quarta-feira, 14 de junho de 2023

Explosão em Kakhovka foi genocídio!


Link curto pra esta publicação: fishuk.cc/kakhovka2


Infelizmente, os estragos após a explosão da barragem hidrelétrica de Kakhovka, na Ucrânia, pelos invasores russos ainda estão pra ser totalmente avaliados, e as notícias são desoladoras. E infelizmente, nossos acadêmicos, escritores, influenciadores, militantes sociais e boa parte dos que podem ser amplamente ouvidos nas mídias sociais fingem não ver, não conseguem destrinchar a trama complicada ou se fazem de “isentões” pra esconder a simpatia por Putin e a neurose contra os EUA. As seguintes postagens de ucranianos que estão acompanhando a tragédia mais ou menos de perto, que traduzi do inglês (língua original mesmo) pra alguns amigos, são material que você também podia compartilhar entre conhecidos! Cadê as charges do Latuff contra o genocídio? Ou será que a “indignação” dele é seletiva e alguns humanos valem menos que outros?...


Os russos estão cometendo genocídio nas cidades ucranianas ocupadas e, agora, inundadas. Meu amigo Bohdan está atualmente em Kherson ajudando com o auxílio contra a crise humanitária junto com a equipe do Ukraïner. E hoje ele conseguiu entrevistar algumas pessoas que escaparam de Oleshky e de Hola Prystan ocupadas. E eis o que elas dizem.

As áreas não atingidas pela inundação estão atualmente bloqueadas por postos de controle nos quais os russos simplesmente roubam as pessoas, despedaçam seus documentos ucranianos, eles invadem as casas e roubam quem ainda não foi roubado. Eles também dizem aos habitantes: “Vamos ser salvos, mas vocês vão morrer aqui.” As pessoas sem passaporte russo são impedidas de deixar as cidades, e a maioria não o tem.

Os militares russos circularam por Oleshky e confiscaram os barcos a motor das pessoas. Em sua investida, eles agora estão patrulhando a cidade, ignorando as pessoas que estão se afogando ou sentadas nos telhados de suas casas. Agora há casos gravados de soldados russos atirando em quem está tentando se evadir. Antes disso, eles enganaram as pessoas, lhes dizendo que a água baixaria em algumas horas, o que fez muitas pessoas se afogarem, sobretudo por causa dessa enganação.

Cadáveres de pessoas, de animais e dos próprios russos estão flutuando ao redor das casas inundadas. Os russos também estão prometendo trazer mais mil soldados na área para fins de “filtragem”. O que é isso, senão genocídio?


Há indícios de que a Rússia percebeu sua derrota iminente na Ucrânia e agora quer minar economicamente a Ucrânia o máximo possível.

A destruição da usina hidrelétrica de Kakhovka foi um golpe na economia da Ucrânia. A capacidade agrícola do sul da Ucrânia sofreu danos inacreditáveis que levarão décadas para serem restaurados. A indústria pesada nas províncias de Dnipropetrovsk e Zaporizhia também será fortemente afetada por esse ato de terror. Os danos ao meio ambiente são enormes e duradouros.

O canal da Crimeia do Norte também ficou sem água como resultado da explosão. Isso significa que a agricultura na Crimeia será praticamente impossível e os moradores continuarão enfrentando escassez de água potável.

Além disso, a inteligência ucraniana tem informações de que a Rússia colocou explosivos dentro da fábrica Titan em Armiansk, na Crimeia. Se a Rússia decidir explodi-lo, uma nuvem de cerca de 200 toneladas de amônia cobriria as áreas próximas.

Fábricas, minas de carvão, fazendas etc. que estão nas áreas do Donbás ocupadas pela Rússia também foram destruídas, severamente danificadas e/ou fortemente minadas.

A Rússia quer que a Ucrânia se torne economicamente insustentável, incapaz de se sustentar. A reconstrução, a reedificação, a desminagem e outras restaurações de territórios tomarão muito tempo e dinheiro antes que possam funcionar novamente. Durante todo esse tempo, a Ucrânia precisará contar com ajuda externa para sobreviver.

A Rússia espera poder restaurar seu exército e seu estoques de armas para atacar a Ucrânia vários anos depois, e desta vez com sucesso.

A Ucrânia precisa de garantias de segurança fortes e sustentáveis para garantir que isso não aconteça. Uma guerra cruenta no centro da Europa não deve se repetir.