguístico:</b> A comunidade esperantista é uma das poucas, em escala mundial, cujos participantes são, em geral, bilíngues ou multilíngues. Cada membro dessa comunidade costuma aprender, pelo menos, outra língua além da sua, para uso conversacional. Isso conduz automaticamente o indivíduo ao saber e ao amor a várias línguas e, consequentemente, a possuir um horizonte mais vasto.
<p>Afirmamos que os membros de todas as comunidades linguísticas, grandes e pequenas, deveriam dispor de uma chance real para apropriar uma segunda língua, a um nível razoável de comunicação. <b>Somos um movimento que possibilita essa oportunidade.</b>
<p><b>5 – Direitos linguísticos:</b> A existência de línguas fortes e fracas é uma condição que conduz grande parte da humanidade a uma situação de permanente insegurança ou submissão linguística. Na comunidade esperantista, os membros de línguas importantes ou não-importantes, oficiais ou não-oficiais, reúnem-se num ambiente neutro, graças a um compromisso que enfatiza o respeito recíproco. Esse equilíbrio entre direitos e deveres linguísticos possibilita o surgimento de outras soluções para resolver os conflitos ou as desigualdades linguísticas.
<p>Afirmamos que a existência de línguas mais fortes que outras torna sem efeito as garantias assumidas em inúmeros documentos internacionais, visando a dar um tratamento igual a diferentes línguas. <b>Somos um movimento a favor dos direitos linguísticos.</b>
<p><b>6 – Diversidade linguística:</b> Os diferentes governos nacionais costumam considerar a grande diversidade de línguas existente no mundo como uma barreira à comunicação e ao progresso. Entretanto, essa diversidade linguística é, para a comunidade esperantista, uma constante e imprescindível fonte de riqueza. Consequentemente, qualquer língua, assim como qualquer ser vivente, é digna de proteção e apoio.
<p>Afirmamos que a política de comunicação e progresso, se não for baseada no respeito e apoio a todos os idiomas, condena ao desaparecimento a maioria das línguas existentes no mundo. <b>Somos, portanto, um movimento a favor de uma diversidade linguística.</b>
<p><b>7 – Emancipação humana:</b> Cada língua liberta e, ao mesmo tempo, aprisiona seus usuários, dando-lhes o poder para comunicar-se entre si, mas impedindo a comunicação com outros seres humanos. Planejado como um meio de comunicação universal, o esperanto é um dos grandes projetos para a emancipação humana, que se encontra em pleno funcionamento - projeto esse que possibilita a cada pessoa participar, como indivíduo, na comunidade planetária, embora com firmes raízes em sua cultura local e identidade linguística, mas não limitada por elas.
<p>Afirmamos que o uso exclusivo de línguas nacionais estabelece inevitavelmente barreiras para a livre expressão, comunicação e associação. <b>Somos um movimento a favor da emancipação humana.</b>
<div style="text-align: right;"><p><br><i>Lançado no 81.º Congresso <br>Universal de Esperanto, Praga, 1996</i><br></div>
<p><br>Ni, anoj de la tutmonda movado por progresigo de Esperanto, direktas ĉi tiun manifeston al ĉiuj registaroj, internaciaj organizaĵoj kaj homoj de bona volo, deklaras nian intencon firmvole plu labori por la celoj ĉi tie esprimitaj, kaj invitas ĉiun unuopan organizaĵon kaj homon aliĝi al nia strebado.
<p>Lanĉita en 1887 kiel projekto de helplingvo por internacia komunikado, kaj rapide evoluinta en vivoplenan, nuancoriĉan lingvon, Esperanto jam de pli ol jarcento funkcias por kunligi homojn trans lingvaj kaj kulturaj baroj. Intertempe la celoj de ĝiaj parolantoj ne perdis gravecon kaj aktualecon. Nek la tutmonda uzado de kelkaj naciaj lingvoj, nek progresoj en la komunikad-tekniko, nek la malkovro de novaj metodoj de lingvo-instruado verŝajne realigos jenajn principoj, kiujn ni konsideras esencaj por justa kaj efika lingva ordo.
<p><b>1 – Demokratio:</b> Komunika sistemo kiu tutvive privilegias iujn homojn sed postulas de aliaj ke ili investu jarojn da penoj por atingi malpli altan gradon de kapablo, estas fundamente maldemokratia. Kvankam, kiel ĉiu lingvo, Esperanto ne estas perfekta, ĝi ege superas ĉiun rivalon en la sfero de egaleca tutmonda komunikado.
<p>Ni asertas ke lingva malegaleco sekvigas komunikan malegalecon je ĉiuj niveloj, inkluzive de la internacia nivelo. <b>Ni estas movado por demokratia komunikado.</b>
<p><b>2 – Transnacia Edukado:</b> Ĉiu etna lingvo estas ligita al difinita kulturo kaj naci(ar)o. Ekzemple, la lernejano kiu studas la anglan lernas pri la kulturo, geografio kaj politiko de la anglalingvaj landoj, precipe Usono kaj Britio. La lernejano kiu studas Esperanton lernas pri mondo sen limoj, en kiu ĉiu lando prezentiĝas kiel hejmo.
<p>Ni asertas ke la edukado per iu ajn etna lingvo estas ligita al difinita perspektivo pri la mondo. <b>Ni estas movado por transnacia edukado.</b>
<p><b>3 – Pedagogia Efikeco:</b> Nur malgranda procentaĵo el tiuj kiuj studas fremdan lingvon, ekmastras ĝin. Plena posedo de Esperanto eblas eĉ per memstudado. Diversaj studoj raportis propedeŭtikan efikojn al la lernado de aliaj lingvon. Oni ankaŭ rekomendas Esperanton kiel kernan eron en kursoj por la lingva konsciigo de lernantoj.
<p>Ni asertas ke la malfacileco de la etnaj lingvoj ĉiam prezentos obstaklon por multaj lernantoj, kiuj tamen profitus el la scio de dua lingvo. <b>Ni estas movado por efika lingvoinstruado.</b>
<p><b>4 – Plurlingveco:</b> La Esperanto-komunumo estas unu el malmultaj mondskalaj lingvokomunumoj kies parolantoj estas senescepte du- aŭ plurlingvaj. Ĉiu komunumano akceptis la taskon lerni almenaŭ unu fremdan lingvon ĝis parola grado. Multokaze tio kondukas al la scio de kaj amo al pluraj lingvoj kaj ĝenerale al pli vasta persona horizonto.
<p>Ni asertas ke la anoj de ĉiuj lingvoj, grandaj kaj malgrandaj, devus disponi pri reala ŝanco por alproprigi duan lingvon ĝis alta komunika nivelo. <b>Ni estas movado por la provizo de tiu ŝanco.</b>
<p><b>5 – Lingvaj Rajtoj:</b> La magegala disdivido de potenco inter la lingvoj estas recepto por konstanta lingva malsekureco, aŭ rekta lingva subpremado, ĉe granda parto de la monda loĝantaro. En la Esperanto-komunumo, la anoj de lingvoj grandaj kaj malgrandaj, oficialaj kaj neoficialaj, kunvenas sur neŭtrala tereno, dank’ al la reciproka volo kompromisi. Tia ekvilibro inter lingvaj rajtoj kaj respondecoj liveras precedencon por evoluigi kaj pritaksi aliajn solvojn al la lingva malegaleco kaj lingvaj konfliktoj.
<p>Ni asertas ke la vastaj potencodiferencoj inter la lingvoj subfosas la garantiojn, esprimitajn en tiom da internaciaj dokumentoj, de egaleca traktado sendistinge pri la lingvo. <b>Ni estas movado por lingvaj rajtoj.</b>
<p><b>6 – Lingva Diverseco:</b> La naciaj registaroj emas konsideri la grandan diversecon de lingvoj en la mondo kiel baron al komunikado kaj evoluigo. Por la Esperanto-komunumo, tamen, la lingva diverseco estas konstanta kaj nemalhavebla fonto de riĉeco. Sekve, ĉiu lingvo, kiel ĉiu vivaĵospecio, estas valora jam pro si mem kaj inda je protektado kaj subtenado.
<p>Ni asertas ke la politiko de komunikado kaj evoluigo, se ĝi ne estas bazita sur respekto al kaj subteno de ĉiuj lingvoj, kondamnas al formorto la plimulton de la lingvoj de la mondo. <b>Ni estas movado por lingva diverseco.</b>
<p><b>7 – Homa Emancipiĝo:</b> Ĉiu lingvo liberigas kaj malliberigas siajn anojn, donante al ili la povon komuniki inter si, barante la komunikadon kun aliaj. Planita kiel universala komunikilo, Esperanto estas unu el la grandaj funkciantaj projektoj de la homa emancipiĝo - projekto por ebligi al ĉiu homo partopreni kiel individuo en la homara komunumo, kun firmaj radikoj ĉe sia loka kultura kaj lingva identeco, sed ne limitige de ili.
<p>Ni asertas ke la eksklusiva uzado de naciaj lingvoj neeviteble starigas barojn al la liberecoj de sinesprimado, komunikado kaj asociiĝo. <b>Ni estas movado por la homa emancipaĝo.</b>
<div style="text-align: right;"><p><br><i>Lanĉita en la 81-a UK, Prago 1996</i><br></div>
<div style="text-align: center;"><br><img width="490" height="362" src="https://cdn.aukro.cz/images/sk1618004634485/7603-esperanto-snadno-cesky-esperantsky-svaz-97576088.jpeg" title="Fonte: https://cdn.aukro.cz/images/sk1618004634485/7603-esperanto-snadno-cesky-esperantsky-svaz-97576088.jpeg"></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-18729725270504434182024-03-06T21:00:00.000-03:002024-03-06T21:00:00.127-03:00Declaração de Pequim pelo esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/pequim-eo target=_blank>fishuk.cc/pequim-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Se anteontem relancei o artigo jornalístico sobre o 89.º Congresso Universal de Esperanto em Pequim, capital da China, em 2004, republico agora a “Pekina Deklaracio” (Declaração de Pequim), adotada no fim do mesmo encontro. Os autores evidenciam os progressos do esperanto nos últimos cem anos e parabenizam o governo chinês, que então apoiava a iniciativa dos esperantistas. Leia abaixo o original em esperanto, reproduzido no extinto portal “Ĝangalo”, minha tradução ao português e uma pequena introdução em esperanto!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Se antaŭhieraŭ mi relanĉis ĵurnalan artikolon pri la 89-a Universala Kongreso de Esperanto en Pekino, ĉefurbo de Ĉinio, en 2004, mi nun republikigas la Pekina Deklaracio, adoptita en la fino de la sama renkonto. La geaŭtoroj notigas la progresojn de Esperanto dum la lastaj cent jaroj kaj gratulas al la ĉina registaro, kiu tiam apogis la iniciaton de la geesperantistoj. Ĉi-sube vi povas legi la Esperantan originalon reproduktitan en la ne plu aktiva portalo “Ĝangalo” kaj mian tradukon al la portugala:
<div style="text-align: center;"><br><img width="460" height="346" src="https://cdn.ipernity.com/200/17/78/40851778.b1e19b5d.640.jpg" title="Fonte: https://cdn.ipernity.com/200/17/78/40851778.b1e19b5d.640.jpg"></div>
<p>La 89-a Universala Kongreso de Esperanto, okazinta en Pekino, Ĉinio, de la 24-a ĝis la 31-a de julio 2004, kun 2 031 partoprenantoj el 51 landoj, traktinte la temon “Lingva egaleco en internaciaj rilatoj”, notante, ke la jaro 2004 markas 50 jarojn da oficialaj rilatoj inter UEA kaj Unesko, memorante, ke rezolucioj de Unesko notis la rezultojn atingitajn per Esperanto sur la kampo de internaciaj intelektaj interŝanĝoj kaj por la proksimigo de la popoloj de la mondo kaj rekonis, ke tiuj rezultoj respondas al la celoj kaj idealoj de Unesko, notante la “Raporton pri Homa Evoluigo 2004” de la Evoluiga Programo de Unuiĝintaj Nacioj, kiu asertas, ke la libereco de esprimado kaj la uzado de lingvo estas nedisigeblaj, alte taksante la agadon de la ĉina registaro, kiu, cele al pli justa kaj diverseca aliro al internacia interkompreniĝo, subtenas la instruadon kaj utiligon de Esperanto, konforme al la spirito de la rezolucio de Unesko,
<p>DEKLARAS
<ul><li>ke demokratia kaj egalrajta komunikado en internaciaj rilatoj estas esenca por internacia interkompreno kaj paca kunlaboro surbaze de egalaj lingvaj rilatoj,<li>ke estas bezonata nova internacia lingva ordo, kiu garantiu egalecon, diversecon kaj demokration en lingvaj aferoj kaj efikan komunikadon inter nacioj kaj aliaj homgrupoj lingve malsamaj, ĉar en la nuna monda lingva situacio, kun kreskanta superrego de iuj lingvoj super aliaj, ne eblas realigi tiujn principojn,<li>ke neŭtrala komuna lingvo estu kerna elemento en tiu ordo, por atingi unuecon en diverseco inter la diversaj lingvoj kaj kulturoj je internacia nivelo,<li>ke sekve la internacia lingvo Esperanto, pruvinte dum pli ol cent jaroj siajn utilecon kaj praktikecon, meritas seriozan konsideron fare de internaciaj organizoj, ties membro-ŝtatoj kaj ĉiuj personoj kaj organizaĵoj de bona volo, kiuj respektas kaj deziras pacon kaj pacan kompreniĝon en egaleca etoso en nia hodiaŭa mondo,<li>ke por krei novan internacian lingvan ordon, kiu kontribuos al internacia kompreno kaj mondpaco, necesas forte subteni la enkondukadon de Esperanto en lernejojn, konforme al la spirito de la Unesko-rezolucioj, ĉar tio faciligas lingvolernadon ĝenerale kaj antaŭenigas internaciecan aliron al la mondo.</ul>
<p><br>O 89.º Congresso Universal de Esperanto, ocorrido em Pequim, China, de 24 a 31 de julho de 2004, com 2 031 participantes de 51 países, que trataram do tema “Igualdade linguística nas relações internacionais”, lembrando que o ano de 2004 marca os 50 anos de relações oficiais entre a UEA (Associação Universal de Esperanto) e a Unesco, lembrando que resoluções da Unesco apontaram os resultados atingidos pelo esperanto sobre o campo do intercâmbio intelectual internacional e pela aproximação dos povos do mundo e reconheceram que esses resultados correspondem aos objetivos e ideais da Unesco, apontando o “Relatório sobre Evolução Humana 2004” do Programa Evolutivo das Nações Unidas, que garante que a liberdade de expressão e de uso de uma língua são inseparáveis, altamente avaliando a ação do governo chinês, que, visando ao mais justo e diversificado acesso à compreensão mútua internacional, sustenta o ensino e a utilização do esperanto, em conformidade ao espírito da resolução da Unesco,
<p>DECLARA
<ul><li>que uma comunicação democrática e de direitos iguais nas relações internacionais é essencial para a compreensão mútua internacional e colaboração pacífica com base em relações linguísticas igualitárias,<li>que precisa-se de uma nova ordem linguística internacional que garanta a igualdade, a diversidade e a democracia em causas linguísticas, e de uma comunicação eficiente entre nações e outros grupos humanos de línguas diferentes, pois na atual situação linguística mundial, com a crescente dominação de algumas línguas sobre outras, não é possível realizar esses princípios,<li>que uma língua neutra comum deve ser o elemento essencial nessa ordem, para que se atinja a unidade na diversidade entre as diversas línguas e culturas a nível internacional,<li>que por conseguinte a língua internacional esperanto, comprovando por mais de cem anos sua utilidade e praticidade, merece uma consideração séria das organizações internacionais, de seus estados-membros e de todas as pessoas e organizações de boa vontade que respeitam e desejam a paz e a compreensão pacífica em uma atmosfera igualitária no nosso mundo de hoje,<li>que para que se crie uma nova ordem linguística internacional que contribuirá com a compreensão internacional e com a paz mundial, é fortemente necessário sustentar a introdução do esperanto nas escolas, em conformidade ao espírito das resoluções da Unesco, pois isso facilita o aprendizado de línguas em geral e adianta um acesso internacionalista ao mundo.</ul></div>
<div style="text-align: center;"><br><br><img width="500" height="281" src="https://g.denik.cz/44/f2/esperanto-esperantiste-vyroci-100let-ludvik-lazae-zamenhof-setkani-ceska-trebova150517-uo2_denik-630.jpg" title="Fonte: https://g.denik.cz/44/f2/esperanto-esperantiste-vyroci-100let-ludvik-lazae-zamenhof-setkani-ceska-trebova150517-uo2_denik-630.jpg"><br><i>Grupo representativo dos falantes e propagandistas do esperanto pelo mundo.</i></div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-51171193327395148022024-03-05T20:39:00.003-03:002024-03-06T18:56:17.572-03:00SE VOCÊ SE INDIGNA COM ISTO...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/maodvedev target=_blank>fishuk.cc/maodvedev</a></b><br><br><br><img height="371" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrJVziDz6yDesbUyhP7iF1pfk4I5js6C62KHvXitgir1Hu64MEyCbBqbGBxerRU4LKvV4DMH_RWeHrWWF1qdsr6UGmZ0IpE40ZdVbAdXdlJ7w0TZqCIBYLx72w9KShARKgsVMWFBMpvMyzsz7mZl_7yyBWkEs0ct1Lv7tftZOuD0A3jevz_OWbCE__XZf-/s1600/mapa%20bibi.png"/></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><br>E com isto (achei por acaso, confesso que desconhecia esse “Grande Israel” anexando a Jordânia apresentado por Bezalel Smotrich...):<div style="text-align: center;"><img height="331" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqD8zi8IghDHaPZYnn9njLgbl4yzrDvgeVHvfv7Wurd0Epytt2hShny-snRk-82vSx10tK8bV2-KjdtT4nzceLOmm7PNswuHJvWWKaMWxoVkCZlEKLb0fFmJWMDhfPiegw42LzRCBVlgO2ZNZMX2b8BsSU3fEaNYTTRJGm2UE5YqZSIjiPlp1wzgXQaxf-/s1600/mapa%20smotrich.png"/></div>
<p><br>Inegavelmente também deveria se indignar com <i>isto</i>:
<div style="text-align: center;"><img height="286" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HuiQuYIlAc7Y5-crmxUb_FWXv0WNGP0TF7Tn4U-_we8E1G7bFRZg1EjRVgzWCpCjhfotcShLq7JzoCWkKbCaYofrR8sFRvb2HBIHeK2YGEfrvg-FgZiyHbPJwnIwHHhyv8f4ACE97Dqrx30HOOq_MIATo1BcPih3viLh-loi3oCPgJk_SxuwRXVW_U93/s1600/medvedev%201.png"/><br><br><img height="286" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRYE1ChtMbnrX9o22LQo0KYVY3Vj1lxFvMVSYtqHFMVUyAch57AL5wlRQRbrSERUpVYnDOkcyNwbOUiCv5cC2KH8OsTYfixLG_PtKZ5-uQXU5jYcwyeR_YFp68P4I8eMMEjjsYzYaoEsaWegQhaVwPNSIfwdj14zHIFKLGqI7MdmrYskUetmDV1ja_Lkhl/s1600/medvedev%202.png"/></div>
<p><br><img height="298" width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPT1w22qTYu7ixZdEFhEfUt_1oxOIpmLE1vzKeXpcFQCkyus98Rb1u_FNSjm5yUeEIoV_nlNI3pT8HB9cjBteA8QHihOgv_iFlhZNR1q4MOnw4D_JZeN_F-Asz4MWrQJy1lPP0dnHCv9gMIQ92aPlJXj7Htagr-5t2JrkBfmXNKc6r5a87qPVZgC6Tgh-F/s1600/medvedev%204.png" hspace="10" align="left">Dmitri Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente (<i>vice</i>, nem titular, que rebaixamento) do Conselho de Segurança nacional, talvez esteja expiando nesses dois últimos anos seu “pecado” de ter parecido o <i>American Boy</i> do Kremlin aos olhos de seus pares no Ossidentx Malvadaum. De 2008 a 2012, criticou as repressões de Stalin, abriu a economia, posou de tiozão descolado durante a popularização dos <i>smartphones</i>, votou várias vezes com os EUA no Conselho de Segurança da ONU, aprovou a invasão (não tem outro nome) da Líbia pela OTAN e invadiu a Geórgia, mas neste último caso seus colegas tavam ocupados assistindo à abertura das Olimpíadas de Pequim. Como se dá essa expiação? Pela terceirização da retórica belicista, baixa, agressiva, xenofóbica e apocalíptica em publicações desnecessárias nas redes sociais (pelo menos naquelas ainda autorizadas pelo tsar) a Medvedev, que de parceiro de lanche com o Obama no Méqui passou a profeta do apocalipse nuclear.
<p>Muito ainda há de se estudar no futuro sobre as razões dessa metamorfose, e talvez o próprio político deixe algum relato memorial um dia. Mas o fato inegável é que sua substituição pelo próprio Putin na “corrida” presidencial de 2012 – pra nunca mais sair do posto – não foi escolha pessoal, e sim do cabeça de coco, já que este teve medo, durante os grandes protestos populares contra fraudes eleitorais em 2011-12 (que revelaram Aleksei Navalny ao mundo e quase tornaram a Praça Vermelha num Maidan), de ter o mesmo destino de seu amigo Gaddafi. Isso explica por que Medvedev, gradualmente sendo afastado da vista pública, foi enfim substituído pelo apagado premiê Mikhaíl Mishústin, e por que este cargo perdeu sua importância com a reforma constitucional de 2020. É verdade que ele também é o presidente do Rússia Unida, partido de Putin, ou que pelo menos serve de suporte pra sua ditadura terrorista; mas que valor têm os partidos numa autocracia, em que o <i>capo</i> da máfia detém todos os fios e os partidos no parlamento simplesmente referendam suas aventuras?
<p>Mas Medvedev não solta suas ameaças odiosas apenas pelas mídias digitais: há alguns dias, ele palestrou pra uma plateia de jovens num evento que ironicamente tem o nome de “Conhecimento” (<i>Znánie</i>) e simplesmente disse que “a Ucrânia é a Rússia”. Ele inclusive citou o livro do ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma, <i>A Ucrânia não é a Rússia</i>, mas sem citar o autor, pra se contrapor a essa noção e dizer inclusive que outros países vizinhos, que têm também minorias étnicas dentro do território ucraniano, podiam reivindicar territórios pra que se realizasse aquela aberração distópica que você pode ver no mapa acima. Quanto à apresentação <i>cringe</i> da frase atribuída a Putin, “As fronteiras da Rússia não terminam em nenhum lugar”, ela é tão mais assustadora quanto um certo Bigodinho também tentou conquistar o mundo todo pra obter a <i>Lebensraum</i> reivindicada pelos “arianos”.
<p>E pra fechar a bizarrice, o conjunto usado tanto por Stalin quanto por Mao Zedong, e por vezes ainda vestido em cerimônias oficiais pelos presidentes chineses, parece ter voltado à moda. Se tornou praticamente um “Maodvedev” ou um “Medvestalin”... Só a cor me parece um pouco berrante, mas outro profeta do apocalipse que também apresenta um programa odioso na TV estatal (embora sua audiência caia constantemente devido ao cansaço geral com a guerra), Vladímir Solovióv, usa o mesmo figurino, embora totalmente preto, e ainda por cima num cenário sombrio e temperado de cores “flamenguistas”, pra dar a verdadeira pinta de um Capetão, rs.
<p>Pelo menos uma das montagens que Medvedev diz ter tirado do Telegram, apesar da edição bem grotesca, confesso que achei legalzinha: único problema é que a carne de burro tá tapando o lanche de salsicha que o alemão Scholz tá tentando abocanhar. E alguém esqueceu de lhe avisar que “BoJo” não governa mais o Reino Unido... Veja as duas imagens citadas:
<div style="text-align: center;"><img height="319" width="510" src="https://sudba-cheloveka.ru/images/vecher-s-solovevym/352.jpg" title="Fonte: https://sudba-cheloveka.ru/images/vecher-s-solovevym/352.jpg"><br><br><img height="286" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibef7UCalAZQHi934t2G5n6F4S0R3OxCl8BowpIryrI7x3FUBlApRz-ImCxKXkANVtb9MA2lu7KZ-13l_ajoNJ14_MSUK34say6pwwgDrtNsbK_vIArEOzgyi9ET6BjQOvR_u0IslWfjlBY4u3knG27o3taaIBTNlhiIGOR4GqDTTvZkami66igy8Uwqee/s1600/medvedev%203.png"></div>
<p><br>Nas redes sociais, Zelensky respondeu às pretensões de Medvedev:
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1f6-E3nnNmrdivtN8aXL6RGsAMCuK6p1w/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-37201704029123467342024-03-04T09:00:00.029-03:002024-03-04T09:00:00.131-03:00Esperanto, língua única à ONU (2004)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/esperanto-onu target=_blank>fishuk.cc/esperanto-onu</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Trata-se de um artigo escrito pelo jornalista Ignacio Ortega, cujo título é “Conferência na China propõe esperanto como língua franca da ONU” e publicado pelo portal UOL em 30 de julho de 2004. Infelizmente, o endereço original não está mais disponível, e penso hoje que a língua original era o espanhol. O autor descreve o 89.º Congresso Universal de Esperanto, ocorrido em Pequim, e alguns anos depois o traduzi pro esperanto com o título “Konferenco en Ĉinio proponas Esperanton kiel komunlingvon de UN”. Finalmente você pode ler novamente abaixo as duas versões, com uma pequena introdução em esperanto!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Temas pri artikolo skribita de la ĵurnalisto Ignacio Ortega, kies titolo estas “Conferência na China propõe esperanto como língua franca da ONU” (Konferenco en Ĉinio proponas Esperanton kiel komunlingvon de UN) kaj publikigita de la brazila portalo UOL la 30-an de julio 2004. Bedaŭrinde la originala adreso ne plu estas disponebla, kaj hodiaŭ mi supozas, ke la originala lingvo estis la hispana. La aŭtoro priskribas la 89-an Universalan Kongreson de Esperanto, okazigitan en Pekino, kaj post kelkaj jaroj mi tradukis ĝin al Esperanto. Ĉi-sube vi povas finfine legi denove la du versiojn:
<div style="text-align: center;"><br><img width="480" height="319" src="http://www.espero.com.cn/old/epch/z-uk-2004/images/2-024.jpg" title="Fonte: http://www.espero.com.cn/old/epch/z-uk-2004/images/2-024.jpg"></div>
<p>Os especialistas que participam da 89.º Conferência Internacional de Esperanto em Pequim propuseram sua designação como língua franca na ONU, porque consideram que poderá economizar 100 milhões de dólares anuais aos cofres da organização. “Embora a ONU tenha seis línguas de trabalho, a maioria dos documentos são transcritos diretamente em inglês, que se tornou hegemônico”, denunciou o sul-coreano Lee Chong-Yeong, vice-presidente da Associação Universal de Esperanto.
<p>Pequim recebe a conferência pela primeira vez desde 1986. Seu objetivo é promover a difusão do esperanto como língua neutra, sem preconceitos históricos, políticos e raciais que têm os outros idiomas. Segundo Lee, “é necessário o advento de uma nova ordem linguística internacional para defender a igualdade entre as línguas e evitar seu desaparecimento”. Inclusive, o acadêmico sul-coreano propôs que todos os documentos e tratados internacionais sejam traduzidos ao esperanto, pela facilidade de sua aprendizagem, além da ausência de distinções e exceções entre sua escrita e sua pronúncia fonética. O professor sul-coreano criticou os linguistas que tacham os defensores da globalização do esperanto de “utópicos” e lembrou que mais de 10 milhões de pessoas já o utilizam como ferramenta de comunicação em aproximadamente 120 países.
<p>Neste sentido, Su Jinzhi, professor do Instituto de Linguística Aplicada de Pequim, lembrou que “muitas pessoas no mundo não falam inglês, por isso seus direitos humanos são seguidamente violados”. “A solução é o uso de uma linguagem comum e a manutenção da diversidade linguística”, acrescentou Su, que disse que 10 mil pessoas falam esperanto na China. As organizações sob comando da ONU utilizam muitas línguas, mas acabam se sobressaindo as oficiais: inglês, espanhol, francês, chinês, russo e árabe, o que não evita que as despesas em traduções sejam exageradas. Para amparar seus argumentos, o professor chinês afirmou que o esperanto “não interfere na soberania de outros países, já que é uma ferramenta de comunicação complementar, desligada dos interesses nacionais”.
<p>Aplicando com rigor o princípio de que “a linguagem é a transmissão do pensamento”, os participantes da conferência proclamaram que a igualdade linguística é a base para a igualdade social, o respeito à soberania e os direitos humanos. Além disso, os especialistas dos Estados Unidos, da Europa e do Japão concordam ao defenderem que o mundo seria mais pacífico se o esperanto, criado para facilitar a comunicação entre pessoas de várias origens, fosse o idioma universal. “As relações de dominação política e econômica influenciam nos laços que são estabelecidos entre as diferentes línguas e culturas”, apontou Renato Corsetti, presidente da Associação Universal de Esperanto.
<p>A Unesco adotou duas <a href=http://fishuk.cc/unesco target=_blank>resoluções</a>, em 1954 e 1985, nas quais defendia a “validade” e o “potencial” do esperanto como ferramenta de comunicação internacional, apoiando seu ensino na educação primária e secundária.
<p>O esperanto é uma criação do polonês L. Zamenhof (1859-1917), que publicou o primeiro texto nesta língua em 1887, com o pseudônimo de “Dr. Esperanto”, que significa “aquele que espera”, com o propósito de superar as barreiras linguísticas. No total, 75 por cento do vocabulário do esperanto deriva de idiomas latinos, especialmente o francês, 20 por cento de línguas germânicas e o resto de eslavas (incluindo o grego). Segundo seus usuários, o esperanto é cinco vezes mais fácil de aprender do que o espanhol, dez vezes mais do que o russo e 20 vezes do que o árabe ou o chinês, já que seu vocabulário é reduzido, a ordem das palavras é livre, não tem diferenças de gênero e só existe uma conjugação verbal. Por ser um idioma neutro, que promove a igualdade de direitos e o internacionalismo, não favorece o homem sobre a mulher, o adulto sobre a criança e algumas raças ou culturas sobre outras. Mas coloca todos no mesmo nível. Embora 10 milhões de pessoas falem o esperanto e dois milhões dominem sua escrita, só alguns milhares têm o esperanto como língua-mãe, em sua maioria na Europa. Entre outras eminências do mundo acadêmico e científico, Daniel Bovet, cientista francês vencedor do prêmio Nobel de Medicina em 1957, aprendeu o esperanto como primeira língua. E Reinhard Selten, Nobel de Economia em 1994, escreveu dois ensaios sobre a teoria dos jogos em esperanto.
<p><br>La fakuloj, kiuj partoprenas en la Internacia Konferenco (aŭ Universala Kongreso, UK) de Esperanto en Pekino proponis sian elektadon kiel komunlingvon de la Unuiĝintaj Nacioj (UN), ĉar ili konsideras, ke ĝi povos ŝpari 100 milionojn da usonaj dolaroj ĉiujare el la kaso de la organizo. “Kvankam UN havas ses laborlingvojn, la plejmulto el la dokumentoj estas rekte transkribitaj en la angla lingvo, kiu fariĝis hegemonia”, denuncis la sudkoreo Lee Chong-Yeong, vicprezidanto de Universala Esperanto-Asocio (UEA).
<p>Pekino gastigas la konferencon unuafoje ekde 1986. Ĝia celo estas okazigi la disvastigon de Esperanto kiel neŭtrala lingvo, sen historiaj, politikaj kaj gentaj antaŭjuĝoj, kiujn havas la aliaj lingvoj. Laŭ Lee, “estas bezonata la apero de nova internacia lingva ordo por la defendo de egaleco inter la lingvoj kaj eviti ilian estingiĝon”. Krome, la sudkorea akademiano proponis, ke ĉiuj internaciaj dokumentoj kaj traktadoj estu tradukitaj al Esperanto, pro ĝia lernada facileco, krom la neekzisto de distingoj kaj malregulaĵoj inter ĝiaj ortografio kaj elparolo. La sudkorea profesoro kritikis la lingvistojn, kiuj nomigas la defendantojn de la tutmondigo de Esperanto kiel “utopiulojn” kaj memorigis, ke pli ol 10 milionoj da homoj jam uzas ĝin kiel komunikilon en proksimume 120 landoj.
<p>Tiudirekte, Su Jinzhi, profesoro de la Pekina Instituto de Aplikata Lingvistiko, memorigis, ke “multaj homoj en la mondo ne parolas la anglan, tial iliaj homaj rajtoj estas ofte profanataj”. “La solvo estas la uzado de komuna lingvo kaj la daŭrigado de lingva plureco”, aldonis Su, kiu diris, ke 10 mil homoj parolas Esperanton en Ĉinio. La organizoj komandataj de UN uzas plurajn lingvojn, sed fine superfortas la oficialajn: la anglan, la hispanan, la francan, la ĉinan, la rusan kaj la araban; tio ne evitas, ke la malŝparoj por tradukoj estu troaj. Por subteni siajn argumentojn, la ĉina profesoro asertis, ke Esperanto “ne intervenas en la suverenecon de aliaj landoj pro tio, ke ĝi estas kroma komunikilo, neligita al la landaj interesoj”.
<p>Rigore aplikante la principon, ke “la lingvo estas la transsendo de la penso”, la gepartoprenantoj de la konferenco proklamis, ke la lingva egaleco estas la bazo por la socia egaleco, la respekto al la suvereneco kaj la homaj rajtoj. Krome, la fakuloj de Usono, Eŭropo kaj Japanio interakordis tiam, kiam ili defendis, ke la mondo estus pli paca, se Esperanto, kreita por faciligi la komunikadon inter homoj el pluraj devenoj, estus la universa lingvo. “La rilatoj de politika kaj ekonomia superregado influas la ligojn, kiuj estas establitaj inter la malsamaj lingvoj kaj kulturoj”, indikis Renato Corsetti, prezidanto de UEA.
<p>Unesko adoptis du rezoluciojn, en 1954 kaj 1985, per kiuj ĝi defendis la “validecon” kaj la “povecon” de Esperanto kiel internacia komunikilo, apogante ĝian instruadon dum la baz- kaj mez-lerneja edukado.
<p>Esperanto estas kreaĵo de la polo L. Zamenhof (1859-1917), kiu publikigis la unuan tekston en ĉi tiu lingvo en 1887, per la kaŝnomo “D-ro Esperanto”, kiu signifas “tiu, kiu esperas”, kun la celo venki la lingvajn barojn. Entute, 75 po cento el la Esperanta vortaro originis el latinidaj lingvoj, surtute la franca, 20 po cento el ĝermanaj lingvoj kaj la cetera pocento el slavaj lingvoj kaj la greka. Laŭ ĝiaj uzantoj, Esperanto estas kvinoble pli facile lernebla ol la hispana lingvo, dekoble pli facila ol la rusa kaj dudekoble pli facila ol la araba aŭ la ĉina, vidite ke ĝia vortaro estas etigita, la vortordo estas libera, ne ekzistas malsamo inter vortoseksoj kaj ekzistas nur unu verba konjugacio. Ĉar ĝi estas neŭtrala lingvo, kiu okazigas la rajtan egalecon kaj la internaciismon, ĝi ne favoras la viron rilate al la virino, la plenkreskulon rialte al la infano kaj kelkajn gentojn kaj kulturojn rilate al la aliaj. Sed ĝi egalniveligas ĉiujn. Kvankam 10 milionoj da homoj parolas Esperanton kaj 2 milionoj mastras ĝian skribadon, nur kelkaj miloj havas Esperanton kiel gepatran lingvon, plejmulte en Eŭropo. Inter aliaj eminetuloj el la scienca kaj akademia mondo, Daniel Bovet, franca scientisto, kiu gajnis Nobel-premion pri Medicino en 1957, lernis Esperanton kiel unuan lingvon. Kaj Reinhard Selten, Nobel-gajninto pri Ekonomio en 1994, skribis en Esperanto du eseojn pri la teorio de la ludoj.
<div style="text-align: center;"><br><img width="480" height="344" src="https://cdn.ipernity.com/200/49/52/50954952.df0e96f9.640.jpg" title="Fonte: https://cdn.ipernity.com/200/49/52/50954952.df0e96f9.640.jpgg"></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-80512003445278517052024-03-02T12:24:00.001-03:002024-03-02T12:24:26.553-03:00Lygia Maria – Lula envergonha o Brasil<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/lula-israel target=_blank>fishuk.cc/lula-israel</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><a href=https://www1.folha.uol.com.br/colunas/lygia-maria/2024/02/lula-envergonha-o-brasil.shtml target=_blank>Este artigo</a> de opinião foi escrito por Lygia Maria, mestre em Jornalismo pela UFSC e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, e publicado na <i>Folha de S. Paulo</i> em 25 de fevereiro de 2024. Tendo como título “Lula envergonha o Brasil”, descobri sua existência por meio do Équis, numa conta que compartilhou um <i>print</i> da versão impressa e depois foi comentada pelo jornalista liberal Caio Blinder (o comentário pode ser lido na imagem final, que também copiei). Blinder, aliás, já tá sendo vítima da ex-querda tuiteira admiradora de terroristas, pois ela o acusa de ser “cúmplice do genocídio” que Israel estaria promovendo em Gaza contra os palestinos, enquanto nada em suas falas corrobora essa opinião – aliás, todo fanático inventa falas quando ele não concorda com as opiniões do emissor.
<p>A “lei de Godwin”, em círculos mais eruditos, é uma falácia também conhecida como <i>reductio ad Hitlerum</i> (redução a Hitler), mas o recurso em si é bem mais antigo e pode usar qualquer pessoa que pareça encarnar o mal supremo de uma época. O bizarro é que ao pesquisar, descobri que Godwin faz referências a debates e mensagens trocadas num recurso obsoleto chamado Usernet, uma espécie de pai dos fóruns de discussões nos quais começariam a circular as teorias conspiratórias desaguadas no grupo QAnon. Claro que a lógica também vale e foi multiplicada pelas redes sociais modernas (tanto as 1.0 estilo Orkut quanto as 2.0 estilo Facebook e Instagram e as 2.5 estilo WhatsApp e Telegram e, por que não, as possíveis 3.0 estilo Teco-Teco), mas em 1990 a <i>internet</i> não tinha chegado nem às universidades do Brasil, que foram as primeiras a recebê-la, rs.
<p>Caso você não seja assinante da Foia, insira o endereço do artigo no <i>site</i> <a href=http://12ft.io target=_blank>12ft.io</a> ou simplesmente desabilite a execução de Javascript em seu navegador; mas reative logo depois, pois a maioria dos <i>sites</i> não executa recursos sem ele!
<div style="text-align: center;"><br><img src="https://www.folha1.com.br/_midias/jpg/2018/01/27/lula-965368.jpeg" title="Fonte: https://www.folha1.com.br/_midias/jpg/2018/01/27/lula-965368.jpeg" width="470" height="353"></div>
<p><i>Analogia entre Israel e Hitler é acinte à lógica e à história que serve apenas para incitar polarização e antissemitismo</i>
<p>Se o mundo físico é regido pela lei da gravidade, o mundo virtual segue a lei de Godwin, que postula: “À medida que uma discussão <i>online</i> se alonga, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou os nazistas tende a 100%”.
<p>Essa constante universal da <i>internet</i>, criada como sátira pelo advogado Mike Godwin em 1990, descreve aquele momento lastimável em que um debatedor perde o debate.
<p>Findados os argumentos sensatos para provar determinado ponto, acaba-se descambando em Hitler ou no Holocausto. Trata-se de um desespero retórico que apela a emoções exageradas e ao lugar-comum. Afinal, exceto alguns sociopatas, ninguém gosta de nazismo.
<p>Banal nas redes sociais, tal recurso não é lá muito indicado para figuras de autoridade, principalmente de relevo internacional. Mas o presidente do Brasil resolveu inovar e, durante evento na Etiópia, disse que só há um paralelo na história para o que está acontecendo em Gaza: aquilo que Hitler fez com os judeus.
<p>Lula foi parar na lei de Godwin sem escalas. Poderia ter se saído bem com argumentos legítimos, como comparar aos crimes de guerra ora perpetrados pela Rússia na Ucrânia ou ao genocídio em Ruanda, que ceifou cerca de 800 mil vidas.
<p>Mas nesses casos não agradaria à militância de esquerda, que, com seu antiamericanismo datado, venera a autocracia russa e sonha com a ascensão de um fantasioso “Sul Global”.
<p>O Holocausto foi evento excepcional. Nunca foi criado um aparato de matança em escala industrial que dizimou tanta gente em tão pouco tempo como na Alemanha nazista.
<p>Já Israel foi brutalmente atacado e respondeu. De fato, há ações de seu exército que são bárbaras e condenáveis, com mortes de civis palestinos, inclusive mulheres e crianças.
<p>Mas, para criticar o descalabro em Gaza, não é preciso aviltar a lógica e relativizar o Holocausto só para afagar a militância. Ao cair na lei de Godwin, Lula apenas incita polarização política, antissemitismo e, de lambuja, ainda envergonha o Brasil.
<div style="text-align: center;"><br><img height="664" width="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_DzHjAQDmFrLt5EcfM9OJq0fbuZOvcj9f345jiInk88snpNc5rL8QC3NWRqGpOFvf99ddu7LAxVXLfeQYYPcI8v2HnErCtEJaaKZOa7FGXCPWd5rgtb3EJ91f7FudQxU52leU8ZaI6Z82QmDdGinX7ce3QcEPBK0NdKfLa3sqxHXYq-pAvGXsCns-jYBw/s1600/lygia%20maria.png"/></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-23483068552101219942024-03-01T13:21:00.063-03:002024-03-05T17:11:02.657-03:00FUNERAL DE NAVALNY: vídeos e fotos<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/navalny target=_blank>fishuk.cc/navalny</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><img height="430" width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiobnVcbmnlWt14qj8kEUm8mCneb01g5EU6yLYbMhKo5x04Oe2s5fLalVJ-nl9RGwlh2AQThgZHCiRNUy110pKxPO29TtdD6vNinLimbttTMuzpVW4bY7wzylwrwGnBOPZI5XblGCepDYFneOqw9E3mQdyxE3P1ZawKHYUeWY5BFdzd-Aa6nV8vujgAqQ7t/s1600/navalny%201.png" hspace="10" align="left">O advogado e político russo Alekséi Naválny, principal figura de oposição à ditadura de Vladimir Putin desde o fim da década de 2000, foi velado hoje em (quase) extremo segredo na Igreja do Ícone da Mãe de Deus, localizada no distrito (<i>raión</i>) de Márino da captal Moscou, onde ele viveu a maior parte de sua vida. Preso várias vezes durante protestos ao longo dos anos, Navalny foi vítima de um envenenamento em 2020, em pleno avião que fazia um voo interno, e após um pouso de emergência ele foi transferido pra Alemanha, onde recebeu tratamento médico. Mesmo sabendo dos riscos de ser preso em mais um dos processos-farsa forjado pelo Kremlin, ele voltou com a família pra Rússia em fevereiro de 2021, e desde então foi transferido de colônia penal em colônia penal, pra que ficasse cada vez mais distante do resto do mundo e tivesse suas condições de detenção pioradas.
<p>Falamos em “colônia penal”, mas o sistema de detenção não mudou muito desde os infames tempos do GULAG de Stalin, isto é, a “administração estatal dos campos” de detenção e trabalhos forçados. A diferença é que, ao contrário da era socialista, atualmente os presos não constituíam uma grande massa de mão-de-obra barata, praticamente escrava, pra construir as grandes obras de infraestrutura da industrialização acelerada. (E se algum maconheiro cabeludo das Humanas te disser que “eram apenas campos de reeducação pelo trabalho”, não acredite: “reinserir na sociedade” os “inimigos do povo” não estava nos planos dos bolcheviques, até porque o próprio Adolfinho dizia que “O trabalho liberta”...) Sua “última morada” foi a colônia penal do vilarejo de Kharp, no extremo norte da Rússia, além do Círculo Polar Ártico, reservada apenas pra estupradores, assassinos e outros criminosos comuns perigosos. Mesmo se admitíssemos que Navalny foi vítima de algum escândalo de corrupção, jamais seria o caso de o mandar pra esse fim de mundo, algo feito especialmente pra piorar suas já frágeis condições de saúde.
<p>Em 15 de fevereiro, numa das audiências por vídeos com seus algozes, o político demonstrou bom humor, disposição (o quanto estava disfarçando, não posso dizer) e até brincou com o juiz, pedindo pra que dividisse com ele um pouco de seu “enorme salário federal”, pois ele estava sem nada na cadeia. Os próprios funcionários na corte chegaram a rir quando Navalny se despediu, mas no dia seguinte a administração da colônia de Kharp anunciou seu falecimento, algo que os observadores já vinham esperando, mas não tão subitamente, dada a tortura praticamente constante, inclusive psicológica, a que era submetido. Putin chegou até a participar de um evento com jovens no dia 16, antes do qual ele foi avisado do ocorrido por assessores, e justamente durante a palestra fez brincadeiras e deu risada (não de Navalny, claro, mas certamente a notícia elevou seu humor sádico e psicopata). As causas da morte mudaram diversas vezes, e as autoridades quase se recusaram a entregar o corpo à mãe de Navalny, Liudmila (a esposa Iulia, que quer retomar o combate do marido, e seu casal de filhos está exilada na Europa, sempre mudando e nunca revelando o local de residência), a qual, porém, após intensa luta, conseguiu o recuperar e combinar um enterro conforme à fé cristã ortodoxa.
<p>Entre as hipóteses aventadas pelos especialistas, haveria uma negociação em curso, mediada pelo empresário exilado Román Abrámovich, entre as autoridades russas e alemãs pra que Navalny e mais dois jornalistas acusados de “espionagem” fossem “trocados” por um agente do Kremlin que cumpria prisão perpétua na Alemanha por ter matado em plena Berlim um guerrilheiro pela independência da Chechênia. Porém, ao saber que Navalny estaria incluído na “troca”, Putin, que o odeia de forma obsessivamente pessoal e sequer pronuncia seu nome em público, teria ordenado o assassinato, cujo encobrimento, em tais circunstâncias, é uma especialidade desde os tempos de Stalin. A máquina ditatorial vive afirmando que o opositor era “fraco” e “pouco influente”, mas o que justificaria tamanha reclusão do mundo, tamanha demora em dar satisfações sobre a morte e tamanho medo de permitir um funeral público – e ainda por cima com um policiamento desproporcional ao “perigo” – pouco antes das eleições que já se consideram “ganhas” por Putin? Por mais reservas que muitos têm às opiniões de Navalny, e por mais fragmentada que esteja a oposição russa no exterior (os outros políticos mais fortes também estão presos), acontece que ele era o único com potencial pra tirar o genocida do Kremlin, e por isso, gradualmente, quando mais Putin temia as consequências de não estar blindado pelo poder, mais ele apertava o cerco ao “insignificante”. Por isso, o destino de Navalny diz muito menos sobre ele mesmo do que sobre a distopia em que se transformou a Rússia pós-Ieltsin.
<p>Os funerais foram permitidos, mas abertos apenas a familiares, alguns poucos conhecidos e poucos visitantes. Mesmo assim, algumas imagens puderam ser feitas (dentro e fora da igreja), uma fila imensa se formou até o templo e muitos populares se reuniram pra gritar “Navalny! Navalny!”, “Não devemos ter medo!” ou “Não à guerra!”. Quando o carro com o caixão saiu pra (aí sim) “última morada”, os populares também jogaram rosas sobre o veículo. O começo da cerimônia foi às 15h de Moscou, 8h de Brasília, e quando esta publicação foi ao ar, Navalny já tinha sido enterrado no Cemitério Borísov, a poucos metros da igreja.
<p>Já existem algumas informações sobre os funerais nos principais portais de notícias em português, como CNN Brasil, Euronews Portugal e Agência Brasil, mas por serem esparsas, e como ainda não há nada em nossa língua publicado no YouTube (pelo menos por volta do meio-dia desta sexta-feira), estou acompanhando a cobertura completa feita pela TV Rain, atualmente sediada em Amsterdã, e que está se valendo de importantes contribuições discretas mandadas por testemunhas locais. Seguem algumas mídias separadas (fotos e vídeos) que eu mesmo selecionei ou mesmo “printei” dos próprios vídeos: espalhem, pois certamente a desinformação pró-Putin já está comendo solta na Banânia!
<p>Veja também <a href=https://www.youtube.com/watch?v=jOPGAIaI5Fs&list=PLtc54ib4HaJCiPh2-m2TW52rGmpDnUVwh&index=243 target=_blank>parte da <i>playlist</i></a> dedicada à carreira de Navalny, do canal independente Sotavision, com as filmagens desse dia histórico que foram a fonte pra maioria das mídias do mundo.
<div style="text-align: center;"><br><img height="314" width="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzmXkjZgvwlFVzXSq5ABzN7uBBSsfeXZ1E4o5uGF59dGtvTH8gZfcdk-ox-_Xo1pdI5eHZuCj2DXtVIjanE141Q0sayDgVJCuhYi6RXgax17AhIk6935hPy2iKKjwrqkvWBDCStuwvLI_a0-hIjSTk1e4Fe3AiaSl8KY1athyOHpnF7xIWc1lHcXR9A2q7/s1600/navalny%202.png"/><br>Pais de Navalny chegam à igreja chorando.
<br><br><br><img height="348" width="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEy1ooNapmH8y_SbBjIiDyVgfscm-uLLKfqt5yJvml4FM3XioEwFBrOXDm8g39QiWxmJwKFe6LOu7pjyRHo8WhdpX55hyjgxaHEdi-5YZa-K4ZcmyZKa7lgppKOlH7ITEzjKRH-Xhi8TR5zx21jYLOe8iWZ6UxmIZVE3B0ouRDEwUj9jrnBFVs-S9syTC6/s1600/navalny%203.png"/><br>Interior da igreja. Sentado bem à esquerda, o pai de Navalny com uma jaqueta com detalhes vermelhos, e a seu lado, toda de preto, de óculos e segurando uma vela, a mãe de Navalny.
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1vVYtJoO0rFaiLiihqVy2QJyKrzaRL2Uj/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Caixão de Navalny chega à igreja (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=RMbwhgWIFN8 target=_blank>Associated Press</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1j0k-olCST6qeXJ1d6tRNB4i1XUsi1Lik/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Caixão de Navalny chega e entra na igreja; vista aérea (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=pHLko2JeCdY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1eAEToIJh7fgLmxqNcl5wlM_fvZSNjCHj/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Entrada gradual de populares no funeral de Navalny, na Igreja do Ícone da Mãe de Deus (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=7ukD5dWk_PY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1Ra1NJZPA8zaurfG7bd75n5SgCxOXOXqV/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Cenas da parte religiosa do velório, no interior da igreja no distrito de Marino (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=qsHhAvkUHUM target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1Sp1yA5RzFI5Yr_beDXOGficjTl1mkiip/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Populares gritam: “A Rússia vai ser livre!” e “Navalny, Navalny!” (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=pHLko2JeCdY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1Ao3CZo2Tcp-olgJy2f1JGOA5WV19sdXh/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Populares gritam: “Ele não teve medo, e nós não temos medo!” (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=pHLko2JeCdY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1xeJoHQPCfdnoDsKrw9vPCJO3URVWtLQd/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Populares gritam: “Não vamos perdoar, não vamos perdoar!” (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=7ukD5dWk_PY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1xFbC9tv3PhHlgLankz3CNsKJ1gTVPbJZ/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Populares cumprimentam e abraçam a mãe de Navalny (de preto e de óculos) dizendo: “Obrigado! Obrigado por seu filho!” (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=pHLko2JeCdY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1W4YJwT3YWbcxo8UzhMWUIVgompnE27dG/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Chegada do corpo e início da cerimônia no Cemitério de Borisov (parte do vídeo está sem som, que é apenas a música). Em dado momento, pode ser vista a mãe de Navalny, e no fim do vídeo aparece uma grande afluência de pessoas chegando de metrô (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=pHLko2JeCdY target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1Z53MsroCo1pdgHwifnCw0xa3k8GaO8aS/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Preparando o buraco; desculpe, não resisti ao trocadilho, rs (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=qsHhAvkUHUM target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1eUyCDjRddehQmEkxuTnOBTy9Y3yTGw8Q/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Caixão começa a ser preparado pra sepultura sob os gritos de “Não à guerra, não à guerra” (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=qsHhAvkUHUM target=_blank>TV Rain</a>).
<br><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1tvWj-1DQZuK0Ayz0KuJ2KuVI0eLu1Kq9/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><br>Desolada, mas impassiva como toda <i>mamushka</i> soviética, mãe de Navalny assiste à cobertura da cova, enquanto anoitece em Moscou; o vídeo tem mais de 14 minutos (fonte: <a href=https://www.youtube.com/watch?v=LlUa2JoScl8 target=_blank>TV Rain</a>).</div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-14238035418594835092024-02-29T09:00:00.028-03:002024-02-29T09:00:00.136-03:00Carta sobre a origem do esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/origem-eo target=_blank>fishuk.cc/origem-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Trata-se do famoso excerto de uma <a href=https://eo.wikisource.org/wiki/Originala_Verkaro/V/3 target=_blank>carta privada</a> de L. Zamenhof ao russo Nikolái Afrikánovich Boróvko, escrita talvez em 1895 e impressa com permissão de ambos os correspondentes. Vladímir Gernét a traduziu do original russo (cujo texto, porém, se perdeu) pro esperanto e a publicou na revista <i>Lingvo Internacia</i> (<i>Língua Internacional</i>), n. 6-7, p. 115-119. Gernet é indicado como o tradutor, e certamente o próprio Zamenhof e o marquês de Beaufront revisaram o texto, e eu o traduzi pro português. Leia abaixo uma pequena introdução em esperanto e a íntegra da carta!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Temas pri celebra eltiro el <a href=https://web.archive.org/web/20060706114251/http://paginas.terra.com.br/arte/alls/ai_lingu.htm target=_blank>privata litero</a> de L. Zamenhof al la ruso Nikolaj Afrikanoviĉ Borovko, skribita eble en 1895 kaj presita kun permeso de ambaŭ korespondantoj. Vladimir Gernet tradukis ĝin el la rusa originalo (kies teksto, tamen, perdiĝis) al Esperanto kaj publikigis ĝin en la revuo <i>Lingvo Internacia</i>, n. 6-7, p. 115-119. Gernet estas indikata kiel la tradukinto, kaj certe Zamenhof mem kaj la Markizo de Beaufront revizis la tekston, kaj mi tradukis ĝin al la portugala. Ĉi-sube vi povas legi la tutan tradukon:
<div style="text-align: center;"><br><img width="500" height="281" src="https://es.globalvoices.org/wp-content/uploads/2022/08/Untitled-design-19-800x450.png" title="Fonte: https://es.globalvoices.org/wp-content/uploads/2022/08/Untitled-design-19-800x450.png"></div>
<p><br>...O senhor me pergunta: como apareceu em mim a ideia de criar uma língua internacional e como foi a história da língua esperanto do momento de seu nascimento até hoje? Toda a história <i>pública</i> da língua, isto é, começando do dia em que saí abertamente com ela, é ao senhor mais ou menos conhecida; aliás, por muitas causas, é ainda inoportuno tocar <i>neste</i> período da língua; por isso, vou contar ao senhor, em traços comuns, somente a história do <i>nascimento</i> da língua.
<p>Será difícil para mim contar ao senhor tudo isso em detalhes, pois muita coisa eu mesmo já esqueci: a ideia à qual dediquei toda minha vida para sua efetivação apareceu em mim – é engraçado dizê-lo – na mais tenra infância e, a partir desse tempo, nunca me abandonou; eu vivi com ela e nem posso me imaginar sem ela. Essa circunstância esclarecerá ao senhor em parte por que eu trabalhei sobre ela com tanta obstinação e porque eu, apesar de todas as dificuldades e da amargura, não abandonei essa ideia, tal como muitos outros fizeram tendo trabalhado no mesmo campo.
<p>Nasci em Białystok, província de Grodno. Este lugar de meu nascimento e de meus anos infantis deu a direção a todos os meus objetivos futuros. Em Białystok, a população é formada de quatro elementos distintos: russos, poloneses, alemães e judeus; cada um desses elementos fala uma língua própria e se relaciona sem amizade com os outros elementos. Em tal cidade, mais do que em qualquer outro lugar, a natureza impressionante sente a pesada infelicidade da diversidade linguística e se convence a cada passo de que a diversidade de línguas é a única, ou ao menos a principal causa que dispersa a família humana e a divide em partes inimigas. Fui educado como um idealista; ensinaram-me que todos os homens são irmãos e, enquanto isso, na rua e no quintal, a cada passo tudo me fazia sentir que os homens não existem: existem somente russos, poloneses, alemães, judeus etc. Isso sempre atormentava fortemente minha alma infantil, embora muitos possivelmente rirão desta “dor pelo mundo” na infância. Por então me parecer que os “adultos” possuíam uma espécie de força todo-poderosa, eu constantemente repetia a mim mesmo que, quando eu fosse adulto, sem falta afastaria esse mal.
<p>É claro que pouco a pouco eu me convencia de que nem tudo se faz tão fácil como parece a uma criança; fui jogando fora diversas utopias de criança, uma após a outra, e só o sonho por uma língua humana nunca pude jogar fora. De um modo confuso, eu de certa forma me atirei a ele, embora, é claro, sem quaisquer planos definidos. Não me lembro quando, mas em toda a ocasião, suficientemente cedo se formava em mim a consciência de que a língua única só pode ser neutra, não pertencendo a nenhuma das nações hoje vivas. Quando passei da Escola Real de Białystok (ela ainda era ginásio) para o segundo ginásio clássico de Varsóvia, fui durante algum tempo seduzido por línguas antigas e sonhava em um dia viajar pelo mundo inteiro e, com discursos flamejantes, inclinaria os homens a reviver uma dessas línguas para uso comum. Posteriormente, já não lembro quando, cheguei a uma firme convicção de que isso era impossível, e comecei a sonhar ocultamente com uma língua <i>nova</i> e artificial. Então, frequentemente começava alguns testes, elaborava riquíssimas declinações e conjugações artificiais. Mas uma língua humana com sua infinita, como me pareceu, pilha de formas gramaticais, com suas centenas de milhares de palavras, com as quais os grossos dicionários me atemorizavam, pareceu-me uma máquina tão artificial e colossal, que não foi só uma vez que eu dizia a mim mesmo: “Fora, sonhos! Esse trabalho não está conforme às forças humanas!” e, todavia, eu sempre voltava a meu sonho.
<p>Eu aprendi alemão e francês na infância, quando ainda não se pode comparar e fazer conclusões; mas estando na 5.ª série do ginásio, quando comecei a aprender inglês, a simplicidade de sua gramática lançou-se em meus olhos, principalmente graças à íngreme passagem através dela das gramáticas latina e grega. Então, notei que a riqueza de formas gramaticais é apenas um cego acaso histórico, mas não é necessária à língua. Sob tal influência, comecei a vasculhar a língua e retirar as formas desnecessárias, e notei que a gramática sempre mais e mais derretia em minhas mãos, e logo cheguei à menor gramática possível, que ocupava, sem ser inútil à língua, não mais do que algumas páginas. Então, comecei mais seriamente a abandonar meu sonho. Mas ainda os léxicos gigantes nunca me deixavam tranquilo.
<p>Uma vez, quando eu estava na 6.ª ou 7.ª série do ginásio, eu por acaso desviei a atenção à inscrição “<i>shveytsar<u>skaya</u></i>” (portaria), que eu já tinha visto muitas vezes, e depois à tabuleta “<i>konditor<u>skaya</u></i>” (doceria). Esse “<i>skaya</i>” despertou-me interesse e mostrou-me que os sufixos dão a possibilidade de se fazerem, de uma palavra, outras palavras que não precisam ser aprendidas separadamente. Esse pensamento me possuiu por inteiro, e subitamente senti o chão sob os pés. Sobre os terríveis léxicos gigantes caiu um raio de luz, e eles rapidamente começaram a encolher diante de meus olhos.
<p>“O problema está resolvido!” – então eu disse. Eu captei a ideia dos sufixos e comecei a trabalhar bastante nessa direção. Eu compreendi que grande significado pode ter para uma língua criada conscientemente o uso pleno dessa força, cuja eficácia nas línguas naturais é pouca, cega, irregular e incompleta. Comecei a comparar palavras, procurar entre elas relações constantes e definidas, e todo dia eu retirava do vocabulário uma nova série enorme de palavras, substituindo esse colosso por um sufixo que significava uma certa relação. Então, notei que uma pilha muito grande de palavras puramente <i>radicais</i> (ex. “mãe”, “estreito”, “faca” etc.) podiam ser facilmente transformadas em palavras <i>compostas, formadas</i> [em esperanto, <i>patrino</i>, <i>mallarĝa</i>, <i>tranĉilo</i>], e desaparecer do léxico. A mecânica da língua estava diante de mim como que sobre as palmas das mãos, e já começava agora a trabalhar regularmente, com amor e esperança. Logo depois eu já tinha escrita toda a gramática e um pequeno dicionário.
<p>A propósito, aqui eu direi algumas palavras sobre o material para o vocabulário. Muito antes, quando eu procurava e descartava tudo de inútil da gramática, eu quis usar os princípios da economia também para as palavras e, convencido de que tanto faz que forma terá essa ou aquela palavra se somente <i>concordarmos</i> que ela expressa a ideia dada, simplesmente <i>inventava</i> palavras, penando que elas fossem as mais curtas possíveis e não tivessem um número desnecessário de letras. Eu disse a mim mesmo que ao invés de usar palavras de 11 letras, como <i>interparoli</i> [conversar], podemos muito bem expressar a mesma ideia, por exemplo, com uma palavra de duas letras, como “pa”. Por isso, simplesmente escrevia a série matemática dos conjuntos de letras mais curtos, mas facilmente pronunciáveis, e a cada um eu dava o significado de uma palavra definida (ex. <i>a, ab, ac, ad, ... ba, ca, da, ... e, eb, ec, ... be, ce, ... aba, aca, ...</i> etc.). Mas eu logo descartei essa ideia, pois os testes feitos comigo mesmo me mostraram que tais palavras inventadas são muito difíceis de ser aprendidas e ainda mais difíceis de ser memorizadas. Então, já me convencia de que o material para o léxico deveria ser latino-germânico, sendo mudado só o quanto pedissem a regularidade e outras condições importantes da língua. “Já estando sobre essa terra”, logo notei que as línguas modernas possuem uma enorme provisão de palavras prontas já internacionais, que são conhecidas por todos os povos e constituem um tesouro para uma futura língua internacional – e obviamente me utilizei desse tesouro.
<p>No ano de 1878, a língua já estava mais ou menos pronta, embora entre a então “<i>lingwe uniwersala</i>” [língua universal] e o atual esperanto ainda havia uma grande diferença. Eu a divulguei entre meus colegas (eu então estava na 8.ª série do ginásio). A maioria deles foi seduzida pela ideia e pela incomum facilidade da língua, o que os percutia, e começaram a aprendê-la. Em 5 de dezembro de 1878, nós todos solenemente festejamos juntos a santificação da língua. Durante essa festa, houve discursos na nova língua, e com entusiasmo cantamos o hino, cujas palavras iniciais eram as seguintes:
<blockquote><br>“Malamikete de las nacjes<br>Kadó, kadó, jam temp’ está!<br>La tot’ homoze in familje<br>Konunigare so debá.”<p>(“A inimizade entre as nações<br>Caia, caia, já é tempo!<br>Toda a humanidade, em uma só família,<br>Deve se unir.”)</blockquote>
<p><br>Sobre a mesa, além da gramática e do dicionário, repousavam algumas traduções na nova língua.
<p>Assim se encerrou o primeiro período da língua. Então, eu ainda era muito jovem para sair publicamente com meu trabalho, e eu decidi esperar ainda cinco, seis anos e, durante esse tempo, cuidadosamente testei a língua e plenamente a trabalhei na prática. Meio ano depois da festa de 5 de dezembro, acabamos o curso ginasial e nos dispersamos. Os futuros apóstolos da língua experimentaram falar um pouco da “nova língua” e, deparando-se com as zombarias dos adultos, eles logo se apressaram em desconfessar a língua, e eu fiquei totalmente só. Prevendo só zombarias e perseguições, decidi esconder meu projeto de todos. Durante 5 anos e meio de minha permanência na universidade, nunca falava com ninguém sobre meu trabalho. Esse tempo foi muito difícil para mim. A “clandestinidade” me atormentava; obrigado a cuidadosamente esconder meus pensamentos e planos, quase não permanecia em nenhum lugar, não participava de nada, e a mais bela época da vida – os anos de estudante universitário – foram para mim os mais tristes. Às vezes eu tentava me distrair na sociedade, mas me sentia como um estranho, suspirava e ia embora, e de tempos em tempos acalmava meu coração com algum poema na língua trabalhada por mim. Mais tarde, coloquei um desses poemas (<i>Mia penso</i>, “Meu pensamento”) na primeira brochura editada por mim; mas aos leitores que não sabiam em que circunstâncias esse poema foi escrito, ele obviamente aparenta ser estranho e incompreensível.
<p>Durante seis anos trabalhei aperfeiçoando e testando a língua, – e eu tive bastante trabalho, embora no ano de 1878 me parecesse que a língua já estava totalmente pronta. Fiz muitas traduções para minha língua, escrevi nelas obras originais e vários testes me mostraram que o que me parecia totalmente pronto na teoria, ainda não estava pronto na prática. Tive de esculpir, substituir, corrigir e transformar radicalmente muita coisa. Palavras e formas, princípios e exigências impeliam e atrapalhavam uns aos outros, enquanto na teoria, tudo separadamente e em pequenos testes, eles me parecessem totalmente bons. Tais objetos, como a preposição universal <i>je</i> [usada quando nenhuma das outras consegue expressar o sentido desejado], o verbo elástico <i>meti</i> [pôr, colocar, meter], a terminação neutra, mas definida, <i>-aŭ</i> etc., provavelmente nunca mergulhariam teoricamente em minha cabeça. Algumas formas, que para mim pareciam uma riqueza, agora se mostravam, na prática, um peso morto; assim, por exemplo, tive de jogar fora alguns sufixos desnecessários. No ano de 1878, parecia-me que, para a língua, era suficiente ter gramática e léxico; eu atribuía a sobrecarga e a deselegância da língua somente ao fato de que eu ainda não a dominava bem o suficiente; então, a prática sempre mais e mais me convencia de que a língua ainda precisava de uma espécie de “algo” insondável, o elemento de coligação que dava à língua vida e um “<i>espírito</i>” definido, totalmente formado. (O desconhecimento do espírito da língua é a causa pela qual alguns esperantistas, que leram muito pouco na língua esperanto, escrevem sem erros, mas em um estilo pesado, desagradável – enquanto os esperantistas mais experientes escrevem em um estilo bom e totalmente <i>idêntico</i>, qualquer que seja a nação à qual eles pertençam. Sem dúvida, com o tempo, o espírito da língua, embora aos poucos e imperceptivelmente, mudará muito; mas se os primeiros esperantistas, pessoas de diversas nações, não encontrassem na língua um espírito <i>fundamental</i> todo definido, cada um começaria a puxar para seu lado e a língua permaneceria eternamente, ou ao menos durante um tempo muito longo, uma coleção de palavras desengonçada e sem vida.) Então, comecei a evitar traduções literais desta ou daquela língua e penei em <i>pensar</i> diretamente na língua neutra. Depois, notei que a língua, em minhas mãos, já deixava de ser uma sombra sem fundamentos desta ou daquela língua, com a qual eu estava lidando neste ou naquele minuto, e recebia seu próprio espírito, sua própria vida, a própria fisionomia definida e claramente expressa, já independente de qualquer tipo de influência. A fala já fluía sozinha, flexível, graciosa e totalmente livre, como uma língua materna viva.
<p>Por um longo tempo, uma circunstância ainda me fazia adiar minha saída pública com a língua: durante um longo tempo, um problema não ficou resolvido, e que tem um enorme significado para uma língua neutra. Eu sabia que todos me diriam: “Sua língua só será útil para mim quando o mundo inteiro a aceitar; por isso, não posso aceitá-la até que o mundo inteiro a aceite.” Mas dado que o “mundo” não é formado sem “unidades” antes separadas, a língua neutra não podia ter futuro até que conseguisse tornar-se útil para cada pessoa à parte, independentemente se já é uma língua aceita ou não pelo mundo. Fiquei muito tempo pensando nesse problema. Finalmente, os chamados “alfabetos secretos”, que não exigem que o mundo os aceite de antemão e dão a um destinatário totalmente desinformado a possibilidade de entender tudo o que você escreveu somente se você lhe passar a “chave” com os significados, conduziu-me a pensar em arranjar também a língua aos modos de tal “chave”, que, contendo em si não somente todo o léxico, mas também toda a gramática de elementos separados, totalmente independentes e ordenados em ordem alfabética, daria a possibilidade do destinatário/leitor totalmente desinteressado, de qualquer nação, compreender imediatamente sua carta.
<p>Terminei a universidade e comecei minha prática médica. Agora, já começava a pensar na saída pública com meu trabalho. Aprontei o manuscrito de minha primeira brochura (<i>Dr. Esperanto – Uma língua internacional: Prefácio e manual completo</i>) e comecei a procurar um editor. Mas pela primeira vez, eu aqui encontrei a amarga prática da vida, a demanda financeira com a qual, posteriormente, ainda devia e devo batalhar muito fortemente. Durante dois anos, em vão procurei um editor. Quando eu já tinha encontrado um, ele aprontou minha brochura para edição durante meio ano e, ao fim, recusou. Finalmente, depois de longos esforços, eu mesmo consegui editar minha primeira brochura em julho do ano de 1887. Antes disso, eu estava muito excitado; eu sentia que estava diante do Rubicão (*) e que do dia em que aparecesse minha brochura, eu já não teria a possibilidade de regressar; eu sabia que sorte esperava um médico que depende do público, se esse público via nele um fantasioso, um homem que se preocupa com “causas apensas”; eu sentia que estaca pondo em jogo toda a tranquilidade futura e as existências minha e de minha família; mas eu não podia deixar a ideia que adentrou meu corpo e meu sangue, e... eu atravessei o Rubicão. (*)
<div style="text-align: right;"><p><br>Luís Lázaro Zamenhof.</div>
<p><br><b>(*) Nota de tradução –</b> “Atravessar o Rubicão” (em esperanto, <i>transiri Rubikonon</i>: frase que se costuma proferir quando se toma uma decisão arrojada e decisiva, em referência a um pequeno rio que separava a Itália da Gália Cisalpina. (<i>Dicionário Completo Esperanto-Português</i>, Federação Espírita Brasileira, 1996.)
<div style="text-align: center;"><br><img width="480" height="338" src="https://3seaseurope.com/wp-content/uploads/2023/03/esperanto.webp" title="Fonte: https://3seaseurope.com/wp-content/uploads/2023/03/esperanto.webp"></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-20275143927094518932024-02-28T11:48:00.003-03:002024-03-02T14:38:00.236-03:00A carta de Satanás pra Jair Bolsonaro<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/bolsonaro-diabo target=_blank>fishuk.cc/bolsonaro-diabo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Há alguns dias, recebi este poema em estilo cordel num grupo de esquerda, de autoria atribuída a um nordestino (de que estado?...) que usa o nome “Zé de Quinó” e que não fazia ideia de quem era. A mensagem vinda junto com os versos era a seguinte (ortografia adaptada): “Carta do Demo pro Bozo. É demais! Que talento deste poeta Zé de Quinó! Maravilhoso cordel! Viva o poeta nordestino!” Curiosamente, a elite cultural do Sul e do Sudeste sempre foi criticada por folclorizar e marginalizar um “Nordeste” genérico, mas na verdade muito variado; e eis aqui novamente, com sinal invertido, a mesma generalização, sem que sequer saibamos onde vive Zé de Quinó, do que se alimenta, como se reproduz...
<p>Na verdade, uma rápida busca no São Google nos revela uma infinidade de respostas. Mais corretamente “Zé de <i>Quinô</i>” (com “o” fechado, e não aberto), este é na verdade Daniel Alves dos Santos, natural e residente de Arapiraca, agreste de Alagoas, mestre em História e professor, que também se define como “cordelista e poetizador”. Sua foto de <a href=https://www.portalescritores.com.br/zedequino target=_blank>perfil</a> num “Portal de Escritores” não deixa dúvida sobre sua opção política, mas o cordel que estou aqui republicando data, na verdade, mais ou menos de 17 de novembro de 2022, logo após a derrota do Inelegível e quando Zé de Quinô o lançou em seu <a href=https://www.instagram.com/p/ClD6IAQgKJe target=_blank>Instagram</a>. Na conta, também podemos ver que ele é casado e pai de uma linda cacheadinha. Aliás, a fictícia carta também foi editada em formato impresso, e no ano seguinte ela ganhou até uma <a href=https://www.revistajangada.ufv.br/Jangada/article/view/490/371 target=_blank>resenha</a> acadêmica, veja só!
<p>Paro por aqui, e deixo que você mesmo procure pelas redes do Daniel/Zé de Quinô. Depois do longo poema, fiz uma montagem com a <a href=https://www.youtube.com/watch?v=nZZE-v_Vg1c target=_blank>gadociata</a> de 25 de fevereiro na Paulista, que era pra conter apenas o Pai da Mentira dando gritinhos que jamais o vi emitir na vida, mas acabou tomando uma dimensão bem maior, como você vai ver, rs:
<div style="text-align: center;"><br><img src="https://i0.wp.com/antropofagista.com.br/wp-content/uploads/2021/03/156545051_438943890658711_6838001745875939385_n.jpg" title="Fonte: https://i0.wp.com/antropofagista.com.br/wp-content/uploads/2021/03/156545051_438943890658711_6838001745875939385_n.jpg" width="500" height="302"><br><br><img src="https://images01.brasildefato.com.br/cdf3dcfe7fba885d0f80cce380534608.jpeg" title="Fonte: https://images01.brasildefato.com.br/cdf3dcfe7fba885d0f80cce380534608.jpeg" width="500" height="330"></div>
<table border=0 style="margin: auto;"><tr><td><p>Saudações aqui do Inferno
<br>Te escrevo de coração
<br>Para dar a ti os pêsames
<br>Por conta da eleição
<br>Nessas breves tortas linhas
<br>Meu maldito Capitão.
<p>Torci por ti e foi muito
<br>Pena tu não ter vencido
<br>Sou seu admirador
<br>Meu fascista preferido
<br>Tu tem cadeira cativa
<br>No meu caldeirão fervido.
<p>Espero que esta carta
<br>Aumente mais sua dor
<br>Piorando esse teu choro
<br>Meu maldito enganador
<br>Me admira tua sanha
<br>Teu sonho de ditador.
<p>Quero aqui te relatar
<br>Como admiro a ti
<br>Nessas linhas vou dizer
<br>Apenas sobre o que vi
<br>Durante esse teu mandato
<br>Muita coisa eu escrevi.
<p>Adoro esse teu racismo
<br>E tua cara de pau
<br>Esse teu descaramento
<br>Não existe nada igual
<br>Tu falas com tanto ódio
<br>E isso é fundamental.
<p>Seu machismo é outro ponto
<br>Que chamo de admirável
<br>Gostei do dia que disse
<br>Que tu eras “imbrochável”
<br>Isso é baixo, vil, rasteiro
<br>Foi um dia memorável.
<p>Agora vou relembrar
<br>O tempo da pandemia
<br>Era lindo tu zombando
<br>Do doente em agonia
<br>Assim como não ligando
<br>Pra multidão que morria.
<p>Imitar o agonizante
<br>Que sofria com covid
<br>Registrei isso também
<br>Para que ninguém duvide
<br>Nunca vi tão insensível
<br>És terrível quando agride.
<p>Dizer que o pranto dos entes
<br>Era mero “mi-mi-mi”
<br>Foi o que de mais perverso
<br>Que na morte eu já ouvi
<br>Isso para mim foi lindo
<br>Aplaudi você daqui.
<p>A maldade que carregas
<br>Faz de ti mais que rasteiro
<br>Tu nem sequer lamentou
<br>Os mortos do mundo inteiro
<br>Quando questionado, disse:
<br>“E daí, não sou coveiro”.
<p>Você é meu grande líder
<br>Te admiro de paixão
<br>Parece feito de lixo
<br>Um verme sem coração
<br>Que sabe zombar dos mortos
<br>Da tua própria nação.
<p>E por falar em Nação
<br>Meu velho amigo fascista
<br>Gostei de tuas ideias
<br>De perseguir comunista
<br>De incitar os teus lacaios
<br>A matar quem for petista.
<p>Pra mim outra qualidade
<br>Que você sempre carrega
<br>É dizer coisas terríveis
<br>E depois tu vem e nega
<br>Tu é mesmo coisa ruim
<br>Pior que peixeira cega.
<p>Falou que uma colega
<br>Aquela tal deputada
<br>Não merecia a desgraça
<br>De por ti ser estuprada
<br>Depois quando questionado
<br>Disse que não falou nada.
<p>Cortou verba da saúde
<br>Ciência e educação
<br>Botou século de sigilo
<br>Pra toda tua podridão
<br>E de forma descarada
<br>Diz: “Não há corrupção”.
<p>Bolsonaro meu amigo
<br>A ti tiro meu chapéu
<br>Te considero o melhor
<br>Mais querido xeleléu
<br>Desculpe se a emoção
<br>Gotejar nesse papel.
<p>Não se turbe com a derrota
<br>E nem fiques magoado
<br>Seu lugar tá garantido
<br>À direita, do meu lado
<br>Nunca vi um presidente
<br>Que deixou pior legado.
<p>Tua fama me comove
<br>Nunca vi gente pior
<br>Dos canalhas que admiro
<br>Pra mim tu é o maior
<br>Pois de tudo que ensinei
<br>Tu aprendeste de cor.
<p>Outra coisa que tu faz
<br>Que me alegra o coração
<br>É mentir desordenado
<br>E se fingir que é cristão
<br>Assim tu ganha o apoio
<br>De uma grande multidão.
<p>Enganar, mentir, zombar
<br>São tuas grandes qualidades
<br>Gosto de teu descontrole
<br>Em negar todas verdades
<br>De gritar alto e bom tom
<br>As tuas insanidades.
<p>Quero te dizer mais uma
<br>Meu corrupto favorito
<br>Que como miliciano
<br>Você é mais que maldito
<br>Finge ser um cabra honesto
<br>Que às vezes quase acredito.
<p>Eu sou o pai da mentira
<br>Isso não há quem conteste
<br>Mas confesso, sou teu fã
<br>Mesmo que alguém te deteste
<br>E acho que pro Brasil
<br>Você é a pior peste.
<p>Termino aqui esta carta
<br>Que escrevi com muito esmero
<br>Aceite minha amizade
<br>Saiba que te considero
<br>E estar sempre do teu lado
<br>É tudo que eu mais quero.
<p>Não vejo dia nem hora
<br>Já até comprei meu terno
<br>Que tu chegue por aqui
<br>Pra queimar no fogo eterno
<br>Assinado: Satanás
<br>Presidente do Inferno.</td></tr></table>
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/10pYts2L8lMwFdY_hQztY1yohgt-HcEIf/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<p><br>Enquanto os “gadultos” puderam soltar sua libido reprimida e mal resolvida gritando pra idolatrar um militar e político fracassado, as crianças tiveram um espaço recreativo destinado exclusivamente a elas pra brincarem protegidas e supervisionadas:
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1jXGwji-JqAokAKJDBow5KtLu-rbsyhv5/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<p><br>Se tratando ainda por cima da Pauliceia (mais que Desvairada, nesse caso...), é claro que além de hidratação, os esportistas de Zap-Zap também precisaram de alimentação adequada. Veja qual foi a combinação mais pedida:
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1XYJe0QD_YZtWPx46cdK3UtkdeDzJX9oR/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<p><br>Finalmente, o transporte público foi incrementado e garantido pra que todos os cidadãos de bem pudessem voltar com segurança e conforto pra seus currais. Muitos quiseram evitar a tigrada corintiana que gritava contra o Mytho nas principais estações do subterrâneo, mas infelizmente o portão 9 ¾ pro Expresso Hogwarts estava fechado aquele dia...
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1PAaDS0t4TK2NxiG9BXkxq_D2Y8YL4now/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: center;"><br><br><a href=https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=160575 target=_blank><img height="376" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrVs9WtHdtKXXpIFXi1QQP43zIHUNl5Gd5aVFD8ScEVGYQQbS7MAjkGgVC-21VbLXNnrxgeG5pOrbLiNm2gS7R7JWscu5XL7Ju21OggKTq3YV7pz4Ub3h_zI0Q2GdEhaDeqmNIKdoS3mxhsou-if9BmBwUarUU6YhUedBSerctTwH9yM-C5bOVPsckCOi/s1600/anistia%20golpe.png"/></a><p>Golpista Mourão tem uma projeto de lei pra anistiar os terroristas do Oito de Janeiro. Entre com sua conta GOV.BR ou e-Cidadania e <b>VOTE NÃO</b> a esse lixo na <a href=https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=160575 target=_blank>consulta pública</a>, pelo menos, pra mostrar a força de quem paga o salário dele!</div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-10071469568880090452024-02-27T09:00:00.030-03:002024-03-02T14:54:13.929-03:00Como Zamenhof criou o esperanto?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/criacao-eo target=_blank>fishuk.cc/criacao-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Trata-se de <a href=https://web.archive.org/web/20060706114251/http://paginas.terra.com.br/arte/alls/ai_lingu.htm target=_blank>dois textos</a> escritos originalmente em esperanto pelo brasileiro Antônio Luís Lourenço dos Santos, pelo qual ele descreve o material usado por Zamenhof pra criar aquela língua, quais sejam as origens etimológicas do vocabulário e o conhecimento linguístico do médico. Seus títulos em português são “Origem e internacionalidade do esperanto” (escrito e publicado em 1989 pela revista <i>Brazila Esperantisto</i>) e “Conhecimento linguístico de Zamenhof”. Eu os traduzi em português e dei o novo título “Como Zamenhof criou o esperanto?”. Seguem abaixo uma pequena introdução em esperanto e a tradução dos dois textos, com a ortografia e a redação atualizadas!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Temas pri <a href=https://web.archive.org/web/20060706114251/http://paginas.terra.com.br/arte/alls/ai_lingu.htm target=_blank>du tekstoj</a> verkitaj originale en Esperanto de la brazilano Antônio Luís Lourenço dos Santos, per kiuj li prisrkibas la materialon uzatan de Zamenhof por krei tiun lingvon, nome la etimologiajn devenojn de la vortaro kaj la lingvoscion de la kuracisto. Iliaj titoloj estas “Deveno kaj internacieco de Esperanto” (verkita kaj publikigita en 1989 de la revuo <i>Brazila Esperantisto</i>) kaj “Lingvoscio de Zamenhof”. Mi tradukis ilin al la portugala lingvo kaj donis la novan titolon “Kiel Zamenhof kreis Esperanton?”. Ĉi-sube vi povas legi miajn du tradukojn al la portugala, nur kun etaj ĝisdatigoj en la ortografio kaj la redaktostilo:
<div style="text-align: center;"><br><img width="400" height="456" src="https://2.bp.blogspot.com/-uBDjiytsEqI/Wmdr-_tz-xI/AAAAAAAAVhA/K-xPz2le7dkn_K6nlLroPRpp-yCI-GwhgCLcBGAs/s640/Esperanto_Zamenhof%2B%25C4%2589e%2Bla%2Bskribtablo%2Ben%2B1910.jpg" title="Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-uBDjiytsEqI/Wmdr-_tz-xI/AAAAAAAAVhA/K-xPz2le7dkn_K6nlLroPRpp-yCI-GwhgCLcBGAs/s640/Esperanto_Zamenhof%2B%25C4%2589e%2Bla%2Bskribtablo%2Ben%2B1910.jpg"></div>
<div style="text-align: center;"><p><br>1. Origem e internacionalidade do esperanto</div>
<p><b>Introdução –</b> Muitos esperantistas, principalmente iniciantes, têm curiosidade em saber como Zamenhof criou o esperanto. A curiosidade não é sobre a história em si da língua, que é muito bem divulgada, mas a origem internacional, ou, em outras palavras, de que línguas vêm a gramática, os afixos, os radicais, os correlativos e outros aspectos linguísticos.
<p>Os esperantistas sabem bem que Zamenhof era um homem genial que dominava muito bem muitas línguas naturais, como o russo (sua língua materna), o alemão, o hebraico, o ídiche (judeu-alemão), o polonês, o francês, o latim e o grego. Além disso, ele sabia um pouco do inglês e do aramaico. Zamenhof usou esse vasto conhecimento pra criar o esperanto. Todavia, dois aspectos então o deixavam com medo: gramática e grandes vocabulários. Investigando a literatura esperantista, encontram-se várias informações dignas de conhecimento, que, embora incompletas, nos dão muitas explicações. Pode-se resumi-las no seguinte:
<p><b>Gramática –</b> L. L. Zamenhof sabia muito bem o hebraico e, por isso, uma parte importante da gramática vem dessa língua. Os conhecimentos de hebraico foram muito úteis ao Doutor Zamenhof: ele aproveitou muito mais do que externamente parece pra simplificar a língua conforme os moldes hebraicos. Pro vocabulário, o hebraico não pôde ajudar de forma alguma, pois seus radicais não são internacionais; mas a gramática hebraica deu uma enorme inspiração a Zamenhof. Mencionemos somente alguns pontos:
<ol><li>O hebraico não tem artigo indefinido e tem somente um único artigo definido imutável, tal como no esperanto.<li>No hebraico não há ditongos, pois as letras “ŭ” (ŭo; pronuncia-se “uô”) e “j” (jo; pronuncia-se “iô”) são consoantes, tal como no esperanto.<li>O hebraico não possui o modo subjuntivo, e o esperanto também não.<li>Tal como o hebraico, o esperanto também não possui formas especiais simples pra distinguir perfeito e imperfeito nos verbos.<li>O hebraico e o esperanto só possuem os casos nominativo e acusativo.<li>A terminação “u” pro imperativo é hebraica e árabe, e não uma invenção caprichosa de Zamenhof.<li>Tal como no esperanto, o vocabulário hebraico é disposto conforme os radicais. <a id=volta1>(<a href=#nota1>1</a>)</a></ol>
<p>Entre as experiências do autor do esperanto, houve também a que tratava da necessidade de um “Fundamento Intocável”, que no hebraico é a “Bíblia”, na qual ninguém tem o direito de mudar ou corrigir coisa alguma; nunca se corrige nem o erro mais evidente na língua hebraica. Somente se menciona na borda da página como se deve ler corretamente a palavra errada, mas esta permanece e é eternamente copiada ou representada sem mudanças. Essa intocabilidade do texto modelar eternizou a unidade da língua hebraica através do mundo. Zamenhof criou o “Fundamento Intocável” pro esperanto, e ainda traduziu a Bíblia, que, para muitas pessoas, ainda é um modelo imutável. Certamente a língua vai crescer no uso moderno, todavia, sempre vão se respeitar os modelos intocáveis. Pra nós, esses modelos são o <i>Fundamento do Esperanto</i>, a <i>Crestomatia Fundamental</i> <a id=volta2>(<a href=#nota2>2</a>)</a> e outras obras de nosso genial mestre.
<p>Esses princípios experimentados no hebraico através de milênios de vivência consideravelmente simplificaram e facilitaram a gramática do esperanto; mas o aspecto externo da língua, aparentemente, é totalmente ocidental, pois os radicais, afixos e terminações gramaticais internacionais são ocidentais. Dizemos “aparentemente”, pois a aglutinação <a id=volta3>(<a href=#nota3>3</a>)</a> em esperanto também não é ocidental, mas oriental.
<p>Outros pontos gramaticais consideráveis são os seis particípios e a conjunção <i>kaj</i> (e), que Zamenhof tirou do grego, e as formas unidas de uma preposição com o artigo, que se baseiam no italiano, como, por exemplo, <i>ĉe l’</i> (em casa de), <i>tra l’</i> (através de), <i>de l’</i> (de).
<p>Em relação à terminação substantiva “o” e à plural “j”, o sr. N. Z. Majmon forneceu uma suposição muito interessante aos estudos esperantológicos. No perfeito livro de estudos de Gaston Waringhien, <i>Língua e Vida – Ensaios Esperantológicos</i>, o sr. Majmon defende a hipótese de que Zamenhof poderia ter fornecido o final substantivo em esperanto “o” e o plural “j” conforme o modelo do aramaico. Teria eleito Zamenhof, conforme esse modelo, a terminação substantiva singular “o” e a plural “oj”? Seria mais lógico supor que, destinando o esperanto primeiramente ao público europeu, Zamenhof retirou a terminação “o” do italiano (<i>uomo</i> = <i>homo</i> = homem, <i>amico</i> = <i>amiko</i> = amigo, <i>angelo</i> = <i>anĝelo</i> = anjo) ou do espenhol (<i>canto</i> = <i>kanto</i>, <i>estilo</i> = <i>stilo</i>, <i>mano</i> = <i>mano</i> = mão). Todavia, pode ser que inconscientemente justamente a terminação aramaica “o” pra muitos substantivos, com seu “j” no plural, fixando-se na memória subconsciente do mestre durante sua tenra juventude, passando pelos modelos italiano e espanhol, tenha ditado ao mestre sua decisão. Seja assim, seja de outra forma, mas a hipótese do sr. Majmon sem dúvida nos salta aos olhos.
<p><b>Afixos –</b> Com relação aos grandes vocabulários, o problema foi resolvido ao acaso. O próprio Zamenhof conta esse acontecimento em uma <a href=http://fishuk.cc/origem-eo target=_blank>carta de 1895</a> ao sr. Nikolai Afrikanovich Borovko:
<blockquote>Certa vez, quando estava na 6.ª ou 7.ª série do ginásio, desviei minha atenção por acaso à inscrição “<i>shveytsar<u>skaya</u></i>” (portaria), que eu já vi muitas vezes, e depois a tabuleta “<i>konditor<u>skaya</u></i>” (doceria). Esse “<i>skaya</i>” me despertou interesse, e mostrei a mim mesmo que os sufixos dão a possibilidade de, a partir de uma palavra, fazer outras que não precisam ser decoradas separadamente. Este pensamento me possuiu por inteiro, e subitamente senti a terra sob os pés. Sobre os terríveis vocabulários gigantescos caiu um raio de luz, e eles começaram a encolher rapidamente diante de meus olhos. “O problema está resolvido!” – então eu disse. Captei a ideia dos sufixos e comecei a trabalhar muito nesta direção. Compreendi que grande significado pode ter para a língua conscientemente criada o pleno uso dessa força que em línguas naturais funciona só em parte, cegamente e de forma vazia.</blockquote>
<p>Em línguas nacionais, há afixos que frequentemente têm significados diferentes, e, do contrário, também existem vários afixos que expressam a mesma ideia; então, das muitas línguas que Zamenhof sabia, ele pegou seus afixos pra economizar ao aprendiz a aquisição de muitas palavras à parte. Ele escolheu os afixos que têm similares em muitas línguas diversas, facilitando assim a memorização de palavras pra diversos povos. Sobre a etimologia dos afixos, observemos a lista abaixo, não esquecendo que alguns afixos foram processados por Zamenhof e outros foram oficializados pela Academia de Esperanto:
<p>a) Do francês: bo - ad - aĵ - on.<br>b) Do alemão: ge - mis - ej - em - er - ig - in - ing.<br>c) Do russo: pra - ar - ĉj - eg - il - nj.<br>d) Do latim: dis - mal - re - an - ind - ist - ul - um - fi - end.<br>e) Do grego: ek - id - ism.<br>f) Do inglês: ebl.<br>g) Do italiano: aĉ - ec - estr.<br>h) Das línguas românicas: eks - et.<br>i) Das línguas eslavas: uj.<br>j) O sufixo “iĝ”, usado pra ideia de “tornar-se”, aproxima-se de um sufixo italiano, embora isso seja mera coincidência.<br>k) O sufixo “obl” é composto pela vogal alemã “o” e pelas consoantes “bl” do inglês (<i>doppelt</i> = <i>double</i> = <i>duobla</i> = duplo).<br>l) O sufixo “op” é uma inversão da preposição distributiva “po”, que em esperanto tem o mesmo significado da equivalente russa. No <i>Plena Ilustrita Vortaro</i> (<i>Dicionário Ilustrado Completo</i>), encontramos um exemplo dela: <i>Ili marŝis po kvar en vicoj</i> = <i>Ili marŝis kvarope en vicoj</i> (Eles marcharam em filas de quatro).
<p>Ainda lembremos, algumas vezes, que embora um sufixo ou outro venha de uma língua definida, pode-se encontrar esse mesmo afixo em várias outras línguas.
<p><b>Tabela dos correlativos –</b> Também é mencionável a origem da “tabela dos correlativos”. Zamenhof não a inventou arbitrariamente, e seus elementos não foram escolhidos ao acaso. Há tabelas incompletas em línguas eslavas, como, por exemplo, no búlgaro, no russo, no letão, no lituano, no checo, no sérvio e no eslovaco. Zamenhof as estudou e processou logicamente. Vejamos abaixo:
<ul><li>“I” – a letra inicial “i” vem do alemão <i>irgendein</i> (de alguma forma), <i>irgendeiner</i> (alguém).<li>“Ĉ” – poderia bem ser do polonês <i>wszyscy</i> (todos).<br>“ES” – a terminação “es” concorda com o genitivo do alemão <i>wessen</i> (de quem?), <i>des</i>, <i>dessen</i> (dessa pessoa).<li>“IE” – a terminação “ie” faz lembrar o polonês <i>gdzie</i> (onde?), <i>nigdzie</i> (em nenhum lugar).<li>“K” – a letra inicial “k” corresponde à palavra interrogativa <i>kia</i> (como? de que tipo?).<li>“T” – a letra inicial “t” corresponde à palavra demonstrativa <i>tia</i> (desse tipo).<li>“NEN” – negativa “nen”.</ul>
<p>Estas três últimas (K, T, NEN) são comuns a muitas línguas, como o búlgaro, o português, o russo, o italiano, o lituano, o esloveno, o checo, o croata, o letão, o sérvio, o espanhol, o romanche (ou rético), o francês, o polonês e o eslovaco.
<p><b>Conclusão –</b> De tudo dito acima, podem-se ver diversos aspectos da origem das palavras em esperanto, e principalmente a genialidade de nosso caro e memorável Mestre Zamenhof, que não foi somente um homem genial, mas também possuiu desde a juventude saberes que vários linguistas nunca adquirem sobre a existência e a estrutura de línguas que funcionam internacionalmente; por isso, ele criou nossa admirável língua com perfeita segurança, conforme modelos vivos, e nossa língua internacional viva já se tornou centenária (atualmente com 112 anos).
<div style="text-align: center;"><p><br>2. Conhecimento linguístico de Zamenhof</div>
<p>Nosso caro Mestre Zamenhof, o criador do esperanto, tinha ótimos conhecimentos linguísticos que podemos constatar pela compilação abaixo:
<p><b>Ídiche –</b> Zamenhof sabia bem o ídiche. A primeira língua do menino Lázaro foi um jargão que ele aprendeu de sua mãe, Liba, do bairro em que ele nasceu e na escola hebraica elementar.
<p><b>Alemão –</b> Zamenhof sabia perfeitamente o alemão. De sua mãe, Liba, ele o aprendeu. Ele estudou o alemão no Ginásio Real de Białystok (três anos), no 2.º Ginásio Masculino de Varsóvia (cinco anos) e na Universidade de Moscou (um ano).
<p><b>Russo –</b> Zamenhof sabia bem o russo, pois era sua língua materna. Em carta de 8 de março de 1906 a Th. Thorsteinsson, Zamenhof diz: “Minha língua materna é a russa”. O prof. G. Waringhien, em seu estudo sobre Lázaro Zamenhof, publicado em <i>Esperanto</i>, n. 649, de dezembro de 1959, diz: “Zamenhof sempre enxergou o russo como sua língua materna [...] e sentia a Lituânia como sua pátria”. Em carta de 21 de fevereiro de 1905 a A. Michaux, Zamenhof conta: “A língua materna sempre foi para mim o objeto mais querido do mundo. Sempre amei mais essa língua, na qual fui educado, isto é [...] a língua russa; eu a aprendi com o maior prazer; já sonhei em tornar-me um grande poeta russo. Também aprendi com prazer diversas outras línguas, mas elas me interessavam mais na teoria do que na prática [...] Em minha infância muito amei de paixão a língua russa e todo o reino russo; mas logo me convenci de que pagam meu amor com ódio”.
<p><b>Hebraico –</b> Zamenhof sabia muito bem o hebraico. Em escolas judaicas, a língua hebraica era obrigatoriamente ensinada aos garotos. Zamenhof frequentava a escola elementar hebraica e aprendia o hebraico. Marcos, pai de nosso mestre, foi um ótimo hebraísta, ensinou o hebraico a seu filho e, por isso, Zamenhof o aprendeu a fundo.
<p><b>Francês –</b> Zamenhof sabia bem o francês. Ele o aprendeu de sua mãe, Liba. Seu pai, na escola estatal de ensino médio, ensinava geografia e línguas modernas, e ajudou seu filho a aprender o francês. Ele estudou francês no Ginásio Real de Białystok e no 2.º Ginásio Masculino de Varsóvia.
<p><b>Polonês –</b> Zamenhof sabia bem o polonês. Ele o aprendeu já em Białystok, na Rússia (hoje Polônia). Em carta de 21 de fevereiro de 1905, ele revelou a A. Michaux que falava fluentemente em polonês. Com seus familiares, Zamenhof falava o russo, a língua do Estado, pois Varsóvia pertencia à Rússia. Só quando havia um visitante polonês, Zamenhof, por gentileza, usava o polonês. Por isso, os visitantes poloneses na casa de Zamenhof ouviam a língua polonesa.
<p><b>Latim –</b> Zamenhof sabia bem o latim. Em dezembro de 1873, Zamenhof se mudou pra Varsóvia e começou a aprender latim sozinho. De agosto de 1874 até junho de 1879, ele o estudou no 2.º Ginásio Masculino de Varsóvia. Numa entrevista de agosto de 1907, Zamenhof contou que, na universidade, ele dedicou atenção especial à língua latina.
<p><b>Grego –</b> Zamenhof sabia muito bem o grego. Em dezembro de 1873, Zamenhof começou a aprendê-lo por conta própria. Ele também o estudou no 2.º Ginásio Masculino de Varsóvia. Apesar de Zamenhof ter boas notas principalmente em grego, ele não se julgou competente o suficiente pra fazer uma tradução do Novo Testamento da língua grega. No prefácio a <i>Gênesis – Primeiro livro de Moisés</i>, Zamenhof conta: “Há tempos atrás já pensava em começar uma tradução sistemática da Bíblia. Deixando o Novo Testamento a outros tradutores mais competentes, escolhi o Antigo Testamento”.
<p><b>Inglês –</b> Zamenhof lia a língua inglesa. Em carta de 1895 a N. Borovko, Zamenhof diz: “Estando na 5.ª série do ginásio, comecei a aprender inglês”. Em carta de novembro de 1902 a E. A. Lawrence, Zamenhof escreve: “Perdoe por lhe escrever em esperanto, pois domino muito pouco a língua inglesa”.
<p><b>Italiano –</b> Não há indícios diretos de que Zamenhof soubesse italiano. No artigo “Essência e Futuro da Ideia de uma Língua Internacional”, escrito em 1899, Zamenhof diz:
<blockquote>No que consiste a superioridade do esperanto diante do volapuque <a id=volta4>(<a href=#nota4>4</a>)</a>, é claro que não podemos analisar aqui em todos os detalhes; como exemplo, mostrarei que, enquanto o volapuque soa muito selvagem e indelicado, o esperanto é cheio de harmonia e estética, e por si faz-nos lembrar do italiano.</blockquote>
<p>No artigo “Esperanto: A New International Language”, publicado em <i>The Independent</i>, Nova York, agosto de 1904, Zamenhof, entre outras coisas, escreve: “Apesar de sua construção puramente matemática, todavia, o esperanto agrada aos ouvidos. Sua sonoridade é muito parecida com a do italiano”. A língua italiana é reconhecida como a que soa mais belamente. Exemplos citados acima nos fazem crer que Zamenhof estudou italiano.
<p><b>Outras línguas –</b> Zamenhof conhecia vários outros idiomas, não como um especialista profissional. Entre eles estão: espanhol, holandês, mordoviano, <a id=volta5>(<a href=#nota5>5</a>)</a> lituano, árabe, norueguês, dinamarquês, islandês e aramaico. Dessas línguas ele pegou muitas palavras, afixos e a gramática.
<div style="text-align: center;"><p><br><b>Notas</b> (clique pra voltar ao texto)</div>
<p><a id=nota1>(<a href=#volta1>1</a>)</a> Por exemplo: a palavra <i>pano</i> (pão) vem antes da palavra <i>paneo</i> (pane, falência), pois o radical da primeira (<i>pan-</i>) é alfabeticamente anterior ao da segunda (<i>pane-</i>).
<p><a id=nota2>(<a href=#volta2>2</a>)</a> <i>Crestomatia Fundamental</i> é uma grande coletânea das obras de Zamenhof unidas numa só coleção, que tratam em especial do esperanto.
<p><a id=nota3>(<a href=#volta3>3</a>)</a> Fenômeno muito comum em línguas como o húngaro, o alemão e o turco, em que podemos formar infinitas palavras por meio da simples junção de radicais, afixos etc. Exemplos: <i>sukero</i> (açúcar) + <i>kano</i> (cana) = <i>sukerkano</i> (cana de açúcar).
<p><a id=nota4>(<a href=#volta4>4</a>)</a> ”Volapuque” (ou <i>volapük</i> = <i>vol</i>, mundo + <i>pük</i>, fala) foi um idioma inventado em 1879 pelo alemão Johann Martin (João Martinho) Schleyer com a mesma finalidade do esperanto, obtendo um certo sucesso até a criação do idioma de Zamenhof, quando muitos clubes volapuquistas começaram a usá-lo.
<p><a id=nota5>(<a href=#volta5>5</a>)</a> Refazendo esta nota em 2024, ressalto que o então chamado “mordoviano” (ou mordovínico) era considerado um idioma do grupo fino-úgrico (o mesmo do finlandês e do húngaro) da família urálica de línguas do mundo, nativo da atual República da Mordóvia, na Rússia. Porém, novas classificações falam num ramo “mordoviano” ou “mordovínico” dentro do grupo fino-úgrico, em que se encaixariam dois idiomas, muito pouco falados e não inteligíveis entre si: o <i>moksha</i> e o erzia (ou <i>erzya</i>).</div>
<div style="text-align: center;"><img width="500" height="375" src="https://cdn.brasildefato.com.br/media/74be14dc435c8bb104d5f16a32b9483b.jpg" title="Fonte: https://cdn.brasildefato.com.br/media/74be14dc435c8bb104d5f16a32b9483b.jpg"></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-3147743758832357672024-02-26T00:00:00.004-03:002024-03-02T14:36:22.367-03:00ANISTIA É O CAZZO!!!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><img width="510" height="268" src="https://www.pstu.org.br/wp-content/uploads/2023/08/CAPA-scaled-e1692821392217.jpg" title="Fonte: https://www.pstu.org.br/wp-content/uploads/2023/08/CAPA-scaled-e1692821392217.jpg"><br><br><img width="510" height="287" src="https://blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2020/12/thumb-11-12.png" title="Fonte: https://blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2020/12/thumb-11-12.png"><br><br><img width="510" height="382" src="https://1.bp.blogspot.com/-kqyE1Sb9GUM/XzDV6sX6Q7I/AAAAAAAAeiU/oLjdYlZeYo8ngJ_0c5jDeNYyrUxnKtplwCLcBGAsYHQ/s1600/A%2BBolso%2BPreso%2B1.png" title="Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-kqyE1Sb9GUM/XzDV6sX6Q7I/AAAAAAAAeiU/oLjdYlZeYo8ngJ_0c5jDeNYyrUxnKtplwCLcBGAsYHQ/s1600/A%2BBolso%2BPreso%2B1.png"><br><br><img width="510" height="255" src="https://esquerdaonline.com.br/wp-content/uploads/2023/05/capa-do-site-1-4-2048x1024.png" title="Fonte: https://esquerdaonline.com.br/wp-content/uploads/2023/05/capa-do-site-1-4-2048x1024.png"><br><br><img width="510" height="287" src="https://confetam.org.br/system/images/5752c49058c0fb34642ce9291e02bb2d.jpg" title="Fonte: https://confetam.org.br/system/images/5752c49058c0fb34642ce9291e02bb2d.jpg"><br><br><img width="510" height="245" src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20220512000512_a5c6ccc05bfb5f23806e949a086f081726c7bcb97c904bab6a2e03d8f27decd9.webp" title="Fonte: https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20220512000512_a5c6ccc05bfb5f23806e949a086f081726c7bcb97c904bab6a2e03d8f27decd9.webp"></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Por décadas, defendeu a tortura, defendeu uma “guerra civil que matasse 30 mil”, desprezou as famílias dos desaparecidos políticos (“Quem procura osso é cachorro”), elogiou Augusto Pinochet e Alfredo Stroessner, sugeriu “fuzilar a petralhada do Acre”, banalizou o crime de estupro, promoveu a misoginia e o ódio a grupos historicamente discriminados, deixou a pandemia correr solta pra matar o máximo de trabalhadores, planejou um golpe de Estado da forma mais descarada, e a lista tá longe de ser exaustiva.
<p>Mas hoje, chorando na Avenida Paulista e rodeado pelo chorume da escumalha do restolho do milho de cocô daquilo que chamam de “política brasileira”, o Bunda Suja quer anistia! (A referência explícita é aos golpistas do 8 de Janeiro, mas subentende-se que também é pra ele e seus cúmplices mais próximos...)
<p>Pra bom descendente de italiano, que ele também é, <i>mezza parola</i> basta. Portanto, pra evitar o baixo calão num espaço tão digno, ANISTIA É O CAZZO!!! Todo mundo que colaborou com os crimes dos Bolsonaro nestes últimos cinco anos ou mais deve pagar definitivamente, pra que não tenhamos novos 1930, 1937, 1955, 1964, 2016 ou 8 de Janeiro! Haja Hemovirtus pra tanta <a href=https://www.youtube.com/watch?v=YW63-C1KGVE target=_blank>hemorroida</a>, kkkkk!
<div style="text-align: center;"><br><a href=https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=160575 target=_blank><img height="376" width="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrVs9WtHdtKXXpIFXi1QQP43zIHUNl5Gd5aVFD8ScEVGYQQbS7MAjkGgVC-21VbLXNnrxgeG5pOrbLiNm2gS7R7JWscu5XL7Ju21OggKTq3YV7pz4Ub3h_zI0Q2GdEhaDeqmNIKdoS3mxhsou-if9BmBwUarUU6YhUedBSerctTwH9yM-C5bOVPsckCOi/s1600/anistia%20golpe.png"/></a><p>Golpista Mourão tem uma projeto de lei pra anistiar os terroristas do Oito de Janeiro. Entre com sua conta GOV.BR ou e-Cidadania e <b>VOTE NÃO</b> a esse lixo na <a href=https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=160575 target=_blank>consulta pública</a>, pelo menos, pra mostrar a força de quem paga o salário dele!</div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-46172975074906545422024-02-25T09:00:00.034-03:002024-02-25T09:00:00.136-03:00Se as cédulas tivessem desenhos...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/cedulas target=_blank>fishuk.cc/cedulas</a></b><br><br><br><img width="460" height="345" src="https://c.tribune.com.pk/2012/02/332819-electionspollsvoteREUTERS-1328589680.jpg" title="Fonte: https://c.tribune.com.pk/2012/02/332819-electionspollsvoteREUTERS-1328589680.jpg"></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Na Índia e no Paquistão, e acredito que em outros países vizinhos, as enormes células de papel pras eleições locais, regionais e nacionais não se contentam em ter os nomes dos partidos e dos candidatos. Quem já leu ou assistiu algo sobre a região, deve ter notado que se imprimem também alguns desenhinhos, em sua maioria com um estilo que consideraríamos de cartilhas infantis de alfabetização, nem sempre com qualquer relação a assuntos eleitorais ou mesmo à ideologia pela qual se deseja votar.
<p>Segundo a <a href=https://en.wikipedia.org/wiki/Electoral_symbol target=_blank>Wikipédia</a> em inglês, essas figurinhas se chamam “símbolos eleitorais” e existem porque nesses países, sobretudo Índia e Paquistão, o índice de analfabetismo ainda é bastante alto. Por isso, se não sabem ler os nomes dos partidos e dos candidatos, os eleitores podem associar um desenho (seja um sino, um gato ou mesmo um pneu de carro) a cada um deles, geralmente os conhecendo nas propagandas eleitorais. No Paquistão, por exemplo, esses <a href=https://ecp.gov.pk/storage/files/2/PF%20wing/List%20of%20Allotted%20Election%20Symbols%20to%20Political%20Parties%20in%20GE-2024%20-%2014-1-2024.pdf target=_blank>símbolos</a> (aqui no PDF, há os nomes dos partidos e os <i>nomes</i> dos símbolos, tudo em inglês) são alvo de toda uma deliberação oficial e definidos rigidamente numa longa lista.</div>
<div style="text-align: center;"><br><img width="500" height="300" src="https://i.dawn.com/primary/2024/02/65c02fa101a6f.jpg" title="Fonte: https://i.dawn.com/primary/2024/02/65c02fa101a6f.jpg"><br><i>Essa sim, é uma escolha difícil, né, Estadão?</i></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><br>Ainda segundo a Wikipédia, os números atribuídos aos partidos brasileiros também são considerados “símbolos eleitorais” que podem facilitar a votação por quem não sabe ou sabe pouco ler ou escrever, e eu diria, quem enxerga mal também. Quando o multipartidarismo voltou ao Brasil, no início da década de 1980, os partidos então existentes receberam algarismos simples: 1 era o PDS (ex-ARENA, partido da ditadura), 2 era o PDT, 3 era o PT, 4 era o PTB (hoje extinto) e 5 era o PMDB (hoje MDB). Porém, com a multiplicação de legendas, precisaram-se de dois algarismos, e nos casos citados, apenas se acrescentou um 1 inicial que segue até hoje: 11 (hoje ligado aos Progressistas), 12, 13, 14, 15...
<p>Atualmente, a existência de números também facilitou o trabalho com as urnas eletrônicas, tecnologia quase única no mundo, que acrescentou ainda as fotos (hoje coloridas!) dos <s>bandidos</s> candidatos, letras bem grandes e teclas em Braille. Porém, como os bolsominions continuam acreditando que deveríamos voltar aos tempos das cédulas, ou pelo menos acrescentar a impressão do voto eletrônico (o que, além de um desperdício, é uma violação do princípio do voto secreto, a não ser que você engula ou enrabe o recibo!), trago aqui uma sugestão. Temendo ferir sensibilidades, podíamos também acrescentar os seguintes desenhos nas cédulas brasileiras, com personalidades do passado e do presente, caso seguíssemos o moderníssimo sistema hindustâni:
<div style="text-align: center;"><br><img height="862" width="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi13OLapSL6tiNtxG2GZpDtebmusq750M-nPpJX4BVVfT2v6X0jq7HWVQek8xgEHcB6U15oECNeRWzb3EmmpYgIsgHcDugOx6LIbzB6jBAatPbcLOzajvRu8j7hiX9t7_Kg4V5YtCYiyyz0wBBnbvTZ6UhgT-AvsNVkgqJ3_bPtzPki5asXlR8G7T366j35/s1600/cedula%20brasil.png"/></div>
<p>Lembrando que essas são as personalidades mais antigas e conhecidas, e certamente não pode ser exaustiva porque não inclui vários políticos mais ou menos jovens de primeiro mandato. Se você tiver sugestões, pode me escrever, pois dependendo do número de figuras, pode surgir toda uma cédula nova. Eu mesmo tive algumas ideias que decidi deixar de fora pra não ficar longo demais, mas resolvi não as externar no momento, rs!</div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-86129392009598374922024-02-23T09:00:00.000-03:002024-02-23T09:00:00.134-03:00Kiu pravas? Ateisto aŭ B. de Menezes?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/bezerra target=_blank>fishuk.cc/bezerra</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><i>Desculpe por eu ter escrito este texto diretamente em esperanto, mas assim que possível vou providenciar uma tradução.</i> Ĉi tiu juna brazila virino havas <a href=https://www.youtube.com/watch?v=5as0r9ySD5w target=_blank>Jutub-kanalon</a>, en kiu ŝi komentas la librojn pri spiritismo (doktrino de franca deveno, sed tre populara en Brazilo, pri kiu ĝiaj adeptoj diras esti samtempe “scienco, filozofio kaj religio”), kiujn ŝi ĝuste legis, kaj klopodas disvastigi la spiritan doktrinon inter sia publiko. La 11-an de februaro ŝi alŝutis videon pri iu prelego farita de la brazila kuracisto Bezerra de Menezes (1831-1900), unu el la pioniroj de la spiritismo en lia lando, post kiu unu materialista amiko de la viro rifuzis sin kredi je la doktrino. Bedaŭrinde mi ne havas la tempon traduki ŝian videon, sed se vi komprenas la portugalan, rigardu ĝin kaj legu mian respondon, kiun mi sendis al ŝi per retmesaĝo:
<div style="text-align: center;"><br><img width="500" height="262" src="https://multimidia.boavontade.com/sites/default/files/styles/grande/public/75890_1_1200x630.jpg" title="Fonte: https://multimidia.boavontade.com/sites/default/files/styles/grande/public/75890_1_1200x630.jpg"></div>
<p><br>Saluton, karega Ĵesika! Kiel vi fartas? Mi esperas, ke vi tre agrable profitas la tempon de Karnavalo per via legado ;)
<p>Mi rigardis vian ĝuigan videon pri la materialisto kaj Bezerra de Menezes. Mi tre ŝatis la historion kaj la manieron, kiel vi ĝin rakontas: vi parolas tre bone kaj via voĉo estas dolĉa! Ŝajnas, ke Menezes estis tre bonkora homo kaj li ne havis alian vivplanon, ol helpi la personojn.
<p>Tamen, kelkaj ideoj venis en mian kapon tiel, ke mi ne scias, ĉu la argumento de Menezes estas tute fidebla:
<p>1) La “materialismo” ne estas doktrino, religio aŭ eĉ vivomaniero: ŝajnas, ke ĉe Menezes ankoraŭ alvenis la konfuzon inter la sciencaj metodoj, kiuj forigas transcendajn hipotezojn por ekspliki la mondon kaj la vivmaniero de iuj, al kiuj gravas nur “materiaj” aferoj (mono, plezuroj, amuzadoj ktp.).
<p>2) Se tiu ne estis la kazo, oni ne povas meti ĉiujn materialistajn pensulojn en la saman sakon: estas diversaj mondrigardoj, kiuj adoptas materialismajn metodojn, sed ne eklaboras el la samaj precipoj. Ekz. oni povas preni la ekonomion, la kulturon, la politkon ktp. kiel precipon por ekspliki la societojn, sed tutegale esti materialisma.
<p>3) Mi timas, ke Menezes erare intermiksis 3 malsamajn aferojn: ekspliko pri la mondo, malpezigo de la homaj suferoj kaj solvo de konkretaj problemoj. Ŝajnas, ke Menezes ne konsideris, ke malpezigi suferojn ne ebligas la solvon de problemoj. Kaj ĉe multaj materialistoj la punkto estas ĝuste ĉi tiu: la mondo estas vere malbela, suferiga, kaj oni devas lerni vivi kun tiaj aspektoj por tiam eltiri fortojn por scii solvi niajn problemojn.
<p>La sciencoj kaj iliaj metodoj ne celas esti “belaj” aŭ “malpezigaj”, sed kiel eble pli precizaj kaj kapablaj solvi konkretajn problemojn. Unu afero estas tio, ĉu la “materialismo” (ŝajne estus pli ĝuste, ke Menezes diru la “scienca metodo”) solvas aŭ ne konkretajn problemojn; alia afero estas tio, ĉu la spiritistoj nomataj de la amiko de Menezes estis aŭ ne trompuloj. Kaj la demando estas simpla: aŭ ili estis trompuloj, aŭ ne. La rakonto pri la konkretaj kazoj ne estas prezentita. Do, oni ne povas konkludi, ĉu Menezes ĝuste defendis tiujn spiritistojn, aŭ ĉu lia amiko povis trafe refuti Menezes-on.
<p>Ĉiuj religiaj kredoj estas respektindaj, ĉar ili klopodas kunigi la personojn ĉirkaŭ komunaj valoroj kaj komunuma sento. Sed laŭ mia opinio, Menezes prezentas ekzistecajn problemojn per iom stranga rakonto: ĉu li pretendas, ke la sciencoj (la “materialismo”) ne povas solvigi ĉiujn problemojn, kaj tiel ignoras, ke la scienca konaĵaro estas senfine kreskanta kolekto? Ĉu li akuzas la sciencojn ne solvi la spiritajn problemojn de la personoj, kaj tiel li ignoras, ke la celo de la sciencoj ne estas la “belo”, sed la precizo kaj la versimilon, ĝuste por solvi la konkretajn problemojn, kiuj plej eble kaŭzas tiujn spiritajn problemojn al la homoj? Aŭ ĉu li ne komprenas la veran esencon de la aserto de sia amiko, nome la spiritisma doktrino, almenaŭ juĝante per la eblaj nenomataj trompuloj, povas esti nekorekta; do, ĝi ne solvus la homajn problemojn, sed faras la homojn forgesi pri ili iomtempe?
<p>Ĉi tiuj ne estas fieremaj asertoj, sed vere instigantaj pensadoj, kiuj al mi venis, kiam mi rigardis vian belan videon. Mi ne petas, ke vi respondu ĉiun el ili, sed nur meditu pri ili, por ke ili servu kiel daŭrigilo de nia kontakto ;) Dankon pro via atenteco, kaj pacon!
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://youtube.com/embed/5as0r9ySD5w" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-48422984635486575772024-02-22T09:00:00.023-03:002024-02-24T15:12:31.434-03:00HÁ 10 ANOS, ESTE COVARDE FUGIA<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/bezerra target=_blank>fishuk.cc/bezerra</a></b><br><br><br><img height="321" width="500" src="https://www.mukachevo.net/Content/img/news/89/p_89015_1_slidertop2.jpg"/></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>... de um povo revoltado com a insistência do presidente em ser um vassalo da ditadura terrorista de Vladimir Putin e com os mais de 100 manifestantes mortos no movimento conhecido como “Euromaidan”. A desinformação do Kremlin, claro, conseguiu implantar mesmo na cabeça de alguns jovens brasileiros “de esquerda”, que ainda eram crianças na época, que o levante foi “um golpe manipulado pelos EUA e liderado por neonazistas” (como se na Rússia não tivesse muito mais neonazis do que na Ucrânia!).
<p>Hoje, alguns radicalizados que se dizem “defensores dos palestinos” inventaram que o mundo dá mais importância pros mortos ucranianos do que pras vítimas do Hamas e do Tsahal (na verdade, na mídia hegemônica hoje é totalmente o contrário), como se crimes de guerra não fossem crimes de guerra em qualquer lugar, e como se fosse Zelensky quem tivesse começado atacando a Rússia. Acontece que tanto a Geórgia desde 2003 (quando o povo derrubou sua kremlinete Eduard Shevardnadze) quanto a Ucrânia desde 2014 avançaram monstruosamente no combate à corrupção, embora muito ainda precise ser feito, e hoje seu IDH é maior do que o do próprio Brasil, o que antes não era o caso. <i>Não é ser colonizado por Moscou, menos ainda enquanto o ex-agente paranoico do KGB continuar no poder, que vai tornar o mundo melhor!</i>
<p>P.S. A título de ilustração humorística, me lembro de ter visto na TV e na <i>internet</i> que essa “tela” de Víktor Ianukóvych circulou nas manifestações em fevereiro de 2014, rs. Na época, diziam que ela tinha sido roubada pelo povo da residência presidencial (na verdade, um palácio nababesco) de Mezhyhíria, um pouco ao norte de Kyiv e que fora um monastério transformado em residência estatal pelos bolcheviques. Com a fuga do ex-presidente, manifestantes invadiram a casa, hoje um “Museu da Corrupção” aberto ao público, mas pouco visitado, e tiraram fotos e <i>selfies</i> com as centenas de objetos valiosos dentro da casa e nos jardins.
<p>Essa moça andou com a “obra” nas manifestações do Euromaidan, mas na verdade se trata de uma criação dela mesma, sem relação com Ianukovych ou a casa, a artista ucraniana Ólga Oléinik, que dizia ter começado há tempos o projeto, de gosto duvidoso, de pintar presidentes pelados (sem modelos vivos, até onde eu saiba!), mas só o revelou depois da insurreição. Ela disse que planejava fazer também um de Poroshénko, presidente que assumiu em junho de 2014, e além do de Ianukovych ela fez junto um de Putin (recomendo que não procurem!!!), divulgado depois da fama súbita. Aí vai mais um exemplar, pro prazer do público, rs:
<div style="text-align: center;"><br><img height="540" width="400" src="https://i.lb.ua/splash/114/16/53a71608cf676.jpeg"/></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-53880665889624692042024-02-21T09:00:00.001-03:002024-03-03T11:33:21.995-03:00Perguntas/respostas sobre esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/perguntas-eo target=_blank>fishuk.cc/perguntas-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Seu nome é “Perguntas e respostas sobre o esperanto”, e certamente não é um tom nem um conteúdo que eu externaria atualmente. Mesmo assim, pra fins de registro e memória, decidi o rever, reeditar, corrigir, atualizar e publicar aqui, pois mesmo que eu não seja mais um grande propagandista, acho muito interessantes algumas das ideias que expus aqui:
<div style="text-align: center;"><br><img width="470" height="342" src="http://www.vocepodefalaringles.com.br/wp-content/uploads/2019/03/perguntando.jpg" title="Fonte: https://www.vocepodefalaringles.com.br/wp-content/uploads/2019/03/perguntando.jpg"></div>
<p><br>Até aqui, muitos conceitos e explicações foram apresentados sobre o esperanto, mas não pude deixar de criar uma seção que julguei importante: uma lista das mais frequentes perguntas e suas respostas (ou, como muitos chamam, FAQ – “Frequently Asked Questions” ou “Perguntas Frequentemente Feitas” ou, a título de curiosidade, em esperanto, ODD – “Ofte Demandataj Demandoj”) indagadas por pessoas que pouco ou nunca tiveram contato com esse projeto de idioma internacional. A ideia me veio à cabeça quando muitos colegas de minha escola e outros conhecidos me perguntavam o que é o esperanto, por que ele é parecido com tal idioma, quem o criou, quando ele foi criado e outras perguntas que qualquer pessoa pode fazer a você. Por isso, meu objetivo é não só dar dicas de resposta pra tais perguntas, mas sintetizar boa parte de tudo o que já expressei anteriormente, mas agora de uma forma clara e direta. Se alguém lhe perguntar sobre o esperanto, <b>jamais se embarace!</b> Orgulhe-se de mostrar que você apoia uma solução democrática e fácil pra resolução dos problemas causados pelas barreiras linguísticas!
<p><b>1) Afinal, o que é o ESPERANTO?</b><br>O esperanto é um idioma artificial criado pra ser usado entre pessoas que falam idiomas diferentes, sem que um seja obrigado a saber o idioma do outro, colocando os dois falantes num mesmo nível de comunicação ao minar a dominação de uma determinada língua (um exemplo clássico é quando um turista americano vem ao Brasil: é mais frequente que tentemos falar o inglês ou que ele tente falar o português?).
<p>Um idioma que desempenha tal função é chamado de “idioma internacional”, ou “língua-ponte”, e deve ser neutro, ou seja, não ser ligado a nenhum país ou cultura nem ter elementos de apenas uma ou algumas línguas ou grupos de línguas, para possibilitar essa igualdade de comunicação entre seus usuários. Muitas vezes se lê o termo <b>esperantista</b>, e muitas conotações são dadas a ele, entre práticas e até políticas (como em “comunista”, “nazista” etc.). Prefiro interpretar o termo como “aquele que fala e trabalha em prol do esperanto” (ou seja, não interpretar como “membro de uma filosofia”, mas como “profissional” ou “trabalhador”, como em “maquinista”, “frentista” etc.), não precisando ser aplicado a todos os falantes, que podem usá-lo desde a simples finalidade prática, até trabalhar ativamente dentro do movimento esperantista.
<p><b>2) Ah, é o “idioma da paz”, né? Mas por que ele é chamado assim?</b><br>Muitos conflitos no mundo são causados pelas diferenças culturais, ou seja, ou um povo não tolera os costumes do outro simplesmente porque são diferentes dos seus, ou um povo domina o outro através da potência militar (como no passado) ou da potência midiática e econômica (como ocorre hoje) e a ele impõe sua cultura. Na cultura, está embutida a língua, que também se impõe sobre um povo dominado ou acaba sendo usada em conferências e outros eventos e encontros internacionais, favorecendo apenas o povo que a usa. A imposição de um ou mais idiomas a nível internacional como línguas-ponte acaba apenas acirrando a disputa pela hegemonia cultural dos países, gerando uma discórdia sem fim.
<p>Com o esperanto, nenhum povo ou língua é exclusivamente favorecido, colocando todos os povos no mesmo nível de igualdade de comunicação, o que acontece quando eles se reúnem num plano neutro pra resolver seus problemas. Quando essas disputas culturais por favorecimento internacional acabarem ou forem amenizadas, com certeza isso será um grande passo pro entendimento entre as nações. É claro que muitos falam: “O esperanto não é suficiente pra pacificar o mundo!” É claro que não, mas é um eficaz instrumento pra alcançarmos esse sonho, pois coloca os interlocutores em pé de igualdade, o que é um caminho pro despertar da disposição de todos pra se reunirem e resolverem os problemas do mundo, a começar pelos conflitos culturais! Portanto, um título mais justo pro esperanto seria “a língua da igualdade”.
<p><b>3) Quando foi criado o esperanto? Quem o criou? Por que ele tem esse nome?</b><br>O esperanto foi criado pelo oftalmologista judeu-polonês Ludwig Lejzer (Luís Lázaro ou, em esperanto, Ludoviko Lazaro) Zamenhof, que sabia muitas línguas e a partir delas criou pelo menos dois protótipos (“<i>Lingwe Uniwersala</i>” e “<i>Pra-Esperanto</i>”) antes de chegar ao projeto final, testando diálogos e traduzindo muitas obras antes de divulgá-lo publicamente. A data considerada como o “aniversário” do esperanto é 26 de julho de 1887, quando Zamenhof, com a ajuda do sogro, consegue publicar o <i>Primeiro Livro da Língua Internacional</i> (posteriormente, surge ainda o <i>Segundo Livro</i>, como complemento ao primeiro), que contém gramática básica, vocabulário, textos e exercícios.
<p>Até certo tempo, o esperanto não tinha nome; no <i>Primeiro Livro</i>, Zamenhof ainda não usou seu nome como autor do livro, mas usou o pseudônimo “Doutor Esperanto” (<i>esperanto</i>, na própria língua, significa “aquele que tem esperança”). Algumas pessoas começaram a chamar o idioma de “a língua do Doutor Esperanto”, mas as outras palavras foram caindo até que se chamasse o idioma simplesmente de “Esperanto”. Uma curiosidade: Zamenhof gostava de dizer que ele não era o “criador”, mas o “iniciador” do esperanto.
<p><b>4) Quantas pessoas no mundo falam o esperanto? Onde ele é falado?</b><br>Nunca se chegou a um número preciso sobre seu número de falantes, pois muitas pessoas aprendem o esperanto não só por escolas, mas sozinhas, por meio de cursos por correspondência ou outros métodos autodidáticos [em 2024, por aplicativos como o Duolingo e <i>sites</i> como o Lernu, por exemplo]. Eu mesmo vi num livro o nome “esperanto” pela primeira vez, fui pesquisar na Enciclopédia Barsa pra ver de que língua se tratava, tomei conhecimento de sua estrutura e vasculhei na <i>internet</i> cursos de esperanto pra ter noções básicas e, mais posteriormente, aperfeiçoar-me nos níveis médio e avançado, além de comprar alguns livros e dicionários; resumindo: aprendi sozinho. Enfim, devido à falta de um padrão pra catalogação dos falantes do esperanto e da dispersão dos usuários, os números são calculados usando estimativas de congressos, clubes etc. É comprovado que bem mais de 1 milhão de falantes já usam o idioma de Zamenhof, desde as noções básicas até o emprego em meios técnicos; isso é um dado muito relevante, pois muitos idiomas étnicos (ou seja, falados por minorias étnicas) nem chegam a isso, sendo por isso condenados à extinção (eis também um motivo pelo qual o esperanto pode ser usado pra proteger a memória dessas línguas).
<p>A partir daí, os dados variam muito, com especulações sobre até 10 milhões de falantes, ainda que muitos considerem isso um exagero. Um <i>site</i> [Ethnologue? Omniglot?] diz que o número de falantes varia entre 100 mil (que seria muito pouco) e 3 milhões. Quanto ao lugar onde ele é falado, lembremos que ele não pertence a nenhum grupo étnico nem a país algum, e por isso não pode ser associado a nenhuma região, em especial. Mas em se tratando de locais onde ele é praticado, podemos encontrar esperantistas em todos os continentes (pelo menos nunca ouvi falar de esperantistas na Antártida...), seja em associações sólidas ou em práticas isoladas; os locais onde o movimento mais está presente é na Europa e, acredite, no Brasil, e a sede da Associação Universal de Esperanto (UEA) está em Roterdã, Holanda.
<p><b>5) De que línguas veio o esperanto?</b><br>Sobre isso, você pode ler <a href=https://web.archive.org/web/20080819235314/http://fiszuk.sites.uol.com.br/comocriou.htm target=_blank>este texto</a>, disponível em esperanto e em português, com vários detalhes sobre grande parte da gramática do idioma, mas também é possível expressar-se sucintamente quais foram as fontes de inspiração de Zamenhof. Resumindo tudo, costuma-se dizer que 60% do esperanto têm origem latina (latim, francês, espanhol, português, italiano etc.), 30% têm origem anglo-saxônica (inglês, alemão etc.) e 10% têm outras origens. A grande porcentagem latina se deve ao vocabulário, vindo essencialmente dessas línguas, pois os radicais latinos são considerados internacionais.
<p>Mas Zamenhof sabia muitas outras línguas e não deixou de absorver o seu melhor pra criar sua obra-prima. O texto citado acima informa que a língua, por fora, (radicais, afixos, desinências, a conjunção <i>kaj</i> – que significa “e” e vem do grego – e a ordem das palavras) tem aspecto ocidental (línguas indo-europeias), mas sua organização gramatical (organização das palavras conforme os radicais, ausência dos tempos subjuntivos e do aspecto imperfeito aos verbos, aglutinação – aglomeração de radicais pra formação de novas palavras – e grande uso de afixos) sofreu influência oriental (línguas não indo-europeias como o turco e o húngaro, que são respectivamente das famílias túrquica e urálica, à qual também pertence o finlandês, e o hebraico, que é do grupo semítico da família afro-asiática, ao qual também pertencem o árabe e o aramaico). O que é de concordância geral entre os esperantistas é que o grande conhecimento linguístico de Zamenhof fez o esperanto abranger uma vasta gama de elementos facilmente reconhecíveis que não só mostram o quanto ele não está centralizado num grupo exclusivo de línguas, mas como ele é uma ponte eficaz pra rapidez no aprendizado de outros idiomas.
<p><b>6) Quanto tempo se demora pra aprender o esperanto?</b><br>Daí, vai depender de muitos fatores. As fontes mais comuns especulam que se possa dominar o básico dentro de pelo menos 6 meses, ou até um ano, devido à regularidade de sua gramática. Mas eu acho que isso pode variar de acordo com muitos fatores:<ol><b><li>Origem do falante:</b> Por ser em boa parte europeu, é claro que quem tem mais domínio de tais línguas (em especial dos grupos românico, germânico e balto-eslavo) aprende-o mais rápido, seja no vocabulário, seja na gramática; veja, por exemplo, se você entende as palavras <b>floro, granda, bela, minuto</b> etc. Mas isso não parece ser importante, pois no Extremo Oriente, além do esperanto estar fazendo um grande sucesso, muitos ainda afirmam que o esperanto é o idioma mais fácil que existe!<b><li>Conhecimentos linguísticos prévios:</b> Assim como quem aprende esperanto aprende melhor outros idiomas, o contrário também acontece. Sabendo línguas como o francês, o alemão, o inglês, o italiano, o latim e o grego, você de cara entenderá muitas palavras do esperanto sem precisar recorrer ao dicionário. De tais línguas, respectivamente, vêm palavras como <b>dimanĉo</b> (<i>dimanche</i> = domingo; os dias úteis da semana vêm do francês), <b>knabo</b> (<i>Knabe</i> = garoto), <b>fiŝo</b> (<i>fish</i> = peixe), <b>ĝardeno</b> (<i>giardino</i>, com influência do inglês <i>garden</i> = jardim), <b>apud</b> (<i>apud</i> = próximo a) e <b>kaj</b> (και/<i>kai</i> = e).<b><li>Aonde você quer chegar:</b> Vai depender também de qual será seu campo e frequência de uso. Você pretende apenas aprender o básico conversacional pra fazer amigos e usar em outras ocasiões cotidianas, deseja participar de congressos pra acompanhar o progresso da língua, que aplicar o esperanto à sua área de trabalho ou passar o tempo como um genuíno esperantólogo (pessoa que sabe bem sobre a história do idioma e do movimento esperantista) e estudar as pessoas de Zamenhof, René de Saussure, Gaston Waringhien, Claude Piron, Julio Baghy, Ivo Lapenna, Boris Kolker, Edmund Grimley Evans ou outros esperantistas eminentes? Eu, por exemplo, que comecei minha jornada em julho de 2000, até o momento em que escrevi este texto, estava lendo um curso de aperfeiçoamento... Enfim, seus objetivos definem se o básico já é contentável ou se é necessário maior aprofundamento na língua.</ol>
<p><b>7) Qual é o símbolo usado pra identificar o esperanto?</b><br>É de consenso geral que a cor usada nos símbolos esperantistas é o verde, que é a cor da esperança, incluída no significado da palavra “esperanto”, ainda que ela não seja obrigatória. Mas esse uso se popularizou tanto que é difícil encontrar alguma coisa esperantista que não seja verde. Quanto aos símbolos, com certeza o mais popular consiste na estrela verde de cinco pontas, com ou sem o “e” branco central. Também é muito conhecida a bandeira oficializada no primeiro Congresso Universal, ocorrido em 1905, na França, de proporções 2:3, verde, em cujo canto superior esquerdo se encontra um campo branco com a estrela verde sem o “e” em seu centro.
<p>Outro símbolo usado pra identificar a presença do esperanto é o chamado <i>La Melono</i> (“O Melão”) ou <i>rugbea pilko</i> (“bola de rugby”), ou ainda <i>Esperanto-ovo</i> (ovo esperantista), devido à sua semelhança com esses objetos, que foi criado por um brasileiro pra comemoração do jubileu centenário do esperanto, ocorrido em 1987 (por isso, ele também é chamado de <i>jubilea simbolo</i>, ou “símbolo do jubileu”). Acredito que ele é bem mais adequado, pois, além de possuir uma harmonia simétrica, é um símbolo mais particular do que a estrela, pois nenhuma outra ideia possui símbolo parecido, levando-nos já diretamente à ideia “esperanto”. Já a estrela de cinco pontas, principalmente se ela não leva o “e” central (que a diferenciaria de outras estrelas de cinco pontas) possui muitos outros significados e empregos. Quanto à bandeira, muitos acreditam que, por se tratar de um idioma, o esperanto não necessita de uma, sendo um símbolo simples o meio mais prático de representá-lo.
<p><b>8) O esperanto não é uma filosofia ou uma religião?</b><br>Muitos fatores levam as pessoas a pensar isso, mas a resposta definitiva é <b>não</b>. O primeiro é a alcunha de “idioma da paz” que ele leva, fazendo com que se concretizasse um ideal entre os falantes do esperanto, que é essa tendência pacifista. Esse ideal é interpretado por muitos como uma “religião” ou uma “filosofia”, mas é somente um sentimento que nasce em muitos após o uso de um idioma neutro que não favorece nenhum povo exclusivamente. O que também muitos chamam de “esperantismo” não é só esse sentimento, mas também, segundo Zamenhof, é a crença na eficácia da adoção de um idioma internacional como língua usada pra pacificar lugares dominados pela disputa hegemônica de uma ou outra língua materna e pra publicação de obras de igual interesse a todos os povos. Ele ainda dizia que cada um poderia guardar pra si a definição de esperantismo ou o sentimento que ele desperta em cada um, e que os conceitos expressos por ele não são obrigatórios.
<p>Assim como também nenhum esperantista era obrigado a seguir uma doutrina pacifista criada também por Zamenhof, chamada “homaranismo”, que em si nada tinha a ver com o esperanto. Também é comum a grande relação entre o esperanto e o espiritismo, que usou esse idioma como língua de trabalho e pra divulgar várias obras, e por isso muitos afirmam que ambos são interdependentes, o que não é verdade. Pra mais informações, leia <a href=http://fishuk.cc/conceitos-eo target=_blank>este artigo</a> meu.
<p><b>9) Por que o esperanto, mesmo tendo tantos falantes e muitas vezes sendo conhecido como “o idioma internacional”, é pouco divulgado e quase não se ouve falar dele?</b><br>Uma das hipóteses escrita pra mim por <i>e-mail</i> foi: “será que existem interesses escusos que não permitem uma maior divulgação dele?”. A história do mundo nos fornece muitas explicações pra isso, pois, assim como a história e por ser ligado a ela, o esperanto é um ser “vivo” sujeito a mutações. Pra mim, em primeiro lugar, as duas Guerras Mundiais foram decisivas pro futuro do movimento: na Primeira, tal como ocorreu com vários empreendimentos que poderiam marcar o século 20, foi impossível a reunião de esperantistas de diversos países, principalmente na Europa, foco das duas guerras, atrasando a evolução do movimento; na Segunda, além da impossibilidade de reunião, os esperantistas se viram perseguidos pelas ditaduras de Hitler e de Stalin, um falando que “o esperanto era a língua que os judeus usariam pra dominar o mundo”, e outro afirmando que “o esperanto era uma língua da burguesia cosmopolita”.
<p>Além disso, a imposição das línguas nacionais aos outros povos e o poder de decisão de suas nações não permitiram divulgação e aplicação amplos dele (sobre isso, ler este <a href=http://fishuk.cc/eo-divulgado target=_blank>outro artigo</a> meu), facilitando a expansão de várias ideias erradas sobre o esperanto, tais como “ele não deu certo”, “ninguém o fala”, “ele foi extinto” e outros absurdos. Outro problema também é que, às vezes, alguns membros e clubes do mundo esperantista não investem em divulgação e outros recursos pra atrair falantes, esperando que novos interessados pelo esperanto apareçam por conta própria e fechando o movimento somente àqueles que já falam esperanto, como se ele fosse um grupo filosófico ou, segundo alguns teóricos, um grupo cultural diaspórico, o que não é verdade.
<p><b>10) Quais são as vantagens da utilização do esperanto?</b><br>Muitas vantagens já foram citadas neste e em outros artigos desta página, mas podemos resumi-las nos seguintes itens:<ul><li>Permite que pessoas que falam idiomas diferentes possam entender-se sem que sejam obrigadas a falar o idioma do outro, causando assim uma relação de dominação.<li>O uso de um idioma-ponte neutro permitiria uma grande economia nos setores de tradução das grandes organizações internacionais, como a ONU e a União Europeia, onde atualmente muitos parlamentares lutam por sua adoção no lugar do uso de todas as línguas do continente ou de apenas uma só, pois seus membros não precisariam do serviço de tradutores e compreenderiam diretamente e sem erros os discursos dos colegas. Isso é possível porque Zamenhof não reservou a si os direitos de uso do esperanto, ficando livre a qualquer pessoa ou órgão sua utilização tal como ele(a) ache mais adequado.<li>Ajuda na compreensão mútua de pessoas que falam uma mesma língua, mas um não compreende o dialeto do outro, principalmente se eles são ininteligíveis. Ao invés de predominar um dialeto, o esperanto pode ser usado como língua-ponte. Um exemplo ocorre na China, onde existem em torno de 100 dialetos do chinês e só o mandarim, falado em Pequim, por meio da mídia, acaba predominando sobre os demais.<li>Sendo um idioma fácil e de rápido aprendizado, o custo de sua aquisição é baixo, e permite que não precisemos permanecer durante vários anos aprendendo gramáticas e pronúncias irregulares de idiomas que variam não só de acordo com a época, mas também com o local em que são falados.<li>De modo barato e rápido, o esperanto também permite que tenhamos contato com elementos de outras línguas, mesmo nunca tendo tido contato com elas, e seu domínio faz com que aprendamos mais fácil outros idiomas, em especial os europeus. Uma universidade realizou pesquisas com alunos que aprenderam francês: aqueles que tiveram contato anterior com o esperanto demoraram seis meses a menos pra aprendê-lo do que os alunos que não tiveram contato com o idioma de Zamenhof.<li>Essa comunicação em pé de igualdade sobre bases neutras desperta no falante do esperanto um sentimento de fraternidade ao sentir a possibilidade de poder se comunicar, trocar ideias e fazer amizades com falantes de outros idiomas, esquecendo-se de todas as suas diferenças, o que não ocorre quando nos vemos obrigados a falar um outro idioma imposto pela força política, militar ou econômica.<li>E essa é mais uma vantagem do esperanto: não se impõe como idioma obrigatório às nações e aos povos, ficando livre o arbítrio de cada um ou de cada coletividade sobre sua utilização ou não, com base nos benefícios que seu uso constante pode trazer.</ul>
<p><b>É com muita garra e força de vontade que nós, esperantistas, devemos lutar pela divulgação da ideia de um idioma neutro e internacional pra que enfim resolvamos os problemas gerados pelas diferenças linguísticas. E investir em meios de fazer o público ver que ele é um idioma, e é um idioma vivo, é o melhor meio de fazê-lo. Experimente uma nova perspectiva de intercâmbio cultural e descubra que deixar o exclusivismo nacional é compreender o mundo e ver seus problemas de uma forma nova!</b></div>
<div style="text-align: center;"><br><img width="470" height="352" src="https://jeb.org.uk/wp-content/uploads/2019/09/IMG_20190831_145342-1024x768.jpg" title="Fonte: https://jeb.org.uk/wp-content/uploads/2019/09/IMG_20190831_145342-1024x768.jpg"><br><i>Esperantistas militando esperançosos pelo esperanto.</i></div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-46258685625005701392024-02-20T09:00:00.028-03:002024-02-20T09:00:00.133-03:00Donald Barriga y Pesado vs. OTAN<div style="text-align: left; font-size: 18px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br><div style="text-align: center;"><img height="533" width="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_Ut6psLVMwdArQq-wTsSiKwPiTb3wvK9djvm3uXWix2dqqvQQgSa3QP1kWatN__LCLuXwlfPtgef6oNcyhqTl48KRDuFjz2DGkdV5z13XZuoWzbE1LNkqAgGpaewBCo595HAbiVsDn-HZSMDO1a4N0MO-PEyAeXhJPKYRYf8alHvnz8l7HYqjgTGeNjpZ/s1600/trump%20barriga.jpg"></div>
<p>Se o misterioso seu Madruga europeu não pagar o aluguel, vai mandar a Rússia expulsar ele da vila, kkkkk!<br><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-5048391927518465882024-02-19T09:00:00.000-03:002024-02-19T09:00:00.128-03:00Explicando conceitos sobre esperanto<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/conceitos-eo target=_blank>fishuk.cc/conceitos-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Seu nome é “Explicação de conceitos acerca do esperanto”, e certamente não é um tom nem um conteúdo que eu externaria atualmente. Mesmo assim, pra fins de registro e memória, decidi o rever, reeditar, corrigir, atualizar e publicar aqui, pois mesmo que eu não seja mais um grande propagandista, acho muito interessantes algumas das ideias que expus aqui:
<div style="text-align: center;"><br><img width="480" height="310" src="https://www.tejo.org/wp-content/uploads/2015/07/468906_10150597945638577_840796864_o-1024x661.jpg" title="Fonte: https://www.tejo.org/wp-content/uploads/2015/07/468906_10150597945638577_840796864_o-1024x661.jpg"></div>
<p><br>Esta página tem o objetivo de esclarecer a você algumas ideias expressas em vários meios de comunicação acerca do esperanto, sua história e seus usos, que nem sempre são verdadeiras. Devido às pessoas que adotaram e a algumas obras deixadas por Luís Lázaro Zamenhof, é comum que muitas pessoas associem o esperanto à ideia de religião ou de ideal. Parte dessas associações possui algum fundamento, mas várias correlações não possuem o menor cabimento. Cito o caso de um ex-esperantista que resolveu criar seu próprio projeto de idioma internacional [trata-se do “fasile”, do gaúcho Balduino Egon Breitenbach (n. 1949), que foi lançado em 1999 e, na versão <a href=https://www.mundezo.com/files/Fasile21BaziKurse.pdf target=_blank>mais recente</a> que consegui encontrar, se chama “fasile21”, mas criatura e criador hoje são praticamente ignorados pelas redes modernas] e, em uma página na qual ele compara seu idioma com o esperanto, escreve que, enquanto a criação de Zamenhof possui focos difusos, com ideal e religião, seu próprio idioma possui como único foco a solução prática; com certeza faltou a este homem refletir um pouco mais sobre o caminho que o esperanto percorreu para chegar até nossos dias.
<p>Sem misticismo, poesia, romantismo ou idealismo excessivo, procurarei explicar com os conhecimentos que adquiri por que normalmente se pensa que o esperanto é um ideal ou o idioma de uma filosofa ou religião. <b>Acredito que há dois motivos principais para que se façam tais associações: 1) O conjunto de obras de cunho filosófico deixadas por Zamenhof; 2) A adoção do esperanto pelos espíritas para a publicação de várias obras.</b>
<p><b>Esperanto: uma doutrina? –</b> As idéias de Zamenhof são inicialmente fundamentais pro entendimento do “idealismo esperantista”. O criador do esperanto foi, antes de tudo, um filósofo por natureza. Desde criança, sempre conviveu com os conflitos étnicos dentro da região onde morava: a Polônia dominada pelo Império Russo, onde vários grupos étnicos viviam sobre o mesmo chão, era palco de várias disputas entre tais grupos e das opressão tsarista, que procurava manter uma hegemonia cultural nos territórios dominados. Além do mais, Zamenhof, por ser judeu, já sofria desde criança as perseguições dos vizinhos. Nesse clima de total desigualdade, nossa criança-prodígio sempre meditava sobre as causas de tais conflitos e como um idioma-ponte poderia resolver todos esses problemas, pra que as etnias em atrito pudessem se entender mutuamente. Por isso, desde a época ginasial, Zamenhof já havia começado a criar seu projeto de idioma internacional (a pouco conhecida “<i>Lingwe Uniwersala</i>”), tendo que reconstrui-lo após várias perseguições por parte de seu pai. Mesmo formado médico e especializado como oftalmologista, nunca deixou seu trabalho pelo esperanto de lado, vendo o fruto de seu trabalho refletido nos diversos congressos e encontros que realizou na Europa e nos EUA.
<p>Daquela velha ideia de sua infância, vemos nossa conhecida frase: “A diversidade de línguas é a única, ou ao menos a principal causa da dispersão da família humana e de sua divisão em partes inimigas”, expressa em uma carta escrita em russo a um conhecido, onde ele conta vários detalhes de sua vida e da criação do esperanto. Daí, surgiu o que se chamou de <b>“idéia interna” do esperanto</b> ou “esperantismo”. Segundo Zamenhof, “a essência do esperanto é a plena neutralidade, e a ideia do esperantismo apresenta somente um sentimento de fraternidade indefinido e uma esperança que são naturalmente geradas pelo constante encontro sob um fundamento linguístico neutro e que todo esperantista tem o pleno direito não só de comentar a si tal como ele queira, mas até de geralmente aceitá-lo ou não”. Por isso, temos aqui uma prova da conceituação de Zamenhof de um idioma internacional como auxiliar nos processos de paz por ajudar reunir as culturas numa base neutra: uma ideia naturalíssima que já expressei <a href=http://fishuk.cc/porque-eo target=_blank>neste artigo</a> e que, como disse Zamenhof, pode ser aceita ou não. Por isso muitos chamam o esperanto de “língua da paz”.
<p><b>Esperanto: uma religião? –</b> O trabalho de Zamenhof não se limitou ao esperanto e seus benefícios, mas à elaboração de um sistema filosófico que ele chamou de <b>homaranismo</b>, pois, como eu já disse, ele era um filósofo nato. Basicamente, a ideia do homaranismo é a de que o homem, acima de todas as suas características pessoais (raça, cor, língua materna, religião etc.), é parte integrante da humanidade: Zamenhof era um humanitarista! Composta de doze dogmas, sua base filosófica, chamada de “Declaração de homarano” (em esperanto, <i>homarano</i> significa “membro da humanidade”), expressa várias ideias e visões sobre ideais humanos, preconceito entre os povos, igualdade, direito à escolha de língua e religião, nacionalidade e mais. A principal correlação do esperanto com religião são os fatos do homaranismo apresentar uma ideia pra proposição de uma religião neutra, em que pessoas de todos os credos possam se unir em princípios filosóficos neutros, e de Zamenhof ter escrito a maior parte desses documentos em esperanto; mas em seus vários escritos sobre o homaranismo, Zamenhof deixa claro que devemos separar o esperanto do homaranismo, pois ele diz: “o homaranismo é um programa político-religioso especial e totalmente definido [em detrimento da idéia interna, que representa pra ele apenas um sentimento], que apresenta meu credo puramente privado e que totalmente não concerne aos outros esperantistas”.
<p>A declaração ainda expressa como um idioma internacional é fundamental na concretização dos ideais do homaranismo, por este ser um programa cultural de bases neutras, mas, pra mostrar como o esperanto não tem nenhuma ligação estrutural com o homaranismo, Zamenhof escreveu no 9.º dogma: “Os novos homaranistas, que não dominam ainda a ‘língua dos homaranos’, podem em um primeiro tempo usar nas reuniões a língua que eles quiserem (...). Como atualmente só existe uma língua neutra, chamada ‘esperanto’, os homaranistas justamente a aceitam; todavia, eles reservam a si o direito de substitui-la algum tempo depois por outra língua, se isto se mostrar útil”. Conclusão: quem fala esperanto não precisa seguir os princípios do homaranismo, e quem possui as mesmas ideias filosóficas de Zamenhof não é obrigado a falar esperanto.
<p>Um bom livro pra que você possa conhecer mais sobre as ideias de Zamenhof e de seu homaranismo é <i>Homaranismo; a ideia interna</i>, do espírita Délio Pereira de Souza, (Rio de Janeiro, Spirita Eldona Societo F. V. Lorenz, 1992). Apesar de ser o melhor comentário contemporâneo sobre o homaranismo na visão do espiritismo, o autor mistura os conceitos de “ideia interna” e homaranismo, a começar pelo título do livro. Ele ainda escreve na página inicial: “Despretensioso comentário à ideia interna do esperanto, segundo seu criador, Dr. Lázaro Luís Zamenhof”. É claro que o criador do esperanto deu total permissão pra que cada um interprete a “ideia interna” tal com queira, mas o livro inteiro praticamente só fala das concepções filosóficas de Zamenhof concernentes ao homaranismo, enquanto a “ideia interna” é algo relacionado à língua esperanto. Apesar disso, não deixe de ler esta genial obra, que apresenta uma alternativa pra este mundo tão conturbado.
<p><b>Esperanto: uma língua de espíritas? –</b> Coincidência ou não, o Brasil é o país onde se desenvolveu o espiritismo e onde se encontra o maior número de espíritas do mundo, mesmo seguindo uma doutrina criada por um francês, Allan Kardec, e é também o país onde podemos encontrar o maior número de esperantistas (por isso se diz também no meio esperantista que o Brasil é a capital da “Esperantolândia”). Possivelmente, isso se explica pelo fato dos espíritas terem adotado o esperanto como uma de suas línguas de trabalho, através da qual eles escrevem livros, fazem palestras etc., apoiando intensamente seu uso e sua difusão. Assim, nas principais livrarias espíritas, podemos encontrar vários livros sobre ou em esperanto: eu mesmo, quando ia pra Mongaguá, no litoral paulista, gostava muito de visitar a livraria espírita que havia no local não pra comprar livros espíritas, mas sim pra encontrar materiais sobre ou em esperanto (sejam livros espíritas ou não) e conversar com professores e alunos do “idioma da paz”.
<p>Como sabemos, os espíritas têm um ideal e, segundo eles, pra concretizar esse ideal, o esperanto seria uma ferramenta muito eficaz, pois sua neutralidade pode fazer com que ele colabore, ainda que com pouca intensidade, no processo de paz mundial. A ideia é parecida com a do homaranismo: tem-se uma ideia e um idioma que ajudará na concretização desse ideal. Devido a essa estreita relação entre o esperanto e os ideais pacifistas, muitos acabam confundindo as coisas e pensando que o esperanto é um sistema filosófico. Ora, lemos que Zamenhof já separava o esperanto do homaranismo e disse que os homaranistas podem usar qualquer idioma; assim, provamos que o esperanto não tem o rígido caráter doutrinário ou filosófico, mas é apenas um instrumento destinado a essas e a outras realizações, de acordo com o desejo do falante, seja na religião, no turismo, na diplomacia etc. Uma famosa frase diz que “o esperanto não é de ninguém, mas de todos”, ou seja, ninguém possui propriedades exclusivas sobre o idioma, com relação a alterações, vendas de materiais etc., mas ao mesmo tempo todos têm o direito de aprender e colaborar pro crescimento do esperanto; por isso, não se pode dizer que o esperanto é “língua dos espíritas”, mas, se me permitem, que os espíritas são do esperanto, assim como todos aqueles que se dedicam a trabalhar por ele.
<p><b>Não, esperanto: uma língua DE TODOS! –</b> “O esperanto não pertence a ninguém, mas ao mesmo tempo pertence a todos”. Sabendo disso, em 1912, durante o 8.º Congresso de Esperanto, Zamenhof se abstém da liderança das causas esperantistas e dispensa o constante título de “Mestre”, como nos informa o livro <i>Doutor Esperanto</i>, de Walter Francini (São Paulo, Associação Paulista de Esperanto, 1973): “Não envolver o esperanto com as ideias filosóficas de seu criador, evitar que o mundo considere ‘esperantismo’ [que Francini também define com o esforço pra expansão da língua neutra, resultando na compreensão mútua e na troca de informações úteis entre os povos] e ‘homaranismo’ como uma coisa só. Fora da posição de líder do esperanto, ele teria mais liberdade para defender o seu ideal ético. Ele também quer dar mais liberdade aos esperantistas, possibilitando-lhes tomar decisões próprias, desligadas de qualquer influência dele, mesmo involuntária”. Zamenhof concebeu sua obra-prima como um presente à humanidade, algo a que todos pudessem ter acesso facilmente, sendo recompensados pelas grandes facilidades e vantagens que seu uso proporciona, e não com um instrumento pro benefício de poucos, apenas aos quais o uso do idioma “internacional” estaria restrito. Portanto, associar o esperanto a uma filosofia, religião ou outro tipo de entidade fechada é um grave erro!
<p>Quem fala esperanto deseja ver a humanidade mais unida, sejam quais forem suas características pessoais, não se digladiando por motivos fúteis, mas promovendo um grande intercâmbio cultural por meio de bases linguísticas neutras! O mundo atual precisa de uma ponte que una a todos com justiça, e o esperanto é um grande auxiliar nesse objetivo. Sua grande mobilidade faz com que qualquer setor seja beneficiado por seu uso: a diplomacia, a cultura, o turismo, a amizade, a religião, a economia e qualquer outro, sendo o idioma independente de qualquer filosofia ou sistema filosófico: separar o esperanto dos idealismos de Zamenhof, mas compreender sua utilidade pra eles e pra qualquer outra causa honesta é compreender como o mundo possui um grande instrumento pro progresso, mas está dando pouco valor a ele, ou o está usando de forma errada.
<p><b>Conclusão –</b> Espero que com este documento você tenha se esclarecido sobre algumas ideias confusas que o principiante pode ter a respeito do esperanto, pra que ele possa aprendê-lo livremente e sem medo de se prender a determinados preceitos ético-filosóficos. Lembre-se: o esperanto não é uma filosofia, uma religião ou uma doutrina, mas o idioma de quem deseja se sentir um verdadeiro <b>cidadão do mundo</b> sem deixar de ser o que é e entendendo as diferenças entre todos nós, respeitando os preceitos particulares de cada um.
<div style="text-align: center;"><img src="https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_966499-MLB41920425151_052020-O.webp" title="Fonte: https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_966499-MLB41920425151_052020-O.webp"></div></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-40915020240378549312024-02-18T09:00:00.001-03:002024-02-18T09:00:00.140-03:00Confisco ou expropriação?<div style="text-align: center; font-size: 18px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br><img height="338" width="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidE4IRl6blcAEyOMa-e2Tf0yygpmB1xMCjKwv2kPNF-ky8aSZipJpBdOQ3zCPEvT25TjlJntQG5Kh0Pjc3UuDGG1GlEmZz9U_15cw__anmvv0MaBEKblArHLx_tpxx6s6W07VzmytrHvi62NNG7TQjZfHu0D-4qjUeqt4pYA2yzQM_9v06HgtE_4ens3ns/s1600/collor%20poupanca.jpg"/><br><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1G_JdUVWGNFq4T9mo-UIMk0cIBn3KeyWF/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe><p><br>Você escolhe!!!<br><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-85053424339119595752024-02-17T09:00:00.000-03:002024-02-17T09:00:00.124-03:00Que é e pra que serve o esperanto?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/porque-eo target=_blank>fishuk.cc/porque-eo</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Seu nome é “O que é e pra que serve o esperanto?
ou Dissertação pessoal acerca dos benefícios do uso de um idioma internacional”, e certamente não é um tom nem um conteúdo que eu externaria atualmente. Mesmo assim, pra fins de registro e memória, decidi o rever, reeditar, corrigir, atualizar e publicar aqui, pois mesmo que eu não seja mais um grande propagandista, acho muito interessantes algumas das ideias que expus aqui:</div>
<div style="text-align: center;"><br><img width="500" height="303" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Esperanto-ovo_kun_stelo.svg/640px-Esperanto-ovo_kun_stelo.svg.png" title="Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Esperanto-ovo_kun_stelo.svg/640px-Esperanto-ovo_kun_stelo.svg.png"><br><i>“La Melono” (O Melão), um dos símbolos usados pra identificar o esperanto.</i></div>
<div style="font-size: 18px;"><p><br>Quantas línguas e dialetos dessas línguas temos no mundo? 5 mil? 6 mil? 8 mil? 10 mil? Ou até mais? É, sabemos que dentro da espécie <i>Homo sapiens sapiens</i>, a variação entre suas formas de comunicação ao longo dos tempos e de acordo com o grupo onde vive é consequência de algumas características peculiares desse animal, como a capacidade de criar <b>história, cultura, abstrações</b> pra representação da realidade e uma enorme quantidade de <b>técnicas</b>. Por isso, cada grupo humano, de acordo com suas necessidades, criou sua própria maneira de se comunicar, seja falada, seja grafada. E hoje temos essa enorme variedade de <b>línguas</b> ou <b>idiomas</b>, cada um com suas peculiaridades: os idiomas eslavos possuem as chamadas consoantes palatizadas, como, por exemplo, podemos notar nos nossos sons “lh” e “nh” que, para eles, são o “l” e o “n” palatizados; os idiomas semitas, como o árabe, o hebraico e o aramaico, não costumam grafar as vogais, grafando apenas os sons consonantais; enquanto o idioma havaiano possui apenas 13 grafemas pra escrever seus poucos sons (A, E, H, I, K, L, M, N, O, P, U, W e um apóstrofo pra representar uma parada glotal), os dialetos chineses usam mais de 5 mil símbolos pra expressar incontáveis ideias e combinações de ideias; o idioma silbo, usado em La Gomera, nas Ilhas Canárias, é formado só por assobios; os surdos-mudos comunicam-se por uma linguagem que usa gestos dos membros superiores e da face; os cegos leem usando um alfabeto formado por pontos em relevo tateados pelos dedos das mãos; e por aí, por aí vai, nesse mundão afora...
<p>Se você é cristão, é muito provável que tenha uma Bíblia Sagrada, ainda que guardada lá no fundo daquele baú velho; se não for, aproveite a oportunidade pra conhecer um pouco sobre a Bíblia. Perceba que o Antigo Testamento possui histórias pra explicar as mais variadas características humanas e cósmicas, como a existência do homem, da mulher, do mal, do Sol, da Lua, das estrelas e dos mares, o uso da roupa pelo ser humano etc. Uma delas explica a existência da divisão humana pelas línguas que, estando no livro do Gênesis, capítulo 11, do versículo 1 ao versículo 9, vale a pena ser relembrada:
<blockquote><p>O mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras. (...) Então Javé desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. E Javé disse: “Eles são um povo só e falam uma só língua. Isso é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nenhum projeto será irrealizável para eles. Vamos descer e confundir a língua deles, para que um não entenda a língua do outro”. (...) Por isso, a cidade recebeu o nome de Babel, pois foi aí que Javé confundiu a língua de todos os habitantes da terra (...).</blockquote>
<p>Por isso, no ocidente cristão, é comum que alguém use a expressão “Babel” ou “Torre de Babel” ao comentar as divergências linguísticas no mundo. Mas, como eu já disse, essa variação possui explicação racional e o humano, como um ser também “racional”, deveria ter uma capacidade brilhante pra resolver todos os problemas que surgem da diferença entre línguas. Quero deixar claro que não considero a diferença linguística como um problema, mas as <b>barreiras</b> linguísticas, pois diferenças se devem à cultura de cada um, e ser contra “a” ou “uma” cultura é um terrível desmando, mas as barreiras são os problemas que decorrem dessas diferenças, e que devem ser resolvidos. Mas como? Fazendo com que todos na Terra adotem um só idioma? Substituindo as línguas faladas por algo escrito ou gesticulado? Ou criando um idioma que todos soubessem falar e, por meio dele, pudessem se comunicar sem incompreensões? Assim, quando se fala em <b>esperanto</b>, é sobre esta última solução que devemos dissertar.
<blockquote><p><b>“Esperanto” significa “aquele que tem esperança”: esperança em ver um mundo mais justo, a começar pela justiça na comunicação e no respeito à diversidade cultural!</b></blockquote>
<p>Normalmente, quando falamos de um idioma que é mundialmente compreendido e usado como principal meio de comunicação dentro dos eventos de nível global, podemos chamá-lo de ”<b>idioma internacional</b>”. Chamá-lo de “universal”, tal como fazemos com vários outros elementos conhecidos em toda a Terra, é um erro, pois, segundo até o que a astronomia conseguiu descobrir sobre o Universo, somos os únicos seres que usam a comunicação falada. Na história do mundo, tivemos muitos idiomas considerados internacionais, e ainda teremos (e em um período bem mais curto do que em outras épocas!), sendo os contextos dos mais variados. Na Antiguidade, tivemos dois idiomas que serviam como ponte no mundo ocidental conhecido até então, considerado “civilizado”: o grego, que perdurou até os tempos do Império Romano devido à grande culturalidade e às importantes contribuições de seu povo pra humanidade, e o latim, que foi implantado à força aos povos conquistados, que deram origem às línguas românicas. Mesmo após a queda de Roma como centro do mundo, o latim ainda continuou sendo a língua-ponte dos povos europeus, usada em livros, escolas, ordens religiosas, tratados etc.
<p>Entre a Idade Média e a Idade Moderna, os principais homens de cultura europeus começam a escrever em suas respectivas línguas maternas, e começam a ascender línguas de grandes impérios colonialistas, como o português, o espanhol, o francês e o inglês; estas duas, pertencentes às nações posteriormente mais fortes, começam a dominar o cenário mundial e vão parar na boca de falantes que podem estar a milhares de quilômetros de distância do lugar de origem de suas línguas. Expandidas pela força das armas e do dinheiro, afirmam-se na diplomacia mundial e tornam-se sinal de prestígio. Poucos séculos mais tarde, começa a 1.ª Guerra Mundial e, com ela, consolida-se o poder econômico e militar dos Estados Unidos: aos poucos, o francês vai cedendo definitivamente seu lugar ao inglês, tendo hoje um papel bem reduzido em relação àquele que possuía durante a <i>Belle Époque</i>. Na 2.ª Guerra Mundial, Hitler ainda tem sonhos de pôr o mundo nas mãos da Alemanha e, assim, o idioma alemão como grande comunicador, e, ao fim da luta, a União Soviética, também consolidada como superpotência, parece querer pôr o russo na boca de todos os países subjugados.
<p>Na situação atual, podemos dizer que o inglês é a língua considerada internacional, pois seus principais falantes maternos detêm o poder econômico do mundo, possuem grande influência na diplomacia, seja para resolver problemas, seja para costurar acordos, e guardam consigo os segredos tecnológicos e científicos mais avançados. Se formos considerar por esse lado, vemos que muitos países estão crescendo e, em breve, poderão superar os Estados Unidos em potencialidade; consequentemente, levarão para o topo também seus respectivos idiomas. Assim, muitos especulam que os próximos idiomas que podem ascender no século 21 são o espanhol, o alemão, o japonês e o mandarim [lembre-se que escrevi isso em 2005!]. O último merece uma atenção especial, pois é o idioma de uma nação que está tendo uma excelente taxa de crescimento anual do PIB e, segundo especulações, pode ser a principal potência dentro de 30 anos.
<p>E é nesse vaivém de línguas que nós, reles mortais falantes de outros idiomas menores do mundo, espectadores de uma história que nunca foi tão mutante, somos a cada século obrigados a aprender novos idiomas pra fazer e aparecer. Idiomas que possuem pronúncias diferentes das nossas, com sons que não estamos acostumados a articular, construções sintáticas que confundem nossas mentes, grafias irregulares que atrapalham o dom de se escrever bem (isso é um problema até mesmo pra um falante nativo de algumas dessas línguas que seguem as chamadas “tradições” e se veem perdidos num sistema ortográfico totalmente etimológico, como o português, o inglês e o francês); imagine quando o mandarim alcançar o <i>status</i> de idioma internacional, se formos obrigados a decorar aqueles 5 mil caracteres só pra termos uma comunicação escrita de nível básico! E então? Qual seria a melhor solução pra tudo isso?
<p>Se os poderes político, econômico e tecnológico de um país não o fizessem sedento de poder mundial e não impusessem a dominação de sua língua sobre outras culturas, as várias instituições mundiais poderiam usufruir de um idioma que tivesse <b>largas aplicações</b> no comércio, turismo, cultura, política, diplomacia e <b>troca de informações</b> entre pessoas que falam <b>idiomas diferentes</b>, numa base <b>neutra</b> de comunicação, que <b>não privilegiasse</b> esta ou aquela cultura ou país. Um idioma que usasse palavras das línguas já existentes pra que a maioria, ao ler os primeiros trechos nesse idioma, pudesse, <b>sem estudo prévio</b>, compreender boa parte do que está escrito; ou do contrário: ao ser aprendido, ajudasse a compreender várias palavras e estruturas nos outros idiomas. Seria muito bom se, pra comunicação internacional, usássemos somente um idioma <b>fácil, bonito e neutro</b>, sem a obrigatoriedade de aprendermos difíceis línguas nacionais; isto seria bom fazermos em último caso, quando precisássemos morar com os povos que as falam ou fôssemos linguistas que estudam suas mais diversas propriedades. Mas esse idioma, sendo gerado desses <b>diversos idiomas</b>, nos estimularia a aprendê-los pra conhecermos as mais diversas culturas e sabermos de onde vem nosso idioma internacional.
<p>Pensando nisso, um polonês chamado Ludwig Lejzer (ou, em português, Luís Lázaro) <b>Zamenhof</b>, nas últimas décadas do século 19 e nas primeiras do século 20, chegou à seguintes sábias conclusões:
<blockquote><p><b>1) A diversidade de línguas é a única, ou ao menos a principal, causa da dispersão da família humana e de sua divisão em partes inimigas.<p>2) Nem mesmo uma centena de grandes invenções e descobertas fará na vida da humanidade uma revolução tão grande e tão benéfica como a adoção de uma língua internacional!</b></blockquote>
<p>E dedicou sua vida a aprender diversos idiomas e elaborar o que seria esse projeto de idioma internacional. Tornando-se poliglota, fez várias e sofridas tentativas, até chegar a seu fruto final: o <b>esperanto</b>, por meio do primeiro livro, publicado em 26 de julho de 1887. Fez várias traduções e escreveu várias obras pra comprovar a praticidade de seu idioma e, enfim, organizou na cidade francesa de Boulogne-sur-Mer, em 5 de agosto de 1905, o primeiro Congresso Universal de Esperanto, onde quase mil pessoas provaram, na prática, a eficiência e praticidade de um idioma internacional. O número de falantes cresceu e, mesmo após a 1.ª Guerra Mundial (1914-1918), quando o movimento acabou se esfacelando, e após a morte de Zamenhof, em 1917, o movimento segue até a 2.ª Guerra Mundial, quando novamente sofre duras perseguições e é reprimido pelos vários movimentos totalitários em voga na Europa. Ainda assim, sobrevive a todas as tempestades, é agraciado pela UNESCO em 1954 e até hoje conta com milhões de falantes espalhados por quase todos os países do mundo, que fazem amizade entre si, trocam informações sobre suas culturas, aprendem mais sobre outros países e religiões e ajudam a desenvolver o esperanto a nível prático.
<blockquote><p><b>Lembre-se: um idioma internacional não serve para substituir os outros e fazer com que todos nós usemos apenas uma língua no mundo. Ao contrário: ele serve apenas como uma ponte entre os mais diversos falares, podendo ser ainda usado como um instrumento de defesa das línguas étnicas menores, faladas por poucas pessoas!</b></blockquote>
<p>Mas o esperanto é, de fato, “o” idioma internacional?
<p>Como disse o grande empresário e esperantista brasileiro Flávio Rebelo, “para que uma língua seja mundial, não é suficiente chamá-la assim”. Por isso, é muito importante o trabalho dos <b>esperantistas</b>, ou seja, pessoas que trabalham em prol da divulgação e do uso prático do esperanto nos mais diversos meios. Os diversos clubes, associações e entidades de esperanto estão aí pra ajudar na divulgação popular, na edição de material literário e fonográfico, e na reunião de esperantistas, pra que se possa usar e divulgar o idioma. Visto que o esperanto não é o idioma oficial de qualquer povo ou país, cabe aos falantes promover formas de torná-lo útil na comunicação internacional. Isso comumente se faz através de palestras, cursos e materiais de divulgação (cartazes, <i>sites</i> etc.) pra provar que o esperanto existe e é um idioma vivo de nosso tempo. Além disso, várias associações especializadas cuidam da tradução dos vocábulos pra designar os mais diversos elementos de todas as áreas do conhecimento e vivência humanos. Todas essas ações em prol do esperanto fazem parte do que se costuma chamar “movimento esperantista”. <b>Você</b>, que está aprendendo ou pretende aprender esperanto, tem um papel muito importante nessa caminhada, pois possui em suas mãos uma ferramenta muito importante pra melhorar a comunicação mundial: ajude a divulgar o esperanto e, assim, aumentar o número de pessoas no mundo que possam se comunicar usando uma base neutra e politicamente honesta!
<p>Oficialmente, o esperanto não é exatamente reconhecido pelos órgãos internacionais como “o idioma internacional”, pois esse papel é desempenhado, ainda mais dentro desses órgãos, pelo inglês. Apesar disso, o esperanto provou e hoje ainda constantemente prova sua eficácia, pois milhões de pessoas que falam idiomas diferentes o usam pros mais diversos fins, em especial pra fazer amizades e trocar informações culturais. Se ele fosse hoje naturalmente aplicado nas atividades desses órgãos, com certeza só surgiriam benefícios, e a homogeneidade linguística de apenas algumas nações desapareceria por completo. Mesmo com tantos projetos de idiomas internacionais apresentados e usados, o esperanto é hoje o mais largamente usado e conhecido projeto, sendo por isso imediatamente relacionado à ideia de “idioma internacional”; isso porque ele possui uma genialidade fantástica em sua gramática e uma clareza de compreensão em suas palavras, de modo que ele não deturpou os vocábulos, como se fez em alguns projetos, ou manteve a pronúncia e a gramática irregulares como nos idiomas existentes, como se fez em outros: dessa forma, ele foi acolhido e largamente utilizado por vários especialistas e pessoas inteligentes.
<p>Por esses motivos não se reconhece nas instituições internacionais o esperanto como “o idioma internacional”, mas, por suas vastas aplicações, conquistas e sucessos, pode-se afirmar com toda segurança que ele é uma das conquistas do século 20 e uma das promessas do século 21: basta ver como esperantistas lutam no Parlamento Europeu pra um maior apoio a suas aplicações oficiais! O esperanto tem todas as condições para ser reconhecido realmente como <b>o idioma internacional</b>, mas precisamos vencer todas as barreiras políticas que impedem tal realização a nível mundial. E é pra isso que lutam os esperantistas, divulgando a ideia de um idioma internacional e ensinando pra todos o <b>esperanto</b>, possibilitando a todos o acesso a uma preciosa ferramenta no degelo das cabeças de pedra dos poderosos que insistem em impor suas vontades e se esquecem que nosso mundo é um enorme formigueiro de culturas que precisam de uma base neutra pra se compreender e conviver em harmonia.
<blockquote><p><b>Por isso, não hesite: comece agora mesmo a aprender o ESPERANTO, e seja mais um entre os que acreditam na eficiência da adoção de um idioma-ponte neutro pra comunicação entre pessoas de línguas diferentes a fim de promover uma emancipação cultural mais justa e, consequentemente, a tão sonhada paz entre os povos, em cuja realização um idioma internacional neutro seria um dos maiores auxiliares!</b></blockquote>
<div style="text-align: center;"><br><img width="490" height="306" src="https://d1sxy7l4fhu207.cloudfront.net/uploads/production/attachments/3zJas2Jzqqn8C8yZo0FIr6HA75HaGnlGkts253IR.png" title="Fonte: https://d1sxy7l4fhu207.cloudfront.net/uploads/production/attachments/3zJas2Jzqqn8C8yZo0FIr6HA75HaGnlGkts253IR.png"></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-73491541278903885072024-02-16T09:00:00.055-03:002024-02-16T09:00:00.133-03:00Conhece o “corno Dmitri Peskov”?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><br><img height="299" width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRLDImOp-T8BCUvaEPHRgWOQL7ujO6ulriTJ8kndXhoFJ_BdVADAWH7UfLCvYQp2cWoGlDR2RBQtraW6_HciO2GtPhXLuO_rvNs9dJ67vFZb5sDOw6FnwfW45otGSi6eE5ergoqm8RBqaeD_I1E0wyDn9qXFderKqXzb8i-YXBqaLD6t_TiJLYmpHK09cs/s1600/corno%20peskov.png"/></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Parte daquelas séries de piadas antigas de “tipos de corno”, podemos classificar como o “corno Dmitri Peskov” <i>aquele pra quem as pessoas ligam dizendo o que tá acontecendo, ele diz que não tá sabendo de nada e que não vai comentar</i>, kkkkk!!!
<p>No YouTube, tem vários vídeos com essa temática “tipos de corno”, mas este é o mais abrangente, apesar da imagem única e da narração tediosa:
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://youtube.com/embed/FmRnAeZDE1w" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div>
<p><br>E pra ressuscitar um meme de meu antigo canal: como não pode faltar em nenhuma sexta-feira, que tal uma “cerveja radioativa” russa? Rs:
<div style="text-align: center;"><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1OfvUea4ZPW4IZ_pbGVvuPI2cffl5ExNw/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-37943080796864115492024-02-15T09:00:00.000-03:002024-02-15T09:00:00.138-03:00O último discurso (“O grande ditador”)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/chaplin-discurso target=_blank>fishuk.cc/chaplin-discurso</a></b><br><br></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Aqui está outro texto que publiquei num antigo <i>site</i> sobre esperanto por mim mantido entre 2005 e ca. 2007. Trata-se do belo discurso proclamado por Charles Chaplin, no papel de Adenoid Hynkel, no filme <i>O grande ditador</i>, em que ele parodia Adolf Hitler e seus objetivos totalitários. O interessante é que no bairro dos judeus na “Tomânia”, muitas placas e nomes de lojas estão escritos num esperanto mais ou menos correto! Quem traduziu o discurso pro esperanto foi o esperantista alemão Hans-Georg Kaiser (n. 1954), também conhecido pelo pseudônimo “Cezaro”. Infelizmente o endereço original não existe mais, mas você ler seu <a href=https://karapacopanoramo.blogspot.com target=_blank><i>blog</i> atual</a> e a <a href=http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/ultimod.htm target=_blank>tradução em português</a> do texto de Chaplin. Seguem abaixo esta tradução (atualizei a ortografia), a tradução de Kaiser e uma pequena introdução em esperanto!
<p><br>Jen alia teksto, kiun mi publikigis en malnova retejo pri Esperanto de mi subtenita inter 2005 kaj ĉ. 2007. Temas pri la bela alparolo proklamita de Charles Chaplin, rolanta Adenoid Hynkel, en la filmo <i>La granda diktatoro</i>, en kiu li parodias Adolfon Hitleron kaj liajn totalismajn celojn. Interese, ke en la kvartalo de la gejudoj en “Tomania”, multaj afiŝoj kaj nomoj de vendejoj estas skribitaj en pli-malpli korekta Esperanto! La Esperanta tradukinto de la alparolo estas la germana Esperantisto Hans-Georg Kaiser (n. 1954), ankaŭ konata sub la kromnomo “Cezaro”. Bedaŭrinde la originala adreso ne plu ekzistas, sed vi povas legi lian <a href=https://karapacopanoramo.blogspot.com target=_blank>nuntempan blogon</a> kaj la <a href=http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/ultimod.htm target=_blank>portugallingvan tradukon</a> de la teksto de Chaplin:
<div style="text-align: center;"><br><img width="480" height="325" src="https://cdn8.openculture.com/2023/06/12222455/chaplin-speech.png" title="Fonte: https://cdn8.openculture.com/2023/06/12222455/chaplin-speech.png"></div>
<p><br>Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
<p>Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.
<p>O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
<p>A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis!” A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.
<p>Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos.
<p>Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No capítulo 17 do Evangelho de São Lucas, está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
<p>É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, mas escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.
<p>Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!
<p><br>Mi petas pri pardono, sed mi ne deziras esti imperiestro. Tio ne estas mia afero. Mi volas regi aŭ konkeri neniun. Mi volonte helpus al ĉiu, – se eblas. Al judoj, ne-judoj... nigruloj... blankuloj.
<p>Ni ĉiuj volas helpi al ni reciproke: Homaj estaĵoj estas tiel. Ni volas vivi en reciproka feliĉo, ne per reciproka enmizerigo. Ni ne deziras hati kaj malestimegi nin. En ĉi tiu mondo estas loko por ĉiu. Kaj la bona tero estas riĉa kaj povas provizi ĉiujn.
<p>La maniero de l’ vivo povas esti libera kaj agrabla, sed ni perdis la vojon. Avido venenis la homajn animojn, barikadis per malamo la mondon, puŝis nin en mizeron kaj al sangoverŝado. Ni evoluis rapidecon, sed enfermis nin mem. Maŝinoj, kiuj donas abundon, postlasis nin en bezono. Nia scio faris nin cinikaj, niaj sperto kaj lerto duraj kaj malafablaj. Ni pensas tro multe, ni sentas tro malmulte. Pli ol maŝinoj ni bezonas humanecon. Pli ol lerto kaj sperto ni bezonas afablecon kaj ĝentilecon. Sen tiuj kvalitoj vivo estos violenta kaj la volo de ĉiu perdita.
<p>La aviadilo kaj la radio pli proksimigis nin. La vera naturo en tiuj aĵoj ja krias al homa boneco, krias al la universala frateco, al la unueco de ni ĉiuj. Jam nun mia voĉo atingas milionojn da senesperaj viroj, virinoj, kaj etaj infanoj - en la tuta mondo, viktimojn de sistemo, kiu torturas homojn kaj enkarcerigas senkulpulojn. Al tiuj, kiuj povas aŭskulti min, mi diras: “Ne malesperiĝu!” La mizero, kiu venis super nin, estas nenio alia krom la pasado de avido – la amareco de homoj, kiuj timas la homan progreson. La hato de la homaro pasos, kaj la diktatoroj elmortos, kaj la potencon, kiun ili forprenis de la homoj, revenos al la homoj. Kaj tiom longe, kiom homoj scios morti, la libero ne pereos.
<p>Soldatoj! Ne fordonu vin al la bestaĉoj! kiuj malestimegas kaj sklavigas vin – kiuj komandas viajn vivojn, kiuj diras al vi, kion vi devas fari, kion pensi kaj kion senti. Kiuj severe trejnas kaj endietigas vin, kiuj traktas vin kiel bruton kaj nutras kanonojn per vi. Ne fordonu vin al tiuj kontraŭnaturaj uloj, al tiuj maŝinuloj kun maŝinmensoj kaj maŝinkoroj! Vi ne estas maŝinoj. Vi estas homoj! Kun la amo al la humaneco en viaj koroj! Ne malamu! Nur la ne-amataj malamas, kaj la kontraŭnaturaj!
<p>Soldatoj! Ne batalu por la sklaveco! Batalu por la libero! En la deksepa ĉapitro de Sankta Luko estas skribite, ke la regno de Dio “...estas inter vi.” Nek en unu homo, nek en homgrupo, sed en ĉiuj! En vi! Vi, la homoj, posedas la povon, la povon krei maŝinojn. La povon krei feliĉon! Vi, la homoj, havas la povon por fari la vivon bela kaj libera, por fari el tiu vivo mirindan aventuron. Do – en la nomo de la demokratio – ni uzu tiun povon. Ni ĉiuj unuiĝu. Ni batalu por nova mondo, por humana mondo, por deca mondo, kiu ebligos al la homoj labori, kiu havigos al la junularo futuron, kaj sekurecon al la maljunularo.
<p>Per tio, ke ili promesis al ni tiujn aferojn, la bestaĉoj transprenis la potencon. Sed ili mensogis! Diktatoroj liberigas sin mem, sed ili sklavigas la popolojn. Ni nun batalu por liberigi la mondon – por ŝiri teren naciajn barojn – por forigi la avidon, la malamon kaj la netoleremon. Ni batalu por mondo de prudento, en kiu la scienco kaj la progreso kondukos al al feliĉo de ĉiuj. Soldatoj, en la nomo de la demokratio, ni unuiĝu!
<p>Hannah, ĉu vi povas aŭdi min? Kie ajn vi estas, rigardu supren al mi, Hannah! La nuboj leviĝas. Aperas la suno! El la tenebro ni eliras en la lumon. Ni alvenas en nova mondo, en pli afabla mondo, en kiu la homaro venkos sian avidon, sian malamon kaj sian brutalecon. Rigardu supren al mi, Hannah! La homa animo ricevis flugilojn kaj finfine ekflugas. Ĝi flugas en la ĉielarko, en la lumo de l’espero. Rigardu supren al mi, Hannah! Rigardu min!</div>
<div style="text-align: center;"><br><img width="470" height="344" src="https://famousclowns.org/wp-content/uploads/2011/09/look-up-hannah.jpg" title="Fonte: https://famousclowns.org/wp-content/uploads/2011/09/look-up-hannah.jpg"><br><i>Hannah</i></div><br></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-9113059727311599819.post-49179367233324690352024-02-14T09:00:00.001-03:002024-02-14T09:00:00.242-03:00Não adianta dançar sobre o leite derramado<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: center;"><br><b><i>Link</i> curto pra esta publicação: <a href=http://fishuk.cc/leite-bg target=_blank>fishuk.cc/leite-bg</a></b><br><br><br><img height="281" width="500" src="https://svobodnoslovo.eu/media/1/2024/02/12/75847/960x540.webp" title="Fonte: https://svobodnoslovo.eu/media/1/2024/02/12/75847/960x540.webp"><br><br><img height="281" width="500" src="https://m.netinfo.bg/media/images/50728/50728330/520-ratio-fermeri-mliako-protest.jpg" title="Fonte: https://m.netinfo.bg/media/images/50728/50728330/520-ratio-fermeri-mliako-protest.jpg"></div>
<div style="font-size: 18px;"><p>Durante o fim do mês de janeiro e ao longo do mês de fevereiro, protestos de agricultores contra as perdas impostas pela intrincada legislação da União Europeia e pela concorrência considerada desleal com a Ucrânia, cujos grãos têm chegado ao mercado europeu mais rapidamente e menos caros em solidariedade humanitária (e porque os portos no mar Negro estão quase todos bloqueados), pipocaram em diversos países de toda a Europa. Tudo começou na França, onde os fazendeiros consideram totalmente impraticáveis as normas ambientais, sobretudo as relacionadas ao uso de pesticidas, normas muito mais leves nos países do Mercosul, cuja produtividade, pois, seria muito maior e esmagaria a concorrência com a produção local. Essa teria sido uma das razões pela qual, pela segunda vez (em 2019, Macron alegou que Bolsonaro estava devastando a Amazônia), o governo francês bloqueou o acordo comercial entre a UE e o Mercosul.
<p>Porém, como em outros países do bloco europeu as preocupações são outras e muito variadas, o movimento tomou impulso na Europa Central e Meridional, quando já estava se encerrando na França. Na Bulgária, por exemplo, há mais de uma semana os agricultores estão bloqueando as principais rodovias do país e conseguiram o fazer, entre outras, na principal artéria nacional, a “Trákia”. Porém, no dia 12 de fevereiro, os jornais do meio-dia de canais como a <a href=https://www.youtube.com/watch?v=6_5n99gPo80 target=_blank>BNT</a> (TV nacional) e a <a href=https://www.youtube.com/watch?v=m6mL4wX4Ygw target=_blank>NOVA</a> registraram algo inusitado no vilarejo de Polikráishte (Поликраище), na região de Velíko Târnovo, durante o bloqueio da estrada que liga as cidades de Pléven a Rúse, e esta à cidade que dá nome à região. Enquanto os fazendeiros jogavam na pista 16 toneladas de leite fresco só pra não o botarem no mercado, uma música tradicional gravada soava ao fundo, o que pode ser ouvido nas duas transmissões, feitas a partir do mesmo ponto.
<p>Na versão que coloquei primeiro, a da BNT, alguns manifestantes ao fundo estão dançando de mãos dadas, modo que é muito comum nos países dos Bálcãs. Pra alguém de fora do país, parece interessante ouvir esse tipo de música, mas deve ser ainda mais engraçado ver que, enquanto leite é jogado na estrada, ao invés de alimentar tantas crianças necessitadas na própria Bulgária, um punhado de agricultores dança alegremente em rede nacional. Os bloqueios também tem por objetivo forçar a renúncia do ministro da Agricultura, Kiríl Bâtev, que como todo político do país em qualquer época, é acusado de todo tipo de coisa. Não traduzi nenhuma fala ao pé da letra, nem legendei, mas apenas fiz as montagens nos momentos específicos pra que você possa “curtir as imagens”. Mudando um pouco o ditado, “não adianta dançar sobre o leite derramado”, ainda mais que no fim quem sofre é o povo pobre, nesses tempos de inflação. Divirta-se:
<div style="text-align: center;"><br><iframe src="https://drive.google.com/file/d/1_iOWweuZLgZWcXBO1o8AEVu7j-Dee3Lv/preview" width="544" height="306" frameborder="0" allow="autoplay; encryptedmedia" allowfullscreen></iframe></div><br></div></span></div>Erick Fishukhttp://www.blogger.com/profile/06638527089966878184noreply@blogger.com