Criado em 1949 pelo cartunista chileno René Ríos Boettiger (1911-2000), mais conhecido como “Pepo”, o personagem Condorito é o mais famoso dos quadrinhos do Chile, assim como a Mafalda pra Argentina e a Mônica pro Brasil, e já foi publicado em vários países da América Latina e nos EUA. Representado por um condor (condor-dos-andes) antropomorfo, carrega traços de caráter geralmente associados ao homem sul-americano: hábitos e vestimenta simples, jeito leve de levar a vida, humor sutil, astúcia, improviso pra resolver problemas e as mais inusitadas situações vividas no cotidiano. Segundo Pepo, a ideia da criação veio após assistir à animação da Disney Saludos Amigos (1946), em que os célebres personagens viajam por toda a América do Sul, pois achou que o Chile estava mal representado. O condor, afinal, é considerado uma ave-símbolo da região, e além de estar do lado direito do brasão do país, também aparece em outros brasões modernos ou históricos sul-americanos, sobretudo andinos.
Duas de suas marcas mais famosas são o salto pra trás de personagens com a onomatopeia “Plop!”, quando a história termina com a realização da piada, ou a frase “Exijo uma explicação!” dita pelo condor quando seus planos não dão certo. Condorito e as histórias incluindo outros personagens constantes, como seu sobrinho Coné (na verdade uma versão infantil do próprio Condorito), apareceram em tiras de várias publicações periódicas e em revistas próprias, e já nos primeiros anos de expansão do sucesso a equipe de desenhistas teve de aumentar. Mas como desenho animado, não houve grandes iniciativas, sendo a mais bem-sucedida a série de desenhos curtos, de menos de um minuto, que seguem abaixo, produzidos na década de 1980 em coprodução do Canal 13 com a TVE espanhola. Infelizmente, nunca foram transmitidos no Brasil, o que seria bem prático, pois os personagens não falam e há apenas efeitos sonoros relacionados à história e uma música de fundo, tornando-os adequados a quaisquer tipos de crianças, ao estilo da Augusta e do Zeno húngaros.
Aqui, certamente poucos conhecem o Condorito, a não ser que tenham alguma idade: no Brasil, só foram publicadas 12 edições de suas revistas pela Rio Gráfica na década de 1980 e oito edições pela Maltese entre 1991 e 1992. Fora isso, não há referências culturais brasileiras ao Condorito, como há a outros personagens estrangeiros, como a Mafalda, o Garfield e o Snoopy: só quem tem bastante convivência com a cultura chilena vai o conhecer. Somente em 2017 foi lançado em espanhol o longa em 3D Condorito: o Filme, que apareceu, entre vários outros países, em 2018 no Brasil e no Reino Unido, no qual curiosamente recebeu o título de Space Chicken, rs. Acho que minha primeira e única referência na infância foi um dos “gibis” de tamanho grande, que minha mãe me deu em 1993 ou 1994 (provavelmente uma edição da Maltese) e que manuseei tanto que até ficou sem capa! Mas eram historinhas bem legais, e tinham exatamente essa característica de se ambientar num universo adulto, ao contrário da Turma da Mônica e do Menino Maluquinho (Ziraldo), ou seja, as piadas tinham alguma malícia, mas nada que fosse chulo ou grotesco. A gente chamaria hoje de “humor inteligente”...
Como comprovam algumas edições mais recentes que não são montagens, reproduzidas por páginas não oficiais de brasileiros e chilenos, as histórias de Condorito estão bem mais adultas e um pouco mais “politicamente incorretas”, com constantes apelos à sensualidade feminina. Mas abaixo reproduzi apenas as vinhetas oitentistas, a maior parte delas extraída deste canal pessoal que reproduziu a coleção completa, com a (má) qualidade da época, sob o título “Condorito animado clásico”. Mas o canal oficial dos produtores atuais do Condorito também contém playlists com versões remasterizadas sem as aberturas e encerramentos originais (às quais dei preferência pra publicação) e às vezes com os títulos modificados; eu listei os vídeos com os títulos dos anos 80. Há alguns anos eles também lançaram novas historinhas em versão 3D, que decidi não republicar aqui por não serem ainda uma raridade. Bom divertimento!
Abertura (versão 1):
Abertura (versão 2):
Práctica:
Refinamiento:
Justicia:
Guerra:
Tacto:
Desastre:
Alfombra (Tapete):
Emergencia:
Lógica:
Contaminación:
Esfuerzo:
Accidente:
Cuchillos (Facas):
Caza mayor (Caça superior):
Astronautas:
Egoísta:
Ténis:
Precavido:
Bestia (Animal selvagem):
Jinete (Cavaleiro):
Ayudante:
Los bomberos:
Valiente:
Buenas noches:
Larga vida (Vida longa):
La sopa:
Persecución:
Trabajador:
Allá voy (Lá vou eu):
El patrón:
Bien jugado:
El circo:
¡Buaaah! :
Bazar:
Afortunado (Sortudo):
Inútil:
Mayordomo (Mordomo):
Rapuncel:
Desinformados:
Supercondor:
Perdido:
La huida (A fuga):
Trofeo:
Milagro:
Caída libre (Queda livre):
Sorpresa:
¡Graaauuf! :
Molestoso (Irritante):
Flechazo (Flechada de Cupido):
Vaso de agua (Copo d’água):
Superstición:
Gran escape:
Spaghetti:
¡Bang! :
Tren:
Ánimo:
Astuto:
Piloto:
Náufragos:
¡Gooool! :
Distraído:
Descuido:
El tesoro:
Mineros:
Genial:
Recuerdo (Lembrança):
Competidores:
Caja de sorpresas (Caixa de surpresas):
Exigente:
Encerramento: