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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Se Jones é revisionista, sou Pol Pot


Link curto à publicação: fishuk.cc/mix-politica16


Antes de introduzir o tema propriamente dito, gostaria de lhe oferecer os serviços de meu amigo búlgaro Veselin Boianov. Não, ele não é o João Clá Dias, fundador da seita medieval Arautos do Evangelho, só parece com ele... Mas como se lê nos créditos, ele é “ufólogo”. Então, se por acaso você precisar dos serviços de um “ufólogo”, posso lhe passar o contato dele, rs.


O “professor” Lucio Junior é um mineiro que conheci há muitos anos por minha primeira conta no Facebook, um dos primeiros brasileiros que vi abertamente justificando os crimes e burradas de Stalin nas redes sociais. É uma pessoa legal e educada, mas infelizmente não bate muito bem das ideias... Seu canal no YouTube, por exemplo, é irrisório em inscritos, e a maioria dos comentários, embora não seja de haters que o ataquem pessoalmente, é de críticas a suas falas e mostras de insatisfação com seu conteúdo.

Lucio Junior é um caso exemplar de “parasita” falido, ou seja, que tenta se aproveitar do sucesso de canais com conteúdo semelhante, mas com perspectivas mais ou menos diversas, os atacando sistematicamente até obter uma resposta de vulto. Foi assim que o MBL e parte da extrema-direita, ao provocarem influenciadores progressistas, conseguiram surfar na onda das respostas que todos somos tentados a dar, formando bolas de neve de xingamentos e calúnias que, em muitos casos, seguem até hoje. Jones Manoel e companheiros, porém, até agora parece não terem notado o que o próprio Lucio chama de “conversas de vanguarda” e suas críticas a Castro, Guevara, Chávez, Maduro, Escola de Frankfurt, PCB e toda uma pilha de “revisionistas”, sempre temperadas de uma obsessão doentia (comparada à brutalidade de Stalin) contra Leon Trotsky.

Dado que não quero dar palco demais pra maluco dançar, delicie logo estas pérolas que colhi outro dia, quando resolvi dar uma passada pra ver o “estado da questão”, e descubra o “revisionismo burguês” de Jones Manoel, do PCB e dos recentes “comunogamers”, rs:








No embalo de meu amigo búlgaro que oferece seus serviços de “ufólogo”, aproveite pra conhecer a Regiane Alves balcânica que trabalha no canal que o entrevistou. Um pouco “recheada”, por assim dizer, mas ainda parecida facialmente, rs:


E pra terminar, uma reflexão com os âncoras matinais da NBC americana, Savannah Sellers e Joe Fryer. Será que todo país tem seus próprios “Bonner e Renata”, ou será que é a famiglia Marinho que, como tudo no jornalismo da Grobe, paga pau pra ianque?...


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Passar pano ao Hamas ajuda causa?


Link curto pra esta publicação: fishuk.cc/hamas2023

Ontem cheguei a escrever um texto em tom de desabafo, acusando certos perfis do Instagram de apologia do terrorismo e instando o leitor a denunciá-los com as ferramentas oferecidas pela rede, e até o tinha programado pra sair hoje de manhã. Porém, com medo de sofrer um processo judicial por possíveis acusações infundadas e pensando se muitas das reflexões históricas que fiz não seriam puro achismo (de fato, assisti a alguns vídeos de “defensores” esquerdistas dos palestinos que, contudo, trouxeram informações interessantes), preferi não emitir nenhuma opinião apaixonada sobre o assunto, em nenhuma rede, exceto ocasionais afirmações cômicas ou amostras da incoerência de certas partes.

Ocorre que hoje, quando xeretei a aba Comunidade do canal do Jones Manoel, vi um anúncio seu de que hoje sairia um vídeo sobre a questão (gente, comunista realmente entende de tudo, de arqueologia egípcia a astrofísica quântica!) às 17h, e um dos comentários, muito longo (um “textão”, de fato), me chamou a atenção. Nem vou ver o vídeo, porque já sei que é “mais do mesmo” do pessoal que se diz “marxista-leninista” e porque tenho muito mais informação jornalística séria, em várias línguas, pra consumir. Mas pra suprir a falta de um posicionamento meu, me permito reproduzir ipsis litteris o textão da conta assinada como Marina Reis, que parece ter lido exatamente meu pensamento, e uma resposta mais curta que fiz. Sou responsável por ocasionais alterações na forma da intervenção da moça.


Dixit Ioannes:

Em matéria de política internacional, três temas separam quem tem compromisso real com a emancipação humana e quem no fundo não quer mudar o mundo:

– apoio irrestrito à luta palestina;
– condenar o bloqueio contra Cuba;
– ser contra todas as sanções e bloqueios dos EUA.

Quem vacila em qualquer um desses temas, cedo ou tarde, vai se mostrar um gestor da ordem burguesa, seja indivíduo, seja uma organização política.


Não vou entrar no mérito do reducionismo abissal de uma pessoa cuja mãe lhe deu um sobrenome como prenome: há dezenas de “povos sem país” que parecem não entrar no metro do Senhor das Esquerdas, Cuba é uma ditadura, e os EUA não são o único “mounstro malvadaum” do planeta. Segue o poema em prosa, que sinceramente me tocou:

Eu observei quando a guerra na Ucrânia começou, como parte da esquerda fez questão de dizer algo como: “É claro que a guerra atinge principalmente os ucranianos e nem precisamos dizer que somos contra guerra no geral, mas... deixando a questão moral de lado, é importante apontar a participação das potências ocidentais e do próprio governo ucraniano na deflagração do conflito. Se o povo ucraniano sofre hoje é porque o seu governo subestimou a Rússia, o seu poder militar, e a defesa do seu território e interesses, o que é, inclusive, o que os EUA fazem o tempo inteiro sem protestos das mesmas pessoas que agora choram pela Ucrânia.”

Estou apontando isso, porque, por óbvio, depois de o Hamas matar e sequestrar centenas de pessoas em consequência, sim, da opressão sistemática e inaceitável do povo palestino, mas matar e sequestrar centenas de pessoas reforçando a pecha de terrorista, o que vai acontecer?

Eles mataram e sequestraram civis. “Ahh, mas estamos falando de pessoas em assentamentos, não de qualquer civil.” Civis. Não são soldados, não são pessoas armadas e treinadas, prontas para o combate. Civis. Centenas de civis. [Acrescento: e nem colonos eram!]

Incluindo pessoas que estavam em uma rave e estrangeiros que desapareceram, entre eles um brasileiro.

Agora, pra surpresa de ninguém, a comunidade internacional que já era indiferente ao sofrimento palestino parece pronta para dar um passo ainda mais tenebroso e ignorar o genocídio que vai piorar.

Eu abri meu celular hoje de manhã e vi comandantes israelenses falando que “não tem água, não tem comida, não tem eletricidade, não tem combustível”. Eles estão intensificando o bloqueio. A situação das instalações médicas do povo de Gaza já era periclitante e está piorando.

Vai ser um massacre. Dá desespero.

E pior, metade das vozes que estão se levantando contra isso são de antissemitas mal disfarçados, reduzindo [eu diria: anulando] a legitimidade dos apelos humanitários.

Isso não significa que os ataques foram não-provocados como a mídia tenta pintar, mas me poupem desses discursos de que apoiar a atuação do Hamas é belo e moral, como se as ações do grupo fossem apenas estratégicas e em favor do povo palestino e quem não apoia “não quer mudar o mundo”.

Apoio à luta palestina e ao povo palestino não é apoio irrestrito à luta palestina, incluindo a atuação do Hamas. Nem de um ponto de vista estratégico, nem de um ponto de vista ético.

Os comandantes do Hamas, incluindo Yahya al-Sinwar, que ficou preso décadas, e Mohammed Deif, que perdeu mulher e filhos bebês no conflito, não estão simplesmente atuando em favor dos interesses do seu povo, prestes a ser massacrado. Existe um componente de vingança forte provocado pelo próprio Estado israelense, e como esses dois comandantes a gente vê que logo outros vão aparecer nesse ciclo sem fim, porque é isso que todas essas mortes vão provocar.

Eu não tenho soluções, e a minha solidariedade está com todo o povo que sofre nesse momento, inclusive os israelenses que perderam seus amigos e familiares e não devem ser desumanizados na defesa dos palestinos e da sua justíssima luta. Deve ser porque eu não quero mudar o mundo.


Minha resposta que provavelmente ela nem vai ler:

Bravo, tirou as palavras da minha boca! Gosto do trabalho militante do Jones, mas às vezes ele recai nesses simplismos típicos da antiga esquerda soviética que, infelizmente, ainda predomina no Brasil. Eu, por exemplo, me identifico com bandeiras sociais e identitárias ditas “de esquerda”, mas também com pautas econômicas e estruturais chamadas “de direita”, não dá pra ver o mundo de forma binária! E como descendente de ucranianos, me enoja que tudo o que se opõe aos interesses dos EUA, só por essa razão, deva ser automaticamente apoiado por quem se diz “de esquerda”, das piores ditaduras às mais cruéis carnificinas, passando por obscurantismo religioso (valei-me, Marx!) e negacionismo histórico. Parte da nossa “ex-querda” ainda vê a Rússia e enxerga a URSS, vê Putin e enxerga Lenin, Stalin, o que valha.

Infelizmente, como viajamos pouco pro exterior, falamos poucas línguas e temos o hábito de chamar de “imperialista” ou “burguês” tudo o que venha de fora, nossos movimentos sociais, no que toca a geopolítica, ficam reféns de narrativas malfeitas e totalmente enviesadas; praticamente o Grupo Globo ao avesso. Não duvido que tenha grana estrangeira rolando por aqui, mas é incrível como certos “cartunistas” enxergam tão fácil os abusos de Israel, mas se recusam a ver o caráter expansionista, genocida e ilegal da agressão de Putin; e não só na Ucrânia (onde eles racionalizam com essa história de “colônia ou proxy da OTAN”), mas também nos Bálticos, na Moldova, na Geórgia e agora, certamente, na Armênia. Ou seja, praticamente uma recriação do Império Tsarista que as esquerdas tanto criticam! E acabam, assim como as potências capitalistas, criando critérios próprios e subjetivos sobre quem “pode” e quem “não pode” ser considerado país ou povo...

Enfim, é só um lapso intelectual que quero apontar, não estou falando de lados nem de culpas, obrigado por esse alívio na minha segunda!

Porém, conforme umas xeretadas que dei em contas “pró-Palestina”, é incrível como a narrativa, além do cinismo, evoluíram a passos largos nesse comecinho de semana, rs:



quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Entenda a crise no PCB em imagens


Link curto pra esta publicação: fishuk.cc/crise-pcb

Bafão ideológico! Jones Manoel, Gabriel Landi, Gustavo Gaiofato (“História Cabeluda”) e outros jovens dinâmicos que ficaram conhecidos pela divulgação do marxismo (leninismo, na verdade) nas redes sociais, bem como Ivan Pinheiro, dirigente histórico e ex-secretário-geral, foram expulsos do PCB! Segundo entendi no canal do Jones, o Comitê Central está dominado por acadêmicos de humanas veteranos e famosos, como Mauro Iasi, Sofia Manzano, Edmilson Costa e Antonio Carlos Mazzeo (cujo livro Sinfonia inacabada é um bem dado pé no saco), e a razão da treta foi eles não terem cumprido as normas estatutárias e terem adiado futuros encontros e debates sine die, partindo da situação excepcional criada pela pandemia.

Jones Manoel e Ivan Pinheiro terminaram expondo no YouTube uma insatisfação que, aparentemente, podia muito bem ser expressa publicamente, sem romper “segredos de partido”, e me deram a entender que os catedráticos veteranos estariam com inveja ou receio de não poderem controlar o trabalho digital dos jovens, muitos dos quais expressam opiniões mais radicais, mas nem por isso antidemocráticas. Esse alcance a um público maior, a participação em mais eventos presenciais e a frequente militância em outras organizações de base (sobretudo os chamados “coletivos”) teriam sido chamadas pelo CC de “anti-intelectualismo”, o que contradiz com a grande produtividade editorial, quase sempre fora da academia, de Jones e Gabriel, e com a ausência de qualquer ataque aos intelectuais de forma geral. Em todo o caso, vindo a público as discordâncias, a expulsão foi sumária e inexplicada.

Não conheço as minúcias do funcionamento atual do aparelho do PCB, mas é impossível não me remeter, como estudioso do partido das décadas de 1940 a 1960, e depois das décadas de 1920 a 1940, quando os intelectuais, se não discriminados, eram marginalizados, e o operário era visto como uma “essência pura” a se descobrir num lugar indeterminado. O paradoxo era que desde 1935, a maior afluência às fileiras comunistas era dos chamados “pequenos burgueses”, ou seja, intelectuais, servidores públicos (incluindo militares e professores universitários) e profissionais liberais, sem contar os rebeldes advindos de famílias ricas. O funcionamento do aparelho era uma bagunça, e toda discordância que alguém expressasse contra a direção levava esta a lhe jogar na cara um “ismo” qualquer pra justificar uma punição, rebaixamento ou mesmo expulsão. Isso nunca mudou nem na época da Comintern, com Antônio Maciel Bonfim, nem depois dele, com Diógenes Arruda Câmara, nem quando Luiz Carlos Prestes enfim retomou o controle sobre o PCB. E parece que nem mesmo agora mudou, com um punhado de marmanjos querendo brincar de “vanguarda bolchevique” em plena era da inteligência artificial.

Não concordo em tudo com essa leva de “jovens dinâmicos”, mas admiro o trabalho que eles fazem e a habilidade com o manejo das mídias digitais, algo que nunca adquiri realmente, e gosto muito do rigor com que o Jones trata de seus temas. Com comunistas, esse respeito na divergência não se estende a stalinistas assumidos, a microsseitas mao-hoxhistas e a bajuladores da dinastia terrorista dos Kim na Coreia do Norte. Mas isso não me impediu que eu fizesse no canal do Jones alguns comentários jocosos e brincasse com a situação, não esperando de forma nenhuma que ele fosse ler ou muito menos “me dar coração”, rs:










terça-feira, 16 de maio de 2023

Todo meu apoio a Jones Manoel!



Gosto do Jones porque o conheço do Face desde 2012 ou 2013, quando ele ainda mantinha o blog “Makaveli teorizando”, com traços trotskistas, e porque depois, já engajado de vez no PCB, seu trabalho no YouTube ficou excelente.

Quanto às bandeiras sociais no Brasil e na América Latina, exceto pela defesa das ditaduras na Nicarágua, Cuba e Venezuela, sempre concordo com ele, mesmo não sendo comunista. Acho sua escolha magistral, porque se é pra comunas (Sabrina Fernandes, Laura Sabino, Humberto Mattos, Meteoro Brasil, Galãs Feios, Gustavo Gaiofato, com os quais também concordo em muito) falarem m... sobre a URSS, Rússia, Ucrânia etc. sem conhecimento de causa, melhor que fechem a boca mesmo 👏🤐