sábado, 14 de setembro de 2019

Memes lembrando nosso passado (2)


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Quatro dias atrás eu lancei uma postagem relembrando diversos momentos históricos ou engraçados do cinema e da televisão nas décadas de 1980 ou 1990, pra quem não viveu esses tempos de muito dinamismo e criatividade, em que as produções e relações pareciam ser muito mais sinceras e transparentes. Agora estou publicando um texto parecido, mas com vídeos internacionais, bem como com alguns momentos do Brasil e do mundo vividos atualmente, nos anos 2010. Felizmente, muita coisa dessa época foi publicada no YouTube pra que pudéssemos conhecer ou recordar momentos importantes da história, cultura e política quando ninguém estava ainda afogado nos avanços digitais. Como bom documentarista e humorista que sou, também trouxe trechos de vários programas ou acontecimentos de então, que pra mim soam cômicos em certa ordem ou até fora de contexto. Pra fechar essas minhas tentativas de criar “memes” mais ou menos engraçados, vou ter atingido meu objetivo se os maduros matarem a saudade, e se os jovens conseguirem rir junto com a gente!


Este pequeno trecho já se tornou um meme na Argentina há muitos anos. É a tomada histórica do presidente-ditador, general Leopoldo Fortunato Galtieri, durante a declaração de guerra ao Reino Unido em 1982. Esse ato iniciou a trágica Guerra das Malvinas, que terminaria com gritante derrota argentina e o começo da queda do regime militar.

Neste momento, quando o povo na frente da Casa Rosada está muitíssimo exaltado, Galtieri comenta sobre a ameaça de intervenção inglesa: Si quieren venir que vengan, ¡les presentaremos batalla! (Se querem vir que venham, lhes oporemos resistência armada!). E assim foi, com as consequências que hoje conhecemos. Apenas Margaret Thatcher, após seus delírios econômicos, soube aproveitar a vitória pra desviar a atenção popular em direção a algo mais “interessante”.

A Argentina reivindica desde o século 19 a soberania sobre as ilhas Malvinas, bem no sul do Atlântico, as quais os ingleses chamam de Falkland Islands, ou apenas Falklands. Desde 2001, celebram-se todos os anos o Dia dos Veteranos e dos Tombados na Guerra das Malvinas em 2 de abril, data em que começou a guerra promovida por Galtieri em 1982. Mas em 1939 já tinha sido criada a “Junta de Recuperação das Malvinas”, pra conscientizar o povo sobre o assunto. A Marcha das Malvinas é um dos símbolos do “irredentismo argentino”, ideário que prega a soberania da Argentina em vários territórios disputados com os vizinhos, inclusive, claro, as Malvinas.

Eu separei esse trecho, bem como outra parte da saudação inicial, do discurso completo que baixei pra fazer uma montagem da canção Marcha das Malvinas, que já publiquei aqui no blog.


Montagem sem graça que carece de mais explicações. Eu usei uma filmagem tirada do Jornal Hoje (TV Globo) de 4 de junho de 2019, lembrando os 30 anos do massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim, quando jovens da nova geração crescida sob o comunismo pediam mais democracia na China. No fundo, o jingle da antiga loja de departamentos Mappin, muito conhecida em São Paulo e cujas propagandas ficaram na memória popular coletiva do Sudeste. Parte da piada está no fato de que o Mappin fechou ainda no fim dos anos 90, quando ainda não tinha chegado ao Brasil a moda americana da Black Friday, e então se ainda existisse, seria uma das protagonistas dela. (“Black Friday é no Mappin” é um dos bordões colocados de zoeira junto a fotos de Rubinho Barrichello, hahaha.)

É tentador fazer um paralelo com a situação atual de Hong Kong, ainda não imaginada naquele mês, embora o território ainda fosse um domínio inglês em 1989. Mas estamos no suspense sobre o que pode vir nas próximas semanas. Um massacre de ofertas!!! Observação: Eu não apoio o PC da China.


Achei ao acaso este vídeo do jornalista sul-africano Riaan Cruywagen, muito famoso e querido no país por seu trabalho na língua africâner (Afrikaans), não conseguindo segurar o riso após uma série do que chamamos no Brasil de “videocassetadas”. Não consegui identificar o programa nem a época, mas pelo surgimento do videotape e pela qualidade das imagens, deve ser entre o fim dos anos 80 e o começo dos 90, ou até depois.

Quem ainda conhece algo da TV aberta brasileira, sabe qual foi o programa que consagrou e popularizou esse tipo de “humor” desde 1989: o Domingão do Faustão, cujo apresentador Fausto Silva, de sotaque claramente denotando sua origem no interior paulista, se tornou uma lenda midiática com bordões como “Oloco, meu!” e “Olha essa fera, bicho!”. Atualmente ele tem voltado à moda com o meme “Oloquinho, meu!”, graficamente representado por uma foto sua passada no “filtro de bebê” do Snapchat.

Pra deixar o vídeo mais familiar, decidi sobrepor o áudio de alguns trechos típicos de narração das videocassetadas pelo Faustão, que podem ser encontrados nos primeiros minutos deste vídeo. Porém, dando uma estudadinha, não é que consegui casar algumas falas certinho com as imagens sul-africanas? Hahaha.


De repente me vêm umas ideias loucas na cabeça, hahaha. A ex-premiê britânica Theresa May, antecessora de Boris Johnson, o atual, também gostava de bancar o Ieltsin e fazer suas dancinhas mundo afora. Ao que parece, seu palco preferido era a África, mas nenhum ritmo ficava tão bom com os vídeos quanto a cumbia colombiana! Este trecho é um solo instrumental da canção La Zenaida, gravada por Armando Hernández. Os vídeos foram tirados do canal do jornal inglês The Guardian.

I’ve suddenly had the crazy idea to make a video with the now former British PM Theresa May in moments of dance during visits to other countries, such did former Russian president Boris Yeltsin, hahaha. It seems that her preferred stage was Africa, but there’s no one style that fits so well in this montage as Colombian cumbia! This piece is an instrumental solo of the song La Zenaida, recorded by Armando Hernández. The images were taken from the channel of the English newspaper The Guardian.

Sources/Fontes:
http://youtu.be/tbCDFNRA-Wo
http://youtu.be/hXLPjPdbwGE
http://youtu.be/gGtOT1tIAwg


Mitada da TV Globo: o Caldeirão de Ouro 2018, apresentado pelo Luciano Huck em janeiro com as “melhores” músicas do ano passado. A piada é com a canção Sofazinho, de Luan Santana, protagonizada pelo célebre humorista Pedro Farah. “Isso aqui é pra falar? ZI-NHO!”, hahaha.


E finalmente, aquelas pessoas improváveis que você só vem a conhecer no pitoresco Globo Repórter. Selecionei os melhores momentos da gritaria e das batidas de cabelo do Otto, “vocalista” da banda finlandesa de heavy metal Força Macabra. São trechos do programa exibido em 7 de novembro de 2018, mostrando o taxista que nas horas vagas faz esses ensaios num abrigo subterrâneo. Diz que sua inspiração é o rock brasileiro dos anos 80, por cuja linguagem ele teria se apaixonado.

Os cortes contêm os principais gestos vocais e corporais, e contam ainda com a narração de Edney Silvestre, que gravou na Finlândia e cujo texto e empostação parecem a do locutor dos episódios do Pica Pau nos anos 60 e 70. Sobretudo quando ele começava a narrar sobre a Flórida do Zé Jacaré, lembram? Não coloquei texto pra que vocês mesmos consigam entender certas passagens.