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Este soneto se chama “Vesperkomenco”, palavra composta de dois radicais e que significa “começo da noite”, mais exatamente a tardezinha, o anoitecer ainda com algum sol bem fraco. Como ocorre na maioria das culturas, tendo sua expressão mais célebre, acredito, no livro O pequeno príncipe de Saint-Éxupery, esse momento do dia é um dos meus favoritos, porque sempre me evocou coisas românticas, uma calma, uma paz, a impressão de que estavam sendo aliviados todos os pesos do dia. E é assim que também descrevo o crepúsculo a partir da minha casa, onde há uma natureza linda, composta de montanhas, florestas e muitos pássaros cantando. O soneto também alude brevemente à minha crença religiosa católica que eu ainda mantinha aos 17 anos de idade.
Acho provável que eu o tivesse escrito no comecinho de 2005, e não em 2004, e certamente numa época em que eu estava de férias, pois a passagem pelo “terceirão” me deixou pouco tempo e energias pra versificar em esperanto. No decorrer do ano, claro, fiz mais alguns sonetos em português, mas geralmente até mesmo, pasmem, sobre temas que eu estava estudando na escola! Pode ter sido uma forma divertida de fixar o conteúdo, pois passei direto com sucesso no vestibular de História, hehehe. Outra coisa que me faz localizá-lo em 2005, e no máximo no finzinho de janeiro ou comecinho de fevereiro, é novamente o estado de espírito que ele parece exalar. Nesse período, quase recomeçando as aulas, eu estava bem menos ansioso com relação a algumas coisas que me tinham acontecido no ano anterior, e como ainda estava de férias, podia usufruir de uma relativa calma e de um equilíbrio e clareza mentais que me proporcionaram escrever dessa forma que pode ser lida.
Abaixo estão o texto em esperanto, sem alterações desde então, e uma tradução improvisada pro português, só pra dar uma noção do conteúdo pra maioria dos leitores. Assim como fiz com outros poemas, desejo mais pra frente recitar este e outros sonetos pra postar no meu canal O Eslavo (YouTube). Boa leitura, e espero que gostem!
Vesperkomenco Birdoj flugas super la tegmento, La sun’ malaperas trans la montoj Kaj, post kalkulo de ĉiuj kontoj, Venas sur vizaĝon forta vento. Ĉi tie, min ne ĉasas plu hontoj Venonto estas sekvanta tago, Mi kredas je tiu, kiu revas: ____________________ Começo da noite Pássaros voam por cima do telhado, O Sol desaparece além dos montes E, após ter calculado todas as contas, Um forte vento vem sobre o rosto. Aqui, os pudores não me caçam mais Quem virá é o dia seguinte, Eu acredito naquele que sonha: |